sábado, fevereiro 22, 2014

Desbravador, Campori. Você sabe o que esses nomes significam?

Recentemente, a Igreja Adventista do Sétimo Dia realizou um grande acampamento de jovens na cidade de Barretos, interior de São Paulo. Esses jovens são chamados de Desbravadores. Eles tem idade entre 10 e 15 anos e geralmente se reúnem aos domingos pela manhã na igreja para certas atividades. Quase todas as igrejas adventistas tem o Clube de Desbravadores. E esse grande acampamento é chamado de Campori. Este ano especificamente foi a reunião de vários clubes de toda a América do Sul, que acontece de 10 em 10 anos. Foram mais de 35 mil reunidos.

O que é o “mundo dos mortos” mencionado em Efésios 4:9?

O que significa o “mundo dos mortos” mencionado em Efésios 4:9, na NTLH? Cléia, telespectadora.
Realmente, Efésios 4:9, na Nova Tradução Na Linguagem de Hoje (NTLH) apresenta a expressão “mundo dos mortos” para se referir ao lugar onde Jesus “desceu” por ocasião da morte. Por ser uma tradução livre (não ao pé da letra), a NTLH traduz o texto reinterpretando-o. Por isso, vários textos doutrinários não estão de acordo com original grego. Recomendo a utilização dessa Bíblia mais para leitura devocional, pois, para entendermos o texto bíblico, precisamos de versões que estejam mais próximas possíveis ao original.
Na Bíblia, a expressão “mundo dos mortos” se refere à “morada” dos mortos, ou seja: a sepultura(confira Mateus 12:40).
Vejamos algumas traduções mais fiéis ao original (Grifos acrescentados):
Nova Versão Internacional (NVI): “Que significa “ele subiu”, senão que também havia descido às profundezas da terra?”
Almeida, Revista e Atualizada (ARA): “Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia descido até às regiões inferiores da terra?”em>
O comentarista Moody destaca que o texto possui outro significado (em relação à frase “regiões inferiores da terra”): “Parece mais provável, entretanto, que é simplesmente uma referência à Sua vinda do céu”. (Comentário Bíblico Moody, 2001, p. 25)
O ensinamento bíblico de Efésios 4 nos mostra a grandiosidade da graça de Deus em salvar o ser humano.
O fato de Jesus morrer na cruz e ir para a sepultura em nosso lugar (Ele experimentou a morte eterna) deu a possibilidade de também recebermos dons espirituais para nosso crescimento e benefício das outras pessoas. Isso por que ao voltar para o Céu Ele assentou-se novamente no Seu trono (Hebreus 1:3) e enviou o Espírito Santo (João 16:7; 15:26) como Auxiliador (João 14:16) e Agente Capacitador da Igreja (Atos 1:8).

Deus lhe abençoe.
Fonte: Na Mira da Verdade

“Médium” é um bom termo para se usar na tradução da Bíblia?

O educado professor Severino Celestino da Silva, apresentador do programa espírita “Abrindo a Bíblia” (Rede Mundo Maior), alega que a palavra “médium”, por ser mais recente, não se encontra na língua original do Antigo Testamento, o hebraico.
Por isso, segundo ele, as traduções bíblicas modernas que usam esse termo (e outros correlatos) estão equivocadas, são espúrias, e não merecem crédito. Teria essa alegação algum fundamento?
Fiz uma consulta à Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) sobre o assunto e tive o privilégio de mais uma vez contar com a resposta abalizada do Dr. Vilson Scholz, consultor de traduções da referida instituição. Interessante é que ele havia recebido uma pergunta sobre esse assunto e, gentilmente, cedeu-me a resposta para disponibilizá-la no blog.
Meu objetivo com isso é ajudar aos irmãos espíritas – incluindo o professor Celestino – a mudarem os próprios conceitos e a aceitarem a opinião de Deus sobre o espiritismo (Is 8:19, 20). Não pretendo (e Deus o sabe) ferir ninguém porque a consciência moral de cada um de nós é muito preciosa aos olhos de Deus. Todavia, a verdade precisa ser dita (2Tm 4:2), mesmo que a princípio cause algum desconforto. É a aceitação da verdade plena que liberta a nossa mente dos conceitos errados (Jo 8:32, 36) e, consequentemente, torna o nosso relacionamento com Deus muito mais significativo e prazeroso.
A seguir, transcrevo a resposta do Dr. Scholz, com a devida autorização (alguns grifos foram acrescidos por mim). Compartilhe-a com seus amigos espíritas e guarde em seus arquivos para fazer bom uso quando for questionado(a) sobre esse assunto.
Antes de prosseguir, informo que nos próximos dias disponibilizarei uma resposta completa às alegações do prof. Silva, em que ele defende o espiritismo “à luz da Bíblia”. Mais detalhes sobre isso você terá no próximo post.
Vamos ao estudo de hoje. 
Resposta da Sociedade Bíblica do Brasil
Outro dia, recebemos na Sociedade Bíblica do Brasil a seguinte pergunta, com uma explicação, no começo. Diz assim:

“Ouvi de um professor de hebraico de uma universidade da Paraíba (que por sinal ensina esta língua tanto para pastores quanto para judeus, mas é espírita), que a palavra “אוֹב” (ob) em hebraico, em Dt 18.11 (se não me falha a memória) foi mal traduzida, com objetivos ideológicos.

“Segundo esse professor, as traduções que colocam a citada palavra hebraica como “médium” estariam forçando o leitor a pensar que o espiritismo era condenado no tempo de Moisés quando, na verdade, as palavras “médium, espírita e espiritismo” foram criadas no século XVIII ou XIX pelo codificador do espiritismo. Ele ainda afirma que a melhor tradução teria de ser: ‘quem consulta os mortos (com finalidades vãs)”, o que não seria prática do espiritismo. Pergunta: É lícito e até mesmo válido traduzirmos uma palavra recente para uma antiga?”

Em resposta, pode-se dizer o seguinte: De fato, temos várias passagens na Nova Tradução na Linguagem de Hoje em que aparece a palavra “médium” ou “médiuns”. Só que não em Deuteronômio 18.11, onde temos “os que invocam os espíritos dos mortos”.

Isto mostra que a mesma palavra hebraica não é traduzida sempre do mesmo jeito para o português. A tradicional Almeida Revista e Atualizada tem a palavra “médium” apenas em 1Samuel 28 (a médium de En-dor, que foi consultada pelo rei Saul com a intenção de receber alguma orientação do finado Samuel) e em algumas passagens do livro de 2Reis. Nas outras, ela tem “necromante”.
Necromante é alguém que consulta os mortos. Isto é mais ou menos o mesmo que “médium”. Na antiga Almeida, a Revista e Corrigida, nunca aparece a palavra “médium”, muito menos “necromante”. Nessas passagens aparece, normalmente, “adivinho”. Só que adivinho é uma palavra bastante ampla, isto é, uma palavra muito genérica. Por isso, as traduções mais atualizadas ou mais recentes, como Almeida Revista e Atualizada e a Nova Tradução na Linguagem de Hoje, são melhores do que o texto antigo de Almeida.
Mas será que havia médiuns naquele tempo? Podemos usar esta palavra recente, que entrou na língua portuguesa apenas em 1880, para uma pessoa dos tempos bíblicos? Ora, a gente só não poderia fazer isto se a pessoa que ela designa tivesse surgido apenas em nossos dias. O mesmo vale para objetos e outros elementos de nosso tempo. Não temos na Bíblia, por exemplo, jogo de futebol (embora a palavra “bola” apareça uma vez, em Isaías 22.18). Também não temos helicópteros ou energia elétrica. Portanto, estes são termos que não poderíamos usar para coisas que aparecem na Bíblia. Agora, dá para usar o termo médium?
Creio que sim, porque aquelas pessoas dos tempos bíblicos, designadas pela palavra “ob”, tentavam entrar em contato com os mortos. Era gente que buscava um conhecimento secreto, não normal, através de consulta a mortos. Aquelas pessoas eram, de fato, médiuns. Não médiuns espíritas modernos, porque o espiritismo como existe hoje (kardecista e umbandista) ainda não tinha surgido naquele tempo, mas nem por isso eles eram menos do que médiuns. Com ou sem esse nome, era o que tentavam fazer.
Portanto, se alguém pergunta se a palavra médium aparece no original da Bíblia, a gente tem que responder que não. Isto porque o original da Bíblia, no caso o Antigo Testamento, está na língua hebraica. Lá aparece a palavra “ob”. Hoje em dia temos de usar um termo da nossa língua ou uma palavra que nós conhecemos. E usamos o termo médium, que vem do latim, da mesma palavra que nos deu “meio”. Médium é, portanto, alguém que quer “fazer o meio de campo” entre mortos e vivos.
Quando traduzimos, não temos escolha: temos que usar uma palavra de hoje que equivale ao que significa a palavra do original. E, de preferência, uma palavra que comunique, e que comunique com clareza. Se colocamos na tradução o termo médium, é porque esta palavra é a que usamos hoje para falar de pessoas que tentam receber mensagens dos espíritos dos mortos, pouco importando a finalidade que se tem em vista. E usamos esta palavra, quer gostem os espíritas, quer deixem de gostar. Em tempo: A Bíblia deixa bem claro que Deus não aprova essas tentativas de consultar mortos e fazer adivinhações.
Considerações finais do blog “Na Mira da Verdade”
Percebeu amigo(a) leitor(a) que, no processo de tradução de um texto antigo, é perfeitamente lícito usarmos termos atuais, desde que eles expressem a ideia e o conceito original contidos na Bíblia? Isso é um recurso comunicacional, que não deveria ser negado pelos amigos espíritas. Ainda mais por aqueles que estão familiarizados com as normas de tradução e de comunicação social.
“Médium” é um termo moderno, porém, ele é o equivalente do termo que se refere àqueles que pretendem “consultar os mortos”, em Deuteronômio 18:11. É mais que natural, no processo de tradução, os especialistas escolherem termos contemporâneos que expressem com clareza a ideia que a Bíblia quis transmitir. E, se o texto sagrado transmite que a mediunidade é abominável a Deus (Dt 18:12), independente da época, precisamos usar um termo atual que aproxime o homem pós-moderno daquilo que a Bíblia quer transmitir.
Desse modo, convido ao professor Severino Celestino da Silva que reveja os próprios conceitos e não justifique o injustificável: o espiritismo. Independente do termo empregado na Bíblia, a ideia é a mesma: Deus não aprova qualquer tipo de “comunicação” com os mortos.
Por isso, toda pessoa sincera, que aceita a Palavra de Deus como sua regra de fé (2Tm 3:16) e prática, não pode ser espírita e cristã ao mesmo tempo. Tentar harmonizar as duas coisas requer um malabarismo interpretativo desonesto, e coloca a pessoa numa posição perigosa da qual nos adverte Isaías 5:20:
“Ai dos que chamam ao mal bem e ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo, doce e do doce, amargo!” (Nova Versão Internacional).
Com base naquilo que Deus diz em Sua Palavra sobre o espiritismo (Lv 19:31; 20:27; Dt 18:10-14; 2Rs 21:6; 1Co 10:13 14; Is 8:19, 20, etc.), recomendo, amigo(a) espírita, que aceite o cristianismo bíblico e a solução de Deus para a o problema chamado morte: a ressurreição (1Co 15:51-55; 1Ts 4:13-18), que nada tem a ver com reencarnação.
Aceite a Bíblia do jeito que ela é e leia-a com seus próprios olhos, contanto com a orientação espiritual do Espírito Santo, a Terceira Pessoa da Divindade (Jo 16:13, 14). O Espírito divino e não Allan Kardec deve ser o seu intérprete das Escrituras, pois, Ele é o autor delas (2Pe 1:19-21).
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Salmos 17 - Juízo Investigativo


Alguma vez você já pediu a Deus que Ele o julgasse? A maioria das pessoas vai responder que não, porque a maioria de nós considera terrível o julgamento de Deus sobre os nossos atos, palavras e até pensamentos. Mas Davi orou ao Senhor para que Ele o julgasse até mesmo em seus mais íntimos sentimentos. Quem de nós faria isso?

O salmo vem de um possível contexto quando Davi estava sendo perseguido pelo ímpio rei Saul no deserto de Maon. Davi foi traído pelos zifeus que indicaram a Saul o seu paradeiro, e logo Davi e os seus companheiros se viram cercados por Saul e seus homens, com perigo de vida. Então, Saul foi notificado que os filisteus estavam invadindo a sua terra, e esse rei foi atrás deles, desistindo de perseguir a Davi. E aquele lugar foi chamado de Pedra de Escape. (1Sm 23:19, 25-28). Muitas vezes somos protegidos por certas circunstâncias e nem consideramos que foi por providência divina.

Davi estava em grande perigo e pressão pela malícia de seus inimigos, e clama neste salmo dirigindo-se a Deus e é justamente isso o que devemos fazer em situações semelhantes. Temos muitos inimigos como Davi e temos muitas pressões e enfrentamos muitos perigos em nossa vida moderna; mas também como ele temos o mesmo Deus que age tão prontamente como agia no passado, e pode nos valer a qualquer momento.

O conteúdo da oração é duplo:
(1) Oração por Vindicação: “Baixe de Tua presença o Julgamento a meu respeito” (v. 2a).
(2) Oração por Investigação: “Os Teus olhos vêem com equidade”. (v. 2b).
Estas petições são subsequentemente desenvolvidas através do salmo em sequência quiástica, ou seja, o salmo possui ideias contrastantes que repentinamente invertem a direção. Portanto, o esboço do Salmo 17 fica dessa maneira:

A. Oração por Vindicação (v. 2a)
     B. Oração por Investigação (2b)
     B'.  Investigação (vs. 3-5)
A'. Vindicação (vs. 6-15).

Uma outra maneira de ver o Salmo 17 é observando os 3 apelos apresentados nesta ordem:
I –   Um Apelo por Justiça (1-5)
II –  Um Apelo por Misericórdia (6-12)
III – Um Apelo por Livramento (13-15)

I - Um Apelo por Justiça (vs. 1-5)

Davi apela para que Deus manifeste a Sua justiça. “Ouve, Senhor, a causa justa, atende ao meu clamor, dá ouvidos à minha oração, que procede de lábios não fraudulentos.” (v. 1) O salmista ora em primeiro lugar para que Deus ouça, atenda e dê ouvidos à sua história, a qual ele apresenta, com lábios livres de mentiras. Ele clama a Deus para que atenda à “causa justa”. A palavra original é “tsedeq”, que significa justiça. Ele está dizendo: “Ouve, Senhor, na justiça.” A frase poderia ser traduzida como “Ouve, Senhor de justiça.” A mesma palavra aparece no último verso, de modo que o salmo começa e termina com “justiça”. A ideia é que Deus o ouça, na Sua justiça, a sua causa que também é justa. Seu clamor é no sentido de receber sentença justa dAquele que sabe da sua inocência. Ele clama por vindicação e defesa.

E Davi está tão certo de que a sua causa é justa que ele chega a clamar para que Deus o julgue: “Baixe de Tua presença o julgamento a meu respeito” (v.2). Isto não é comum; as pessoas em geral temem ser julgadas por Deus porque imaginam que o Seu julgamento seja terrível porque fatal. Ninguém quer enfrentar o Juízo divino. Alguns até ensinam que não haverá julgamento para os justos, de tão “terrível” que deve ser o Julgamento de Deus. Mas eles prometem como uma consolação que nenhum cristão passará pelo Juízo divino. Nenhuma investigação haverá para os justos.

Haveria algum fundamento bíblico para tal ensino? Eu tenho um vizinho que disse que existem muitas religiões porque há muitas traduções da Bíblia que favorecem diferentes interpretações. Eu lhe respondi que as traduções são diferentes, mas conservam a verdade do original. Entretanto, há um pouco de verdade no que disse o vizinho. Na tradução Atualizada de João 3:18, lemos estas palavras de Cristo: “Quem nEle crê não é julgado.” “E então?”, disse um crente para outro, “Aqui diz que o cristão não será julgado!” Entretanto, o crente adventista, leu na sua versão mais antiga e disse: “Mas a minha Bíblia diz que ‘quem crê nEle não é condenado’ e isso é outra coisa. Condenação é o resultado de um juízo realizado, é a própria sentença dada. Os cristãos serão julgados, mas não condenados. Sua sentença será a absolvição.”

De fato, esse problema de traduções existe, mas nós podemos aprender a pesquisar e comparar em outras versões quando estamos em dúvida com respeito a algum ponto da verdade. Veja como os tradutores da versão Atualizada vertem João 5:24: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida.” Certamente, esses tradutores não crêem na doutrina bíblica do Juízo Investigativo, e então, trocaram a palavra “condenado” como está na versão antiga, por “juízo”, mudando o significado. A palavra grega (krino) admite a ambas traduções, mas o contexto deve indicar a tradução correta, que é a antiga: “quem ouve a minha palavra... não entrará em condenação.”

E esta é a verdade, confirmada em muitos lugares. Disse Paulo: “Importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.” (1Co. 5:10). De fato, o Juízo será uma realidade tanto para crentes como para incrédulos, bons e maus, justos e injustos. 

Entretanto, ainda assim, muitos dirão que é duro ser julgado por Deus, porque o Seu Julgamento será temível e terrível e ninguém em sã consciência pediria tal coisa. Mas então, por que Davi pede que Deus o julgue? Por que Davi insiste em ser logo julgado pelo grande Juiz de todo o universo? Ele responde por quê: “os Teus olhos vêem com equidade.” (v.2) Com efeito, Davi quer ser julgado por Deus porque sabe que o Seu olhar onisciente vê a tudo com “equidade”. Isto significa justiça e imparcialidade. Se Deus é justo e sempre age com justiça, então, o Seu Julgamento não é terrível. Terrível é o julgamento dos homens, e é a esse que devemos temer, por ser injusto e parcial. 

Mas Davi continua dizendo: “Sondas-me o coração, de noite me visitas”. Esta é uma declaração de Davi a respeito de uma investigação do seu caso, de que Deus o sonda, examina o seu coração. Este é um juízo de investigação, um exemplo do que acontece no grande Juízo Investigativo, que se desenvolve nos últimos dias da história deste mundo. Deus sonda o seu coração, esquadrinha a sua alma, faz uma investigação do seu caso, a fim de poder sentenciar a sua culpa ou inocência. De fato, todo juízo tem 3 fases: (1) Investigação, (2) Sentença e (3) Execução. Davi declara que Deus investiga o seu caso, examina as suas ações, perscruta a sua alma.

Antes da vinda de Cristo, haverá um Juízo de Investigação. Todos os casos de pessoas que aceitaram a fé e fizeram profissão de seguir ao Salvador passam em revista. Na augusta presença de Deus nossa vida deve passar por exame. O grande Juiz de toda a Terra perscruta a vida de cada crente, esquadrinha cada coração. E cada um deve por sua vez fazer um profundo exame da sua vida, a fim de se preparar para esse solene tempo de Juízo Investigativo que agora ocorre no Céu, desde 1844. É tempo de profundo arrependimento de cada pecado, é tempo de santificação, é tempo de empregar sabiamente cada talento e de viver com o coração puro diante de Deus e dos homens. É tempo de sermos revestidos da justiça de Cristo, e de nada dispor para a carne no tocante às suas concupiscências. (Rm 13:14).

Cristo ilustrou muito bem esta cena de investigação através de uma parábola, em que um rei festejava as bodas de seu filho e deu um grande banquete, chamando aos que aceitassem o seu convite dentre todos os tipos de pessoas. Mas havia uma condição: todos os participantes deveriam aceitar as vestes nupciais, e vesti-las durante a festa. Então, durante a cerimônia, o rei foi ver os convidados, foi fazer uma investigação de como os convidados estavam se portando e notou alguém que não tinha as vestes. Imediatamente, ele se dirigiu a esse homem que representa a classe de pessoas que desejam participar das bênçãos do evangelho, mas não aceita as vestes da justiça de Cristo em sua vida: “Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu. Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes.” (Mt 22:12-13).

Mas o salmista Davi continua, dizendo: “Provas-me no fogo e iniquidade nenhuma encontras em mim; a minha boca não transgride.” (v. 3). Alguém com certa razão diria: “Como pode Davi dizer tais palavras? Como poderia o Juiz eterno e onisciente não encontrar faltas e pecados em Davi?” Eu conheço outras palavras que procedem do humilde coração de Davi: “Não têm conta os males que me cercam; as minhas iniquidades me alcançaram, tantas, que me impedem a vista; são mais numerosas que os cabelos de minha cabeça, e o coração me desfalece.” (Sl 40:12). Na primeira passagem, Davi diz que Deus não encontra pecado em sua vida; na segunda, ele diz que os seus pecados são incontáveis.

Como podemos harmonizar esta aparente contradição? As palavras do salmo que estudamos (17:3) estão corretas no contexto em que Davi estava vivendo naquela época, e apenas em relação às coisas de que os ímpios o acusavam. Saul e seus oficiais diziam que Davi estava se preparando para usurpar o trono do rei; que ele desejava matá-lo, que a sua ambição era ser rei de Israel, e logo que conseguisse esse objetivo, ele destruiria a todos os parentes do rei Saul. Tudo isso era falso. Davi não precisava se esforçar para ser o rei de Israel; Deus mesmo o ungiu, e o protegeu para que isso se cumprisse. Davi não falava com justiça própria; ele era inocente mesmo das coisas de que Saul o acusava.

Davi era sincero e estava consciente de sua própria inocência. Ele não era hipócrita. A sinceridade não teme nenhum escrutínio, não, nem mesmo o de Deus, de acordo com o concerto da graça. A onisciência de Deus é tanto a alegria do justo, como o terror dos hipócritas e é particularmente confortável para aqueles que são acusados falsamente.

Mas há outra aplicação para as palavras de Davi: ele falava profeticamente pelo Messias. Muitas vezes a Bíblia retrata a Davi falando pelo Messias, porque Davi era um tipo de Cristo. Os Salmos contém muitas mensagens cristocêntricas e messiânicas. Os livros proféticos têm muito a falar dEle, mas em Ezequiel, o Messias é chamado de Davi (Ez 34:23-24; 37:24-25). De fato, Cristo foi o Único que em sentido absoluto poderia dizer estas palavras do Salmo 17:3: “Sondas-me o coração, de noite me visitas, provas-me no fogo e iniqüidade nenhuma encontras em mim; a minha boca não transgride.”

Deus poderia sondar o coração de Cristo de dia e de noite, prová-lO no fogo da aflição e da tentação e nenhuma iniquidade, nenhum pecado encontraria nAquele que é a pureza por excelência. Disse Cristo certa vez aos líderes da nação judaica: “Quem dentre vós Me convence de pecado?” (Jo 8:46). De Satanás Ele pôde dizer: “Aí vem o príncipe do mundo, e ele nada tem em mim.” (Jo 14:30). Ainda testifica o apóstolo Paulo: “Com efeito, nos convinha um Sumo Sacerdote como Este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus.” (Hb 7:26).

Mas Davi em sua experiência de profunda sinceridade e como um homem segundo o coração de Deus pôde nos ensinar como alcançar um relacionamento feliz e bem-aventurado: “pela Palavra dos Teus lábios, eu tenho me guardado dos caminhos do violento.” (v. 4). Mais tarde, ele confirma estas mesmas palavras em tom de admoestação aquilo que vivia na experiência: “De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a Tua Palavra.” A seguir, ele declara mais uma vez a sua experiência: “Guardo no coração as Tuas Palavras, para não pecar contra ti.” (Sl 119: 9,11). Ou seja, aquilo que eu aconselho é aquilo que eu faço. Faça o que eu digo, porque é isto o que eu faço.

Hoje vemos muitos cristãos vivendo uma vida de derrotismo, citando o capítulo 7 da epístola de Paulo aos Romanos, e dizendo: “É isso mesmo; eu sou como Paulo: o que eu não quero, isso faço. Eu não quero pecar, mas eu acabo pecando; eu nasci assim, e assim eu continuo. Ninguém pode se libertar de sua natureza pecaminosa! Nós somos assim mesmo!” Entretanto, isso é interpretar mal o ensino de Paulo que em Rm 7 não está descrevendo a experiência de um cristão, mas de um legalista tentando se salvar com os seus próprios esforços, tentando guardar a lei sem Cristo. Mas Cristo disse: “Sem Mim, nada podeis fazer.” (Jo 15:5). 

Se você quer saber como é um cristão, deve ler em Rm 8. Se quer saber como foi a vida de Paulo, então, leia o livro de Atos e o testemunho de Cristo sobre ele em Atos 9:15-16. Pode também ler o testemunho do Diabo sobre o mesmo Paulo em Atos 19:15: “Conheço a Jesus e sei quem é Paulo; mas vós, quem sois?”

Disse mais Davi ao falar de sua experiência com Deus: “Os meus passos se afizeram às tuas veredas, os meus pés não resvalaram.” (v. 5). Davi estava dizendo: “Senhor, ouve a minha causa pois é justa; eu sou inocente de todas as coisas de que me acusam os meus inimigos!” Ele apelava para que Deus o julgasse segundo a justiça que ele praticara em pensamentos, palavras e atos com referência aqueles homens que o acusavam de coisas que nem mesmo lhe passaram pelo pensamento, pois andava em sinceridade diante de Deus e dos homens.

De igual maneira, Paulo se defendia diante dos judeus que o acusavam e o apedrejaram e o açoitaram pelo poder romano, e ainda assim pôde dizer: “Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial.” (Atos 26:19). E disse também aos cristãos coríntios no decurso de sua vida: “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.” (1Co 11:1).

As palavras do salmista no v. 5 declarando a sua fidelidade e integridade, podem ser lidas como uma prece: “Senhor, dirige os meus passos nos Teus caminhos, para que as minhas pegadas não vacilem.” (Versão Corrigida). É perigoso permitir que uma característica infiel viva no coração. Um pecado acariciado pouco a pouco aviltará o caráter, levando todas as suas faculdades mais nobres em sujeição ao desejo maligno. A remoção de uma única salvaguarda da consciência, a condescendência com um mau hábito sequer, o descuido das elevadas exigências do dever, derribam as defesas da alma, e abrem o caminho para entrar Satanás e transviar-nos. O único meio seguro é fazer nossas orações subirem diariamente, de um coração sincero, e piedoso, deste modo: “Senhor, dirige os meus passos nos Teus caminhos, para que as minhas pegadas não vacilem.”

II - Um Apelo por Misericórdia (vs. 6-12)

Davi continua invocando a Deus porque tem certeza de que Deus há de ouvir as suas súplicas. Em sua angústia, ele clama: “Inclina-me os ouvidos e acode às minhas palavras.” (v. 6). A linguagem do salmista demonstra que ele não confiava em sua justiça própria, mas na vindicação e justiça de Deus, embora estivesse consciente de sua completa inocência das acusações dos perversos dentre os líderes de Israel que o perseguiam. 

Davi apela para que Deus mostre a Sua misericórdia. Ele disse no v. 7: “Mostra as maravilhas da tua bondade, ó Salvador...” A misericórdia divina se manifesta em Sua bondade. Mas essa bondade tem múltiplas maravilhas. A primeira e grande maravilha da bondade e misericórdia de Deus é que Ele é Salvador. Não podemos senão enaltecer a maravilha de termos um Salvador quando estávamos completamente perdidos, condenados, sem nenhuma perspectiva de salvação, inteiramente entregues aos nossos inimigos, homens e demônios.

A segunda maravilha da bondade divina, mencionada no salmo, é que Deus nos considera como tendo um valor imenso: somos como a “menina dos olhos” de Deus (v. 8). Muitos têm uma auto-estima muito baixa de si mesmos por algumas razões. Mas Deus nos considera como possuindo um valor incalculável: o nosso valor é tão grande que Ele foi capaz de dar o Seu único Filho para morrer em nosso lugar, pagando o preço de nossa redenção na Cruz, um preço infinito que só a eternidade revelará ao universo. Assim, somos guardados de dia e de noite por Aquele que não dorme, mas revela o Seu cuidado paternal.

A outra maravilha da bondade de Deus é revelada na oração de Davi que ele continua apresentando: “Esconde-me à sombra das Tuas asas” (v. 8). Podemos lembrar as palavras de Cristo quando estava contemplando a Jerusalém do monte e chorando por ela: “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!” (Mt 23:37).

Muitas vezes condenamos aos judeus por seu desprezo do Senhor Jesus Cristo, que manifestava as maravilhas de Sua bondade em inúmeros exemplos, e por fim, desejava recolhê-los sob as Suas asas, em uma profunda manifestação de amor. Mas nós também somos ingratos em muitas ocasiões. Entretanto, assim se revela a Sua misericórdia, e a Sua bondade nos esconde debaixo de Seu cuidado e proteção, e ainda nos defende das acusações de Satanás.

Mas embora Deus seja misericordioso e manifeste constantemente a Sua bondade, os homens são maus, ímpios e rebeldes. Davi dá uma descrição do caráter dos seus perseguidores: eles eram perversos, opressores, inimigos que o assediavam de morte. Ele fala desses homens nestes termos: “Insensíveis, cerram o coração, falam com lábios insolentes; andam agora cercando os nossos passos e fixam em nós os olhos para nos deitar por terra.” (v. 9-11). Não estamos falando só de história passada, porque estas coisas se repetem em nosso tempo, e se multiplicam nestes últimos dias da história deste mundo tenebroso.

“1 Nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis,
2 pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes,
3 desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem,
4 traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus,
5 tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder.” (2Tm 3:1-5).

Muitas dessas palavras poderiam se aplicar a Jean Jacques Rousseau. Quando jovem ele viveu na cidade de Turim, na casa de uma mulher de Verecelli. Em suas confissões ele escreveu: "Desta casa levo comigo um terrível fardo de culpa que depois de 40 anos ainda está indelével em minha consciência, e quanto mais velho fico, mais pesado é o fardo de minha alma''.

Ele havia roubado um objeto de valor da dona da casa. Posteriormente, quando a perda foi descoberta, lançou a culpa sobre a servente da casa, que como resultado perdeu o ganha pão e a dignidade. Ele continua: "Acusei-a como ladra, lançando assim uma jovem honesta e nobre na vergonha e na miséria. Ela me disse então: 'O senhor lançou a desgraça sobre mim, mas eu não desejo estar no seu lugar.' A lembrança frequente disto dá-me noites de insônia, como se fosse ontem que tal fato aconteceu. É certo que algumas vezes minha consciência esteve adormecida, mas agora ela me atormenta como nunca dantes. Este fardo está mais pesado agora sobre o meu coração; sua lembrança não morre. Tenho que fazer uma confissão."

Muitas pessoas lançam acusações injustas e mentirosas contra outros, estão arruinando a vida de outros, perseguindo, acusando falsamente, inventando mentiras, exagerando circunstâncias, e sendo intolerantes. Eles não medem as trágicas consequências tanto para os culpados quanto para os inocentes. Essas pobres vítimas em sua angústia podem clamar ao Deus de Davi e suplicar pela vindicação de sua causa. E como resultado, os seus opressores podem vir a sofrer sob a ira de Deus que não abandona os seus filhos oprimidos porque alguém tocou na “menina dos Seus olhos”.

Porém, atrás de tudo isso se encontra um inimigo mais terrível, sobre o qual poucos se preocupam. Davi comparou os seus inimigos aos leões: “Parecem-se com o leão, ávido por sua presa, ou o leãozinho, que espreita de emboscada.” (V. 12). Disse o apóstolo Pedro: “Sede sóbrios e vigilantes. O Diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo.” (1Pe 5:8-9). Não admira que o salmista apelasse à misericórdia e bondade de Deus! Somente por Sua bondade somos guardados e protegidos, e o maligno, que tão prontamente deseja nos destruir, fugirá desconcertado e vencido.

III - Um Apelo por Livramento (vs. 13-15)

Davi apela para que Deus execute a Sua justiça, livrando a sua alma ameaçada pelos mais ferozes inimigos: 

“13 Levanta-te, Senhor, defronta-os, arrasa-os; livra do ímpio a minha alma com a tua espada,
14 com a tua mão, Senhor, dos homens mundanos, cujo quinhão é desta vida e cujo ventre tu enches dos teus tesouros.” (vs. 13-14)

Muitos cristãos ficam perplexos diante de tais palavras de imprecação e maldição contra os ímpios. Não podem compreender: “Como pode Davi orar para que Deus arrase e destrua a esses homens? Não sabia que era o seu dever amar os seus inimigos?” Há uns 10 salmos imprecatórios, salmos que invocam a maldição de Deus contra os inimigos do salmista. Entretanto, Davi estava promovendo a glória de Deus ao buscar a sua libertação e a de seu povo Israel. O governo desses ímpios oprimia a esse povo, e perseguia ao futuro rei Davi. Portanto, ele pede a libertação de Jeová, a Sua pronta ação defrontando e destruindo a esses  perseguidores, cujos pecados e impiedades já ultrapassavam os limites da paciência humana. Portanto, esta oração era da vontade de Deus e foi inspirada por Ele.

E ademais, como eram esses homens? Davi já havia definido o caráter deles como perversos, opressores, inimigos de morte (v. 9-11). Agora, ele acrescenta a base de sua impiedade, dizendo que eram “homens mundanos, cujo quinhão é desta vida, e cujo ventre” está cheio dos tesouros de Deus (v. 14). Isso nos remete às palavras do apóstolo Paulo, que disse: “Observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós. Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas.” (Fl 3:17-19).

Aqui temos a definição do que significa ser ímpio: Ímpio é aquele que só se preocupa com as coisas deste mundo, com as comidas e bebidas do mundo, com as modas do mundo e com as glórias do mundo. Não admira que “o destino deles é a perdição.” “São inimigos da cruz de Cristo” e só se satisfazem com as coisas mundanas. Esta era a tendência de Sodoma: “Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma - soberba, fartura de pão e próspera tranquilidade teve ela e suas filhas; mas nunca amparou o pobre e o necessitado.” (Ez 16:49). Eles só se satisfaziam com as coisas mundanas.

Entretanto, o salmista Davi se satisfazia com algo muito mais nobre, e assim também todos os cristãos: “Eu, porém, na justiça, contemplarei a Tua face; quando acordar, eu me satisfarei com a Tua semelhança.” (v. 15). O que significa a expressão “na justiça”? Davi confia em Deus e na Sua justiça. Portanto, é baseado “na justiça” de Deus que ele tem a convicção de contemplar a Sua face. Não podemos ser baseados em nossa justiça própria; nossa única esperança é a justiça de Cristo, segundo a qual nós O veremos em glória e majestade, depois de ver a Sua libertação de todos os nossos inimigos. Então, contemplaremos a Sua face, como a face do nosso Deus eterno.

Mas, quando será isso? Disse Davi: “Quando acordar, eu me satisfarei com a Tua semelhança.” (v. 15). Para Davi essa esperança estava muito mais distante do que para nós. Mas, se ele fala de acordar de seu “sono da morte” (Sl 13:3), ele fala da ressurreição que acontecerá na segunda vinda de nosso Salvador Jesus Cristo. Qual era a esperança de Davi nesse tempo? Disse ele: “Eu me satisfarei com a Tua semelhança.” Enquanto os seus inimigos se satisfaziam com as coisas mundanas, Davi se satisfazia na contemplação do Senhor eterno.

O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, e só pode se satisfazer na contemplação do seu Criador. Mas o pecado deslustrou esse brilho de glória. Então, veio o nosso Salvador para nos redimir e nos resgatar, derramando o Seu sangue na Cruz do Calvário, a fim de que novamente tivéssemos a Sua semelhança, e nos satisfizéssemos com a glória de Deus nEle e em nós refletida.

“Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro.” (1Jo 3:2-3).

Pr. Roberto Biagini
(Nisto Cremos) Grifos meus

Você sabe como é fabricada a margarina?

Nas prateleiras dos supermercados, a grande dúvida: O que passar no pão, manteiga ou margarina? A diferença básica entre as duas poderia ser resumida no fato de que a primeira é de origem animal e a segunda de origem vegetal. Mas todo resumo pode esconder detalhes importantes... Tudo começa com um processo químico chamado hidrogenação. De forma simplificada, é  o acréscimo de hidrogênio ao óleo vegetal, matéria-prima usada na fabricação da margarina. De óleo, ele passa a ser gordura, com ponto de fusão em temperatura mais alta e com maior estabilidade no processo de oxidação. Em resumo, a partir da hidrogenação os óleos se solidificam, dando origem à gordura hidrogenada, base da margarina. O problema é que o processo de hidrogenação dos óleos forma isômeros trans dos ácidos insaturados. A famosa gordura trans, conhecida por reduzir o bom colesterol (HDL) e elevar o mau colesterol (LDL).

A gordura trans também é encontrada em quantidades pequenas em animais como bois, cabras, ovelhas e búfalos (de 2 a 5% da gordura total desses animais). Mas, no caso dos óleos vegetais parcialmente hidrogenados, representam de 50 a 60% da gordura total. E qual a diferença?


Um detalhe importante é que o tipo de gordura trans predominante nos animais (carne, leite e derivados) é diferente daquele predominante em margarinas, gorduras vegetais hidrogenadas e óleos comerciais parcialmente hidrogenados.

A preocupação dos especialistas com relação às gorduras trans está concentrada especialmente nos produtos industrializados e não na gordura presente na carne e no leite naturais e integrais. Além disso, o organismo reconhece a gordura da manteiga como natural e consegue metabolizá-la, o que não acontece com a margarina, que é recebida pelo organismo como uma gordura “estranha”.

Mas... e as margarinas sem gordura trans? A partir da década de 50, estudos demonstraram efeitos adversos relacionados a esse tipo de gordura, como ataques cardíacos, alguns tipos de câncer, diabetes, disfunção imunológica e obesidade.

Com a descoberta de tantos malefícios, muitas indústrias passaram a lançar no mercado margarinas livres do “problema”. O que não quer dizer que elas tenham se tornado mais saudáveis.

Uma das saídas encontradas pelos fabricantes foi acrescentar à fabricação o processo de interesterificação, que não gera gordura trans e mantém a textura cremosa do produto. Todas as margarinas com zero trans têm gordura interesterificada, que nada mais é que um óleo vegetal modificado quimicamente.

Há também a margarina light, que contém alto teor de água e por isso é reduzida em gorduras e calorias quando comparada em um mesmo volume com as margarinas tradicionais.

Mesmo com as novas alternativas industriais, a qualidade do produto alimentício não mudou. Vale lembrar que a margarina é artificial, cuja base, um óleo vegetal produzido sob alta pressão e temperatura, é totalmente modificado pela hidrogenação química.

Após a hidrogenação, branqueadores modificam a cor acinzentada e retiram o odor desagradável que fica na gordura. Ao produto são adicionados pelo menos sete aditivos químicos sintéticos entre corantes, aromatizantes, espessantes e vitaminas A sintéticas. A margarina vai então para os mercados com o rótulo de “alimento saudável”.

Ah, o marketing... A conhecida propaganda de margarina, que relaciona o consumo do produto a ambientes saudáveis e alegres, é em geral estrelada por atores bonitos que formam a clássica “família feliz”. Uma forma bastante convincente para arrebanhar um número crescente de consumidores ao longo dos anos. Entre 1910 a 1970, o consumo de gordura animal entre os norte-americanos baixou de 83% para 62% e o consumo de óleos vegetais e margarina aumentou 400%.

A história do seu surgimento está relacionada a uma grave crise econômica na França, no final do século XIX, quando produtos como a manteiga aumentavam de preço e o país necessitava de gêneros alimentícios que tivessem fácil conservação e um preço razoável.

Após vários experimentos, o químico Mége Mouriés conseguiu produzir uma nova gordura que seria a base da margarina. A palavra vem do “margaron”, que significa “pérola”, devido à aparência perolada que conhecemos.

Até hoje, o apelo financeiro é determinante. Muitos produtos industrializados têm como base a gordura hidrogenada por seu baixo custo industrial – e um alto custo para a saúde.

(Fonte: Alimentos Orgânicos – Ampliando os conceitos de saúde humana, ambiental e social, de Elaine de Azevedo. Ed. Senac, 2012; via Superinteressante)


Nota: Entre um alimento feito com gordura animal e um produzido de maneira industrial e nocivo, é melhor abandonar os dois.

Por Michelson Borges (Projeto Original)

sábado, fevereiro 15, 2014

É o Espírito Santo Deus?


Aqueles que não querem aceitar o Espírito Santo como Deus, dizem que o Espírito Santo é o mesmo Espírito de Deus, ou o Espírito de Jesus ou uma influência, ou um poder ou uma energia ou outra coisa qualquer menos Deus. O objetivo deste estudo é analisar cuidadosamente o texto de S. João 14:16 focalizando com atenção uma palavra grega- ALLÓS. O texto diz: "E Eu rogarei ao Pai e Ele vos dará OUTRO Consolador, afim de que esteja para sempre convosco".Aqui temos três Pessoas distintas, o Pai, Jesus e o OUTRO Consolador. Neste texto não diz quem é o Consolador, embora saibamos que Ele é o Espírito Santo, por outros textos. Nosso estudo será descobrir se o Espírito Santo é da mesma natureza e da mesma essência que o Pai e o Filho ou se Ele é de natureza e essência diferente.

I Parte: Aspectos divinos que distinguem Deus de outros deuses:

1. Onisciente (Salmo 139:1-4)
2. Onipotente (Mateus 19:26)
3. Eterno (Salmo 90:2)
4. Imutável (Malaquias 3:6)
5. Bondade (Salmo 145:9)
6. Amor (I João 4:8)
7. Onipresente (Salmo 139:7-12)
8. Criador (Êxodo 20:11)


Aspectos divinos que distinguem Cristo de outros deuses:

9. Onisciente (Salmo 139:1-4)
10. Onipotente (Mateus 19:26)
11. Eterno (Salmo 90:2)
12. Imutável (Malaquias 3:6)
13. Bondade (Salmo 145:9)
14. Amor (I João 4:8)
15. Onipresente (Salmo 139:7-12)
16. Criador (Êxodo 20:11)

(1) Trinity, Whidden, Moon e Reeve, pág. 22 e 23 – Review and Herald, publishing Association USA, 2002.

II Parte :Diferenças entre duas palavras gregas.

Em português, temos apenas uma palavra para distinguir um elemento da mesma espécie ou de espécie diferente. Exemplo: Se eu disser: Eu tenho uma caneta, mas preciso de outra. A pessoa que me atende poderá trazer-me outra caneta igual àquela que está em minhas mãos. Porém, se eu quiser uma caneta diferente daquela que tenho em mãos, eu falo por favor me traga outra caneta. Neste caso, preciso acrescentar – Outra caneta diferente. Porque a palavra OUTRO para designar algo igual ou OUTRO para designar algo diferente, em 


português é a mesma. Entretanto, esta similaridade de palavras, não existe em Grego. Quando você diz: Quero OUTRA caneta, se você quer uma caneta igual, da mesma substância, da mesma qualidade, da mesma espécie então, você usa a palavra ALLÓS. Porém se você quiser uma caneta diferente, de espécie diferente, de substância diferente, desigual, então você usará a palavra HETERÓS. Trinity, Whidden, Moon e Reeve, pág. 122 – Review and Herald, publishing Association USA, 2002.

"Em Grego existem duas palavras para OUTRO: Allós significa outro da mesma espécie, enquanto Heterós, significa outro de espécie diferente" (2) Undertanding the Trinity, Max Hatton, pág. 113 – Autumn House, Alma Park Grantham, England, 2001.

Textos onde a palavra OUTRO – ALLÓS, é usada para indicar elementos da mesma espécie:

1. "Eu, porém vos digo que não resistais ao mal; mas se qualquer te bater na face direita, oferece também a OUTRA. (Allós) Mateus 5:39 – Outra face, da mesma espécie".
2. "E Pedro estava da parte de fora, à porta. Saiu então o OUTRO (Allós) discípulo que era conhecido do Sumo Sacerdote, e falou à porteira, levando Pedro para dentro." João 18:16 – João era o outro discípulo, da mesma espécie que Pedro.
3. "Foram pois os soldados e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao OUTRO (Allós) que com ele fora crucificado." João 19:32 – Outro ladrão, da mesma espécie." Geofrey W. Bromiley, Theological Dictionary Of The New Testament, pág. 43 e 44, William B. Eerdmans Publishing Company Grand Rápids, 1986.

Vejamos alguns textos onde a palavra OUTRO – HERTERÓS, é usada para indicar elementos de espécie ou de natureza diferente.

1- "Maravilho-me de que tão depressa passásseis dAquele que vos chamou à graça de Cristo para OUTRO (Heterós) evangelho" Gálatas 1:6 – Outro evangelho, de espécie diferente, de natureza diferente.

2- "Porque se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis OUTRO (Heterós) Espírito que não recebestes, ou OUTRO (Heterós) evangelho, que não abraçastes, com razão sofrereis." II Coríntios 11:4 – Outro evangelho ou outro Espírito, de espécie diferente. (Em Atos 15:1 e 5 está a explicação do conteúdo deste OUTRO evangelho e deste OUTRO Espírito. Eram coisas diferentes daquelas que Paulo tinha ensinado. Era um evangelho misturado com tradições judaicas)

3- "Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o OUTRO (Heterós) ou se dedicará a um e desprezará o OUTRO. (Heterós) Não podeis servir a Deus e a mamom." Mateus 6:24 – Outro senhor, de espécie diferente, de natureza diferente.

4- "Os quais Jason recolheu, e todos estes procedem contra os decretos de César, dizendo que há OUTRO (Heterós) Rei Jesus." Atos 17:7 – Outro rei, Jesus era um rei diferente do rei César. Geofrey W. Bromiley, Theological Dictionary Of The New Testament, pág. 265 e 266, William B. Eerdmans Publishing Company Grand Rápids, 1986.

Como você notou, existe uma grande diferença entre ALLÓS, outro da mesma espécie, ou da mesma natureza e HETERÓS, outro de espécie diferente, ou de natureza diferente.

Aqui nasce a pergunta vital: Em João 14:16 João usou a palavra ALLÓS ou HETRÓS para indicar o OUTRO Consolador que o Pai enviaria? Resposta: João usou a palavra ALLÓS. Agora leia mais uma vez acima os aspectos que distinguem Deus e Jesus de outros deuses. Tendo isso em mente, podemos afirmar: O Pai é Deus, Jesus é Deus e o Espírito Santo é da mesma substância e da mesma espécie, então o Espírito Santo é Deus.

III Parte: Comprovação Bíblica e do Espírito de Profecia de que o Espírito Santo tem as mesmas características que distinguem Deus.

A. O Espírito Santo é onipotente. Romanos 15:19 diz: "Pelo poder dos sinais e prodígios na virtude do Espírito de Deus..."

"Ao pecado só poderia resistir e vencer por meio da poderosa operação da terceira pessoa da Divindade, (Trindade) à qual viria, não como energia modificada, mas na plenitude do divino poder." (3) DN pág. 501- Ellen White, Casa Publicadora Brasileira, Santo André, São Paulo, Terceira Edição

B. O Espírito Santo é onipresente. No Salmo 139:7 lemos: "Para onde me irei do Teu Espírito, e para onde fugirei da Tua face?"

"As circunstâncias podem nos separar de todos os amigos terrestres. Nenhuma porém, pode nos separar do celeste Consolador. Onde estivermos, onde formos, Ele estará sempre ao nosso lado para apoiar, suster, erguer e animar." (4) (DN, idem, pág. 500)

C) O Espírito Santo é onisciente: O apóstolo Paulo diz: "Mas Deus no-las revelou pelo Seu Espírito: porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus". Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus." I Coríntios 2:10 e 11.

"O Espírito Santo é o representante de Cristo, mas despojado da personalidade humana e dela independente. Embaraçado com a humanidade, Cristo não poderia estar em toda a parte em pessoa. Era portanto do interesse deles que fosse para o Pai e enviasse o Espírito Santo como Seu sucessor na terra. Ninguém poderia ter então vantagem devido a sua situação ou seu contato pessoal com Cristo. Pelo Espírito o Salvador seria acessível a todos. Nesse sentido estaria mais perto deles do que se não subisse ao alto." (7) DN, pág. 499, Ellen G. White, Casa Publicadora Brasileira, Santo André, São Paulo, Terceira Edição.

D) O Espírito Santo é eterno. "Os eternos dignitários – Deus, Cristo e o Espírito Santo munindo os discípulos de energia sobre-humana... Avançariam com eles para a obra e convenceriam o mundo do pecado." (5) Manuscrito 145, 1901

E) O Espírito Santo é infinito. "Somos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, e estes três grandes poderes infinitos estão harmoniosamente comprometidos a trabalhar em nosso favor se cooperarmos com Eles" (6) M.M. 1992, pág. 110

F) O Espírito Santo pode ser blasfemado – "Portanto Eu vos digo: todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens....Mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro." (Mat. 12:31 e 32) O que é blasfêmia? Blasfêmia é um tipo de insulto pessoal dirigido unicamente a Deus. É quando alguém se coloca no lugar de Deus ou assume as prerrogativas devidas unicamente a Deus. Ver Whidden, Moon e Reeve, The Trinity, pág. 71 e 72, Review and Herald Publishing Association, USA, 2002

Quando Jesus perdoou o pecados do paralítico, os judeus disseram que Ele blasfemou porque reconheciam que o ato de perdoar pecados é atribuição exclusiva de Deus. "Os fariseus tomaram essas palavras como blasfêmia, e conceberam a idéia de apresentá-las como pecado digno de morte. Disseram em seu coração: "Ele blasfema; quem pode perdoar pecados senão só Deus? Ellen White, DN, pág. 269, CD Room, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí SP, 2002".

Quando Satanás sugeriu que Cristo o adorasse, Jesus teve esta atitude como blasfema. "Ao solicitar Satanás homenagem, despertou-se a divina indignação de Cristo e não pôde mais tolerar a blasfema pretensão de Satanás, ou mesmo permitir que ficasse em Sua presença."- Ellen White, História da Redenção, pág. 286, CD Room, Casa Publicadora Brasileira, Tatuí SP, 2002"

Quando Jesus Se comparou com Deus, eles disseram: ""Não Te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo Tu homem, Te fazes Deus a Ti mesmo." João 10:33. Se blasfemar é um ato pecaminoso dirigido unicamente a Deus, e se há a possibilidade de alguém blasfemar contra o Espírito Santo, a conclusão é que Ele é Deus.

Max Hatton reconhece que o Espírito Santo é uma pessoa da trindade. Diz ele: "O Espírito Santo é uma pessoa da trindade. Ele não é o Pai, e nem o Filho. Ele é coeterno com os três" (8) Max Hatton, idem pág. 119.

Ellen White reconhece claramente que o Espírito Santo é uma pessoa como o próprio Deus. Diz Ela: "Precisamos reconhecer que o Espírito Santo, que é tanto uma pessoa como o próprio Deus, está andando por esses terrenos.". (9) Evangelismo pág.616 – Ellen White, Casa Publicadora Brasileira, Santo André, São Paulo, 1975.

"O Espírito... nos assiste em nossa fraqueza" (Rom. 8:26); e o Espírito, sendo Deus, conhece a mente de Deus..." Ellen White - Recebereis Poder, pág. 26.

Conclusão:

O Espírito Santo é OUTRO (Allós) Consolador, DA MESMA ESPÉCIE, infinito, eterno onipresente, onipotente, e onisciente. Se o Pai é Deus, se Jesus é Deus, e o Espírito Santo é da mesma espécie, ENTÃO ELE É DEUS. É um Mestre amoroso, é uma Pessoa interessada em nosso presente e futuro. Embora unido ao Pai e ao Filho em substância, tem sua própria personalidade e tarefas.

Pr. Ivanaudo B. de Oliveira (Nisto Cremos)