sexta-feira, dezembro 28, 2012

SPA - A Síndrome do Pensamento Acelerado


No livro de Augusto Cury, Treinando a Emoção para ser Feliz, ele menciona a SPA - Síndrome do Pensamento Acelerado.
A SPA é uma doença moderna caracterizada principalmente pelo excesso de estímulos abstraídos da televisão, Internet, etc. As pessoas que sofrem desse problema não conseguem manter uma qualidade de vida desejável, pois são inconstantes, insatisfeitas e emocionalmente instáveis. A ansiedade que manifestam no dia-a-dia faz com que se sintam desmotivadas e impulsionadas a querer sempre mais, daí a inconstância e a compulsão pelas conquistas... Enfim, vou transcrever a parte do livro onde Augusto Cury relata sobre a Síndrome do Pensamento Acelerado, e desde já recomendo a leitura do livro todo, muito interessante.

"Criamos sociedades complexas, construímos diálogos, produzimos ciência, porque somos uma espécie pensante. Ser uma espécie inteligente nos trouxe enormes vantagens, mas o exercício inadequado da atividade do pensamento trouxe enormes problemas, tais como guerras, discriminações, crimes, injustiças sociais. Não bastassem os problemas de fora, a atividade inadequada do pensamento trouxe transtornos internos. Um desses problemas é a síndrome SPA, a síndrome do pensamento acelerado. A síndrome SPA é uma síndrome que descobri ao longo de minhas pesquisas.

O pensamento tem de ter uma velocidade produtiva adequada para propiciar saúde emocional. Se essa velocidade está aumentada, ela pode causar uma série de sintomas, tais como irritabilidade, insatisfação existencial, dificuldade de concentração, déficit de memória, fadiga excessiva, sono alterado, dificuldade de extrair prazer nos estímulos da rotina diária, sentimento de vazio existencial.

A síndrome SPA provoca sintomas mesmo que os pensamentos não tenham conteúdo perturbador. Ela é epidêmica, atinge grande parte da população mundial. Ela é gerada pelo excesso de estímulos produzidos pela imprensa escrita, pela mídia, pela ciência, pela educação, pelo trânsito de informações e preocupações nas relações sociais.

Uma edição como a do Jornal New York Times contém mais informações do que uma pessoa comum poderia incorporar durante toda a sua existência no século XVII nos EUA. Trilhões de informações são produzidas anualmente. Precisaríamos de mil anos para receber o que se produz em um mês no mundo.

O excesso de estímulo gera uma hiperexcitação da leitura da memória que produz uma hiperaceleração dos pensamentos, que por sua vez gera uma hiperexcitação da energia emocional, fechando assim o ciclo da síndrome SPA. Esta síndrome é geradora da ansiedade. Algumas doenças podem produzi-la, mas, atualmente, ela tem sido produzida como uma doença isolada desencadeada pelo ritmo alucinante e estressante do mundo moderno.

A característica básica dessa síndrome é que as pessoas não desligam suas mentes, não desaceleram seus pensamentos. O humor fica flutuante e irritadiço. Freqüentemente sofrem por antecipação. Costumo dizer que fazem o velório sem ter o morto. Os problemas não aconteceram, mas elas já estão angustiadas por eles. Freqüentemente se cobram excessivamente.

Muitos escritores, jornalistas, profissionais liberais possuem a síndrome SPA. Raramente um executivo não a tem. Eles são ótimos funcionários, se doam mais para a empresa do que seus próprios proprietários, mas são péssimos para si mesmos. Não cuidam de sua qualidade de vida. Muitos têm humor flutuante. Num momento estão no Pólo Norte; noutro, no Saara. A tranqüilidade e a irritabilidade nunca estiveram tão próximas.

Outra característica básica da síndrome SPA é o cansaço físico exagerado e inexplicável. Por pensar demais, os portadores dessa síndrome roubam energia do córtex cerebral, que é a camada mais evoluída do cérebro, energia esta que deveria ser utilizada nos órgãos do corpo, como musculatura. Assim, sentem uma fadiga impressionante. Muitos procuram médicos para checar se têm alguma doença. Os médicos, desconhecendo essa síndrome, pedem uma série de exames desnecessários.

Os portadores da síndrome SPA lutam para conquistar algo, mas quando conseguem, logo perdem o prazer. Eles amam o desafio, mas não sabem desfrutar do pódio. Detestam a rotina, estão sempre em busca de novos estímulos para ter um pouco de satisfação. Contudo, não têm uma emoção contemplativa e estável, pois ela é continuamente torpedeada pela avalanche de pensamentos que eles produzem.

Embora tenha citado vários sintomas da síndrome SPA, gostaria de destacar quatro: pensamento acelerado, fadiga excessiva, flutuação do humor e dificuldade de contemplar o belo nos pequenos estímulos da rotina diária. Dois desses sintomas já caracterizam a síndrome. Se você tiver alguns, não se perturbe. Apenas considere que precisa mudar seu estilo de vida. Precisa treinar sua emoção para desacelerar seus pensamentos e se tornar uma pessoa estável, feliz e tranqüila." 

Augusto Cury

É algo realmente muito sério e muito presente. E você, tem sentido alguns dos sintomas das SPA? Ou tem percebido isso atualmente em outras pessoas?

quarta-feira, dezembro 19, 2012

Na Mira da Verdade - O que significa o número da besta? Haverá mesmo um bio-chip?

Crepúsculo e um espírito terrível


Muito poucas pessoas estão conscientes da verdade chocante de que tanto Stephenie Meyer, autora da saga Crepúsculo, e JK Rowling, autora da série Harry Potter, parecem ter escrito seus romances enquanto os espíritos do mal as dirigiam. Tal como Rowling, Meyer dirigiu seus olhares à nossa juventude vulnerável. O Wall Street Journalinformou que “Crepúsculo tem como alvo a alma coletiva da jovem América, e terá certamente o seu caminho”. Meyer afirma que ela foi obrigada a escrever Crepúsculo depois que a primeira história foi comunicada a ela através de um sonho, em junho de 2003. Meyer admitiu: “Eu acordei (naquele 2 de junho) depois de um sonho muito vívido. No meu sonho, duas pessoas estavam tendo uma conversa intensa no meio da floresta. Uma dessas pessoas era apenas uma garota comum. A outra pessoa era fantasticamente linda, brilhante, era um vampiro. Eles estavam discutindo as dificuldades inerentes ao fato de que (a) eles estavam se apaixonando, enquanto (b) o vampiro estava particularmente atraído pelo cheiro do sangue dela, e estava tendo um momento difícil impedindo-se de matá-la imediatamente [...] eu digitei o máximo que eu podia lembrar, chamando os personagens de ‘ele’ e ‘ela’” (fonte: www.stepheniemeyer.com).

Esse sonho foi tão significativo para a saga de Crepúsculo, que Meyer produziu uma transcrição dele no capítulo 13 do seu livro Crepúsculo, intitulado “Confissões”. “Meyer afirma que algum tempo depois de ela ter ‘recebido’ o sonho revelador, ouviu vozes incessantes em sua cabeça que não iriam parar até que ela fosse escrever. ‘Bella e Edward [o vampiro] foram, literalmente, as vozes na minha cabeça. Eles simplesmente não podiam calar a boca. Eu ficava acordada até o quanto conseguia ficar, tentando colocar todas as coisas que estavam em minha mente no papel, e depois engatinhei exausta para a cama [...] Apenas para ter um início de conversa na minha cabeça.’”

Assim a oculta e obscura história de Meyer fluiu tão furiosamente que ela disse, às vezes, “eu não conseguia digitar rápido o suficiente”. Ela terminou o conto obscuro, embora fosse seu primeiro livro, em apenas três meses. Meyer também disse: “Estou muito ansiosa para finalmente ter o Crepúsculo nas prateleiras, e um pouco assustada também. No geral, ele foi um verdadeiro trabalho de amor, amor por Edward e Bella e todo o resto dos meus amigos imaginários, e estou muito feliz que outras pessoas chegaram a conhecê-los agora.” Meyer declarou também que “os personagens de Crepúsculo eram tão reais para mim, que eu queria que outras pessoas os conhecessem”.

Infelizmente, se a verdade fosse conhecida e os fãs de Crepúsculo estivessem realmente conscientes da natureza obscura e maligna das forças “reais” que estão por trás dessa saga, eles correriam para a saída mais próxima. Embora a entidade espiritual tenha aparecido como Edward, nos sonhos de Meyer, e tenha se comunicado com ela enquanto ela estava consciente, ele revelou mais sobre sua verdadeira natureza do que Meyer esperava.

Meyer confessou a EW.com: “Eu realmente tive um sonho depois que terminei o Crepúsculo, nele Edward veio me visitar, apenas eu estava errada e ele realmente bebia sangue como todos os outros vampiros e não podia viver com o sangue dos animais da maneira que eu tinha escrito. Nós tivemos essa conversa e ele foi aterrorizante.”

Um demônio com qualquer outro nome ainda é um demônio. Em lugar de ser o “um demônio vampiro bom” que é capaz de se conter e não beber o sangue de Bella, como os demônios do passado, que exigiam o sangue das crianças através do sacrifício delas, é evidente que as entidades espirituais por trás de Crepúsculo são os mesmos velhos demônios.

Meyer e o gnosticismo mórmon

Pode ser significativo que Stephenie Meyer escolheu uma mulher segurando uma maçã para a capa de Crepúsculo, um antigo símbolo do fruto proibido comido por Eva, quando ela se rebelou contra seu Criador e procurou ter a posição do próprio Deus. Embora não possamos ter certeza de que tipo de fruto estava na árvore do conhecimento, a maçã se tornou uma representação popular do fruto proibido que Satanás usou para enganar Eva. Meyer, que é mórmon, poderá ver a maçã do jeito que muitos líderes mórmons e satanistas do passado viram. 

Assim como o gnosticismo antigo e a nova espiritualidade, o mormonismo ensina que uma pessoa pode se tornar um deus por meio do conhecimento secreto. Antigos gnósticos veneravam a serpente e celebravam a participação de Eva ao comer o fruto proibido no Éden. Na Igreja Mórmon, uma pessoa consegue atingir a divindade por meio da doação de dinheiro ao templo e de rituais secretos mórmons.

Tragicamente, os líderes mórmons, assim como seus predecessores gnósticos, têm torcido o relato de Gênesis e têm feito da queda de Eva, ao comer o fruto proibido, uma etapa heroica para alcançar a divindade. Os líderes mórmons contradisseram o testemunho do próprio Deus como registrado no livro de Gênesis e ensinaram que Satanás teria dito a verdade a Eva, oferecendo a deificação da humanidade. Brigham Young, o profeta mais reverenciado no mormonismo depois de Joseph Smith, repetiu a mentira de Satanás no Éden, quando declarou: “O diabo disse [a Eva] a verdade [sobre a divindade] [...] Eu não culpo a Mãe Eva. Eu não a teria deixado perder a oportunidade de comer o fruto proibido por qualquer coisa no mundo” (Deseret News, 18 de junho de 1873, no púlpito do Tabernáculo Mórmon, em Salt Lake City, em 8 de junho de 1873).

O ex-presidente mórmon Joseph Fielding Smith declarou: “A queda do homem veio como uma bênção disfarçada [...] eu nunca falei da parte que Eva teve nessa queda como um pecado, nem posso acusar Adão por ter pecado [...] nem sempre é um pecado transgredir a lei [...] Dificilmente podemos olhar para qualquer coisa que resulta em benefícios como se fosse pecado” (Joseph Fielding Smith, Doutrinas de Salvação, v. 1, p. 113-115).

Sterling Sill, adjunto do Conselho dos Doze Apóstolos Mórmons, disse: “Essa antiga doutrina sectária, construída em torno da ideia de depravação natural do homem e da fraqueza herdada de Adão, é a raiz de inúmeros problemas entre nós. Adão foi um dos maiores homens que já viveu na Terra [...] Adão caiu, mas ele caiu na direção certa. Ele caiu em direção à meta [...] Adão caiu, mas ele caiu ‘para cima’” (Deseret News, Church Section, July 31, 1965, p. 7).

Como o antigo gnosticismo, o mormonismo ensina que a desobediência de Adão a Deus e a obediência a Satanás não só abriu-lhe os olhos, mas o potencial dele para compreender “a consciência de Deus” e a verdadeira alegria. Tal ensino, que torna a serpente uma salvadora, é refletido nas Escrituras Mórmons feitas no século 19: “E naquele dia Adão bendisse a Deus dizendo [...] por causa da minha transgressão, meus olhos estão abertos e nesta vida vou ter alegria” (Pearl of Great Price, Book of Moses 5:10-11), e “Adão caiu para que os homens pudessem existir, e os homens existem, para que tenham alegria” (The Book of Mormon, 2 Nephi 2:22-25).

O apóstolo Paulo advertiu os cristãos primitivos a terem cuidado para que Satanás não os seduzisse da mesma forma como seduziu Eva: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo” (2 Coríntios 11:3).


A nova onda de vampirismo


O livro Crepúsculo (e o filme dele derivado), de Stephenie Meyer (também autora de A Hospedeira), vem fazendo muito sucesso, especialmente entre jovens. Crepúsculo ajudou a reforçar a nova onda de vampirismo que tomou conta das livrarias e cinemas, assim como aconteceu com a bruxaria, alavancada pela série “Harry Potter”. Como ocorre neste exemplo e naquele, muita gente acha que se trata de simples literatura “inocente”. Será? Analisemos brevemente o vampirismo. 

A crença em vampiros é muito antiga e em certos lugares, como a Romênia (terra do Drácula), ela sobrevive até hoje. Deriva da noção de que a vida está no sangue e do costume de alguns homens no passado beberem sangue para “renovar a vitalidade”.

O vampiro – ser mitológico, imortal, com dentes proeminentes e que se alimenta do sangue de suas vítimas – é conhecido por vários nomes, como vrykolakes, katakhanoso, upiry, blutsäuger, e outros. Os chineses antigos temiam o Giang shi, demônio que bebia sangue. Os peruanos pré-colombianos acreditavam numa classe de demônios chamados canchus ou pumapmicuc, os quais sugavam o sangue dos jovens adormecidos. Além disso, há quem acredite que a ideia de vampiro supõe o conceito oriental do eterno retorno, segundo o qual ninguém é realmente destruído, mas volta vezes sem fim em reencarnações sucessivas. 

Entre os romenos, os vampiros sempre representam o mal. Sua jornada para o “outro mundo” foi interrompida e eles são condenados a vagar entre os vivos por um tempo. Hoje é na Transilvânia que a lenda dos vampiros tem seu apelo mais forte. Na Europa Oriental, diz-se que os vampiros têm dois corações ou duas almas. Uma vez que um desses corações ou uma dessas almas nunca morre, o vampiro permanece um “morto-vivo”. Acredita-se que criminosos, bastardos, feiticeiras, mágicos, pessoas excomungadas, os que nascem com dentes e crianças não batizadas podem se tornar vampiros. Além disso, o sétimo filho de um sétimo filho está condenado a se tornar vampiro, num determinismo pra lá de injusto. Creio que já basta, né?

O livro de Meyer (que é membro da Igreja dos Santos dos Últimos Dias [!]), por mais que pareça “literatura para garotas” (como escreveu uma comentarista), um romance para mero entretenimento, tem a conhecida característica satânica de dourar a pílula para apresentar uma mensagem anticristã como pano de fundo, embrulhada para presente num papel tão bonito que muita gente nem se apercebe da podridão que está dentro do pacote. 

Para mim, a história faz pensar no perigo de se brincar com o mal, afinal, a protagonista se apaixona por um vampiro. E aí começa, na cabeça de alguns leitores, o conflito entre sentimento (paixão) e princípios, com a clara mensagem de que vale a pena se arriscar. Mas não vale. Com princípios a gente não negocia. Uma mente pura e dirigida pela Palavra de Deus não tem preço e não é qualquer literatura que deve competir por espaço em nossas agendas tão apertadas. O tempo é precioso, quase tanto quanto o sangue, e livros como os de Meyer são verdadeiros “vampiros” que sugam o tempo que deveria ser devotado a coisas mais edificantes e úteis.

Ellen White escreveu: “A natureza da experiência religiosa de uma pessoa revela-se no caráter dos livros que ela prefere em seus momentos de lazer. ... Indicando o caminho da salvação mediante Cristo, é a Bíblia nosso guia para uma vida mais elevada e melhor. Contém as mais interessantes e instrutivas histórias e biografias que já foram escritas. Aqueles cuja imaginação não foi pervertida pela leitura de ficção, hão de achar a Bíblia o mais interessante dos livros” (Mensagens aos Jovens, p. 273, 274).

Por que será que tantos jovens consideram enfadonha a leitura das Escrituras? Não seria pelo tipo de entretenimento com os quais têm desperdiçado o tempo? Segundo a lenda, se o vampiro mistura seu sangue ao de sua vítima, essa pessoa se torna um “morto-vivo”. Na vida real, pela contemplação de coisas sem valor, pela mistura do sagrado com o profano, muitos cristãos estão parecendo “mortos-vivos” espirituais, distantes do plano que Deus idealizou para eles, uma vez que se encontram mentalmente amortecidos pelo coquetel midiático tão acessível e convidativo de nossos dias. 

Então, quer dizer que os cristãos estão proibidos de ler outra coisa que não seja a Bíblia? Não, mas, definitivamente, livros como Crepúsculo deveriam passar longe de nossos olhos. E se você leva sua vida espiritual a sério, basta contrastar esses livros (e filmes, e sites, e músicas...) com Filipenses 4:8. Esse é um bom filtro.

Por Michelson Borges

A Superdona da verdade


A revista Superinteressante, ao longo dos anos e cada vez mais distante de sua proposta original, se tornou extremamente previsível e redundante. Tanto é assim que, quase sempre nos meses de dezembro, os editores dela dão um jeito de publicar alguma coisa sobre Jesus, desde que seja algo sensacionalista e contrário ao que dizem os Evangelhos. O título da matéria de capa deste mês é autoexplicativo e típico: “Jesus, a verdade por trás do mito”. É a mesma ideia de sempre: o relato evangélico sobre Jesus é mitológico, mas a Superinteressante, com base em duas ou três fontes (sempre liberais ou simplesmente descrentes), tem a verdade. É a Superdona da verdade.

Segundo a reportagem, “é consenso entre os historiadores de que Jesus nasceu mesmo em Nazaré”. Então citam John Dominic Crossan, para quem “tanto Mateus quanto Lucas dizem que Jesus nasceu em Belém com o objetivo de dizer metaforicamente, simbolicamente, que ele é o ‘novo rei Davi’”.

E a revista prossegue em sua tentativa de desconstrução da história: “O motivo que Lucas dá para José e Maria terem ido a Belém não existiu. O governo de Augusto é extremamente bem documentado. E não há registro de censo nenhum. Menos ainda um em que as pessoas teriam que ‘voltar à cidade de seus ancestrais’.” “Isso não é verdade", afirma o teólogo e doutorando em arqueologia pela USP, Rodrigo Silva. "Os especialistas sabem comumente que a Biblioteca Nacional de Londres guarda vários desses censos romanos que ocorriam em ciclos de 14 em 14 anos. Alguns deles, como, por exemplo, o Papiro Oxyrynchus 225, datado do tempo de Tibério, mencionam a necessidade de cada cidadão voltar à sua aldeia natal durante o processo do recenseamento." 

Mas o fato é que, quando o assunto é a pessoa de Jesus Cristo, mesmo entre os incrédulos a resposta não é clara. “Existem aqueles que defendem a ideia do Jesus mito, dizendo que ele não foi nada além do que um plágio de divindades egípcias, gregas, romanas e do hinduísmo”, explica o pastor e teólogo Luiz Gustavo Assis, de Porto Alegre, RS. Alguns ateus militantes são taxativos em dizer que Jesus jamais existiu, e quase num malabarismo lógico (ou ilógico) tentam descartar as mais de dez referências extrabíblicas que O mencionam. Mais recentemente, o agnóstico Bart Ehrman lançou o livro Did Jesus Exist? The Historical Argument for Jesus of Nazareth(HarperOne, 2012), no qual ele curiosamente defende a historicidade do carpinteiro de Nazaré! “Afinal, quem está com a razão?”, pergunta Luiz.

Entre uma e outra crítica, existem uns poucos fatos bem conhecidos na matéria da Super. Por exemplo: “Outro consenso é o de que Jesus nasceu ‘antes de Cristo’. A fonte aí é a própria Bíblia [note como, de repente, numa crise de “bipolaridade jornalística”, a Bíblia passa a ser aceita como fonte histórica]. Mateus e Lucas dizem que Ele veio ao mundo durante o reinado de Herodes, o Grande (não confundir com Herodes Antipas, seu filho, o soberano da Galileia durante a fase adulta de Jesus). Bom, como esse reinado terminou em 4 a.C., Ele não pode ter nascido depois disso. E sobre o dia do nascimento a Bíblia é clara: não diz nada.” Curiosamente,Superinteressante escolhe os textos bíblicos que devem ser claros e confiáveis e descarta os que não quer que sejam confiáveis. Tanto é que, quando trata dos “reis magos”, sentencia: “Essa é uma história típica da mitologia em torno de Jesus.”

No quarto tópico tratado pela matéria sob o intertítulo “Jesus era só um entre vários profetas”, há a sugestão de que Jesus Cristo teria sido apenas um profeta. O especialista consultado é Chevitarese, para quem João Batista seria um “concorrente” de Cristo: “Ele não se ajoelharia na frente de Jesus e diria que não é digno de amarrar a sandália dele, como está nos evangelhos”, diz Chevitarese. E mais uma vez ficamos confusos: Superinteressante aceita ou não o relato dos Evangelhos?

Mais: não é possível aceitar que Jesus fosse apenas um profeta. Nenhum profeta bíblico jamais assumiu prerrogativas divinas como a de perdoar pecados e se dizer Deus. Conforme lembra Luiz Gustavo, no Antigo Testamento, o verbo hebraico salah (perdoar) só ocorre tendo Deus como sujeito. “Quando Jesus utilizou esse verbo, estava deixando bem explícito como Ele via a Si mesmo”, diz o teólogo. Jesus fez isso mais de uma vez, tanto é que quase foi apedrejado por blasfêmia. Fosse apenas humano e teria sido mesmo uma blasfêmia. Fosse apenas humano e não teria aceitado a declaração de Tomé: “Meu Senhor e meu Deus.” Se Jesus fosse apenas humano, jamais teria sido aceito como profeta, apenas. Ou seria um lunático ou um impostor. Não profeta.

O tópico 5 vai mais longe ao afirmar que Mateus, Marcos, Lucas e João não são os autores dos evangelhos. “Ninguém sabe quem escreveu os livros”, afirma a revista. Falso. Os chamados pais da igreja, ou seja, a geração seguinte de líderes que sucedeu os apóstolos, citaram vários textos dos Evangelhos, e os atribuem unânime e inegavelmente aos mesmos autores que temos hoje, a saber, Mateus, Marcos, Lucas e João. "Nenhum autor antigo nega qualquer dessas autorias ou apresenta autorias alternativas para os evangelhos", diz Rodrigo.

Outra “verdade” da Super: “O mais provável é que comunidades cristãs tenham encomendado esses trabalhos [os Evangelhos] – e ditado aos escribas as histórias que conhecemos hoje.” Por quê? Porque, segundo a revista, os discípulos seriam analfabetos. Contraditoriamente, a mesma matéria informa que Mateus era cobrador de impostos e que Lucas era médico. Seriam mesmo analfabetos? De acordo com o especialista em Novo Testamento Ben Whiterington III, do Asbury Theological Seminary, nos EUA, a palavra grega agrammatos, utilizada em Atos 4:13 referindo-se aos discípulos de Cristo, tem o significado de não ser treinado nas leis rabínicas e não significa ausência de instrução. (Certa ocasião, a revista Galileutambém afirmou que Jesus seria iletrado, esquecendo-se completamente da cena em que Ele escreve no piso do templo.)

“Dos evangelhos, o primeiro a ser escrito foi aquele que hoje [não apenashoje, mas desde sempre] é atribuído a Marcos, quase 40 anos após a morte de Jesus”, afirma a matéria, se esquecendo de que uma fonte tão recente assim em relação aos fatos ocorridos seria facilmente refutada pelas testemunhas oculares ainda vivas na época. Segundo Luiz Gustavo, atualmente existe acalorada discussão envolvendo um fragmento descoberto entre os Manuscritos do Mar Morto, na Jordânia, e o Evangelho de Marcos. Trata-se do documento 7Q5, que muito provavelmente seja o manuscrito mais antigo desse evangelho, de acordo com o falecido papirologista espanhol e teólogo Josep O’Callaghan. “É bom lembrar que a comunidade de Qumran foi destruída antes do ano 70 d.C., e na biblioteca deles já havia um exemplar do Evangelho de Marcos. Sem dúvida, ele deve ter sido escrito antes dessa data”, conclui Luiz. Os textos de Paulo são ainda mais próximos do tempo de Jesus. Um exemplo disso é 1 Coríntios 15:3-7. Trata-se de um antigo credo cristão que Paulo estava citando para os fiéis de Corinto. Existem várias palavras e expressões nesses versos que jamais foram utilizadas por ele em outras passagens, demonstrando que ele estava citando algo. Não só isso, mas os verbos “entregar” e “receber” eram termos técnicos utilizados no meio rabínico para transmitir tradições orais.

As fortes tendências semíticas nesses textos demonstram que esse credo surgiu na região de Jerusalém e Paulo deve ter tido contato com ele em algum momento depois de sua conversão, em 34 d.C., poucos anos após os ministério de Jesus, que se encerrou em 31 d.C. “Em outras palavras”, explica Luiz, “o que temos em 1 Coríntios 15:3-7 é um credo cristão falando da morte, sepultamento, ressurreição e das aparições de Jesus, elaborado pouco tempo depois desses eventos, e que facilmente poderia ser desmentido.”

Na contramão da Super, a jornalista Isabela Boscov, na revista Veja do dia 15 de dezembro de 2004, escreveu: “As fontes mais aceitas sobre a trajetória de Jesus – os evangelhos sinópticos, de Mateus, Lucas e Marcos – são consistentes com o que se sabe sobre a Palestina do século I, de forma que a chance de serem fruto da imaginação de seus autores é desprezível.”

Sir William Ramsey, célebre historiador do século 19, esforçou-se por demonstrar que o relato de Lucas estaria cheia de erros. Entretanto, após um longo período de sistemáticos estudos ele reconsiderou sua posição dizendo: “A história de Lucas é insuperável quanto a sua fidedignidade” (The Bearing of Recent Discoveries on the Trustworthiness of the New Testament[Grand Rapids: Baker], p. 81). Mas a Superdona da verdade consulta esse tipo de fonte? Não, nunca.

A revista não ia perder a chance de colocar o dedo na polêmica em torno dasuposta esposa de Jesus: ao falar a respeito dos “evangelhos apócrifos”, informa que “um deles é aquele descoberto recentemente e que ficou famoso por dizer que Jesus era casado”. Trata-se de um fragmento de papiro em que se lê: “Minha esposa [...].” O resto está cortado. “O manuscrito é dos anos 300 d.C. Bem mais recente que os evangelhos do Novo Testamento”, portanto, muito menos confiável que os manuscritos bíblicos. Mas o pior vem a seguir: “O que ele [o fragmento egípcio com texto incompleto e cortado] significa? Que alguma comunidade cristã daquela época acreditava que Jesus era casado.” Isso é interpretação mirabolante de quem não estuda a Bíblia. Ainda que acreditássemos na autenticidade do papiro, o fragmento de frase “Minha esposa [...]” poderia significar muitas coisas, inclusive uma menção à igreja, representada no Apocalipse (e em outros livros bíblicos) como a “esposa do Cordeiro”.

Além de também tentar redimir o traidor Judas (tópico 6) (leia sobre issoaquiaqui e aqui), no tópico 7, a revista vai mais longe: procura reinterpretar as palavras de Jesus (registradas nos evangelhos que ela não aceita, relembre-se). “O reino de Deus ou Reino dos Céus) que Jesus pregava iria acontecer aqui na Terra mesmo [...] Jesus chega a afirmar que o Reino de Deus já chegou”, diz o texto, numa clara tentativa de sugerir que Jesus não Se refere ao fim do mundo. Que falta faz a boa teologia!Superinteressante deveria fazer o dever de casa e perguntar a alguns bons teólogos por que Jesus Se referia ao reino de Deus no futuro e no presente. Algum desses estudiosos poderia explicar que Jesus faz menção ao reino da graça (presente) e ao reino da glória (futuro). Como Rei dos reis, onde Jesus está, ali está o reino dos Céus. Portanto, o reino já estava de fato entre as pessoas do século 1, e também pode estar com qualquer um que convide Jesus para morar em seu coração, em sua vida. Mas o aspecto glorioso desse reino de fato está no futuro, quando Jesus voltar à Terra para resgatar aqueles que aceitaram o reino da graça. Simples assim. Não tem nada de oportunismo, como Superinteressante sugere, como se Jesus, ao ver que Sua pregação apocalíptica não se cumpria, teria se saído com esta: “Meu reino não é deste mundo.”

O viés da matéria da Superdona da verdade fica ainda mais claro no fim do texto, no “Para saber mais”. São indicados apenas dois livros, de autores que defendem a mesma linha de pensamento: André Chevitarese e Bart Ehrman. Existem vários acadêmicos de respeito que poderiam ser citados como contraponto. O teólogo e filósofo Gary Habermas, da Liberty University, nos EUA (leia entrevista exclusiva com ele na revista Conexão 2.0 de janeiro), e Craig Evans, da Acadia Divinity College, no Canadá. Ambos possuem vários livros publicados sobre Jesus e o surgimento do cristianismo, mas são sempre ignorados em matérias como essa da Super.

Se não consegue sequer fazer bom jornalismo “ouvindo os dois lados”, comoSuperinteressante vai nos fazer crer que é capaz de falar de Jesus com isenção? Bem, o importante é vender revistas e Jesus é um bom “vendedor”. Isso é fato e a Super sabe muito bem.

(Michelson Borges é jornalista e mestre em teologia)

terça-feira, dezembro 11, 2012

O verdadeiro significado do natal


Mais um ano transcorreu e o mundo cristão comemora outro Natal. A propósito da chegada desta, que é tida por milhões como a mais linda, significativa e universal festividade do cristianismo, creio ser oportuno perguntar: Onde e quando se originou a tradição de celebrar o Natal? Qual foi a origem da árvore de Natal e do costume de trocar presentes? E ainda: Quem criou este curioso e interessante personagem — O Papai Noel — velhinho barbudo, bonachão e sorridente, tão querido de todos?


A grande maioria das pessoas não se detém a pensar por que crêem o que crêem, e por que fazem o que fazem, especialmente quando isto diz respeito à observância de costumes e tradições.

Por isso, muitos se surpreendem, outros se sentem chocados, e alguns até mesmo ofendidos, ao tomarem conhecimento da verdade ou dos fatos acerca do Natal.

O Natal é uma Festa de Origem Pagã

Como instituição religiosa, o Natal não tem fundamento na Bíblia, e sim no paganismo. Nem Jesus Cristo nem os apóstolos instituíram o Natal. Como costume, ele veio do paganismo, e foi introduzido na Igreja Católica por volta do século IV, baseando-se, portanto, na autoridade dessa igreja e não da Palavra de Deus.

“O Natal não se celebrava nos primeiros séculos da igreja cristã, já que o costume do cristianismo em geral era de celebrar, não o nascimento, mas a morte das pessoas importantes (por exemplo, a comunhão instituída por autoridade bíblica no Novo Testamento, é uma comemoração da morte de Cristo).”1

Mas no século IV, esta festa foi instituída em memória do nascimento de Cristo. Como não se sabia a data exata do nascimento do Senhor, no século V a igreja ocidental ordenou que ela fosse celebrada no mesmo dia da antiga festividade romana em honra do nascimento do sol. Desta forma Roma tornou o Natal uma festa obrigatória e oficialmente cristã.

Isto se deu quando o cristianismo deixou de ser perseguido e alcançou igualdade com o paganismo, mediante decreto de Constantino, primeiro imperador cristão. A igreja então cresceu e se tornou popular, com as “conversões” em massa ocorridas.

Dentre os costumes que os novos “conversos” trouxeram do paganismo, encontrava-se o da comemoração da Brumália, sua principal festa, no dia 25 de dezembro, em memória do nascimento do sol. Por amarem a Brumália, festa caracterizada por manifestações de alegria, alvoroço e frivolidade indecorosa, os outrora pagãos, decidiram não suprimi-la. Acomodaram-na ao título do nascimento do Filho de Deus, e preservaram-na dissimulada sob um nome cristão. Séculos mais tarde, já com o nome de Natal, esta festividade se estendeu ao protestantismo e ao resto do mundo, chegando assim até nós.

Nasceu Jesus no Dia 25 de Dezembro?

As evidências providas pelo registro evangélico do acontecimento nos levam a crer que Ele tenha nascido provavelmente num dia desconhecido do mês de setembro, e não no dia 25 de dezembro, conforme pretende a tradição popular.

O relato de Lucas 2:8, nos informa que quando os anjos anunciaram o nascimento de Jesus aos pastores, estes, na vigília da noite, velavam e guardavam seus rebanhos. Isto não poderia acontecer em dezembro, estação fria e chuvosa na Palestina. Era impossível que os pastores nessa época do ano permanecessem nos campos. E à noite, essa possibilidade era muito menor.

O mais tardar, até meados de outubro, os pastores traziam seus rebanhos do campo e os prendiam. Adam Clark, renomado comentarista bíblico, diz que era costume dos pastores trazer seus rebanhos ao começarem as primeiras chuvas, isto é, entre outubro e novembro. Uma vez que, segundo Lucas, os anjos, ao fazerem o anúncio do nascimento do Filho de Deus, encontraram os pastores velando seus rebanhos na vigília da noite, conclui-se que transcorria nesse momento o fim do verão ou o princípio do outono, o que assenta em bases bastante sólidas a convicção de que nosso Senhor tenha nascido provavelmente em setembro.

A Árvore de Natal

Declara Frederick J. Haskins, em seu livro intitulado Answers To Questions, que “a árvore de Natal vem do Egito, e sua origem é anterior à era natalícia”. Não deixa de ser um fato surpreendente e estranhamente significativo, o de que a árvore de Natal tenha sido concebida pelos egípcios, antes do nascimento de Cristo, e de que só em tempos posteriores foi associada ao mesmo!

Quem é Papai Noel

Papai Noel, personagem mítico, amado pelas crianças, é em sua origem, nada mais e nada menos que a contraparte fictícia de uma figura que existiu na realidade: o bispo católico de Myra, chamado São Nicolau.

A Enciclopédia Britânica diz: ”São Nicolau — bispo de Myra, santo venerado pelos gregos e pelos latinos no dia 6 de dezembro… Diz uma lenda que ele presenteou secretamente dotes às três filhas de um pobre cidadão… dando origem ao costume de obsequiar presentes em secreto à véspera do dia de São Nicolau (dezembro 6), data que depois se transladou ao dia de Natal (25). “2 Dali a associação do Natal e São Nicolau, ou seja, do Natal e Papai Noel; portanto, Papai Noel é o mesmo São Nicolau, bispo católico do século V.

Por Que Levaram Presentes a Cristo?

Levaram os magos, presentes a Jesus, por ser Seu aniversário? O estudo atencioso de Mateus 2:1-11, demonstra que não. Vemos ali que os magos chegaram vários dias ou semanas depois do nascimento do Filho de Deus. O verso 11 diz: ”entregaram-Lhe suas ofertas.” Qual o significado desse ato de homenagem?

Era costume antigo no Oriente levar presentes ao apresentar-se perante um rei. Os sábios do Oriente conheciam as Escrituras do Antigo Testamento, e com base nisso, sabiam que o nascido menino Jesus era o prometido “rei dos judeus”. Por isso levaram-Lhe presentes, como fez a rainha de Sabá ao visitar Salomão, e como fazem hoje aqueles que visitam chefes de Estado ou outras celebridades.

Oferenda ou Troca de Presentes?

Observe-se novamente que o verso diz: “entregaram-Lhe suas ofertas e não que trocaram presentes com os demais.

Conforme testemunho da Biblioteca Sacra, páginas 153 a 155, era costume dos pagãos na festa da Saturnália, intercambiar presentes entre amigos. Com o Natal, os cristãos tomaram esse costume dos pagãos, de acordo com a admoestação de Tertuliano.

Trocar presentes no Natal! Que há de cristão nessa prática? Honra a Jesus e Seu nascimento? Pensemos: Um amigo aniversaria. Pessoas comemoram o acontecimento trocando presentes entre si, esquecendo-se porém do aniversariante. Seria tal procedimento agradável e honroso para ele? De modo algum, visto ser absurdo. Mas é exatamente isto que o povo em todo o mundo, faz por ocasião do Natal. As pessoas dão presentes aos seus amigos mas se esquecem do seu maior Amigo — Jesus.

Que faz o povo, especialmente os abastados, nessa ocasião? Gastam milhões na satisfação do apetite, com ornamentações desnecessárias e com ostentações de vaidade e extravagância. Em muitos casos isto chega a ser pior do que lançar o dinheiro fora.

Ellen White sugere que se deveria instalar árvores de Natal nas igrejas e oferecer ao povo a oportunidade de nelas pendurar ofertas em favor dos necessitados e da obra missionária. Não é esta uma excelente sugestão, e fácil de ser posta em prática?

O Significado do Natal

Em face dos esclarecimentos, revelações, desmistificações, ou fatos e verdades precedentes, alguns poderiam julgar oportuna a pergunta: Como Igreja Adventista do Sétimo Dia, temos razões ou justificativas para comemorar o Natal, sendo esta uma festividade de fundo pagão e que honra a autoridade de Roma? Não seria melhor se abolíssemos de nosso meio as programações natalinas?

Tendo em mente o verdadeiro significado do Natal, penso que como igreja fazemos bem em observá-lo. Afinal, o nascimento de Cristo não foi um fato, uma realidade? E esse fato não é até agora o maior e mais sublime acontecimento da História? Não encerra ele a mais doce e mais preciosa mensagem de amor e esperança para cada ser humano? Não constitui o mais poderoso e comovente apelo ao coração humano, ao falar eloqüentemente do amor que veio para salvar, enobrecer e glorificar Suas pobres criaturas caídas em pecado? Então, por que não relembrar o nascimento de Cristo? Ao fazê-lo, expressamos como igreja, nosso gesto de simpatia e sociabilidade humana e cristã, ao mesmo tempo em que demonstramos equilíbrio e senso de oportunidade referente àquilo que promove o bem.

Reconhecemos, não obstante, que a sociedade professamente cristã de todo o mundo, no espírito e na prática desvirtuou o Natal, secularizou-o, materializou-o, adulterou seu significado, crendo e fazendo crer que o Natal seja meramente sinos repicando, luzes, cores, músicas alusivas ao evento, lindas árvores, Papai Noel, presentes, vendas altas e negócios lucrativos (onde o chamado “espírito do Natal” se’impõe não para honrar a Cristo, mas para vender mercadorias), e reunião ou reencontro de amigos e familiares, num clima emocional de cordialidade, boa vontade, sorrisos e acolhimento mútuo, e freqüentemente de conversações descontraídas e de gracejos vulgares, e até mesmo irreverentes e obscenos, onde não faltam os excessos e as extravagâncias no comer e no beber.

Em tudo isso, em todas essas coisas, não se fala nem se medita na pessoa de Jesus. Não se cogita acerca do propósito para o qual Ele nasceu. Não se procura captar o fato maravilhoso de que Ele veio para revelar o amor, a boa vontade e os pensamentos de paz do Pai, para com Seus pródigos e caídos filhos.

O cântico dos anjos na anunciação aos pastores foi: “Glória a Deus nas alturas, paz na Terra, boa vontade para com os homens”; no entanto, que contraste a realidade que o mundo apresenta hoje! Os homens de boa vontade se tornam cada vez mais raros, a paz se encontra a cada dia mais distante, e os homens buscam sua própria glória, em vez da de Deus.

Corações não se admiram do amor sacrifical do Pai, ao entregar Seu único filho para salvar inimigos; espíritos não se assombram ao considerar as profundezas a que Cristo desceu, renunciando à alteza, à glória e à majestade, para tornar-Se homem, a fim de redimir o que se perdera; e muitos não se sensibilizam com a simplicidade, a pobreza, a abnegação e a humildade manifestas pelo Filho de Deus e Filho do homem.

Tudo isso deixa claro que o Natal só tem sentido quando, de maneira individual, cada um faz do seu coração uma manjedoura para o Salvador, de tal forma que, como Lutero, possa chegar a dizer: “Tu, Senhor, és minha justiça, e eu sou o Teu pecado; tomaste o que era meu, e me deste o que era Teu. O que não foste Te tornaste, para que eu fosse o que não era.” Este é o verdadeiro significado do Natal. Busquemo-lo em nossa experiência.

Referências

1. Enciclopédia Americana de 1948.

2. Enciclopédia Britânica, vol. 19, págs. 648 e 649.

3. O Lar Adventista, págs. 481 e 482.

Texto de autoria do Pr. Deilson Storch de Almeida, publicado na Revista Adventista de Dezembro/1984.

Bíblia e Ciência

Está pensando em divorciar? Leia isto antes!


Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei sua mão e disse: “Tenho algo importante para te dizer”. Ela se sentou e jantou sem dizer uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos.

De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente.

Ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente perguntou em voz baixa: “Por quê?”

Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres longe e gritou “você não é homem!” Naquela noite, nós não conversamos mais. Pude ouvi-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais e sim a Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.

Me sentindo muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa.

Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente. A mulher com quem vivi pelos últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com dó deste desperdício de tempo e energia mas eu não voltaria atrás do que disse, pois amava a Jane profundamente. Finalmente ela começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti libertado enquanto ela chorava. A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava mais perto agora.

No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa escrevendo. Eu não jantei, fui direto para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane.

Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava sentada à mesa, escrevendo. Eu a ignorei e voltei a dormir.

Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possível. As suas razões eram simples: o nosso filho faria seus exames no próximo mês e precisava de um ambiente propício para preparar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.

Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais. Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para fora da casa todas as manhãs. Eu então percebi que ela estava completamente louca, mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis.

Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito e achou a idéia totalmente absurda. “Ela pensa que impondo condições assim vai mudar alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio” – disse Jane em tom de gozação.

Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, então, quando eu a carreguei para fora da casa, no primeiro dia, foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo “O papai está carregando a mamãe no colo!” Suas palavras me causaram constrangimento. Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa, eu devo ter caminhado uns 10 metros carregando minha esposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho “Não conte para o nosso filho sobre o divórcio” Eu balancei a cabeça mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o trabalho e eu dirigi para o escritório.

No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebi que há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha envelhecido nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela. Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado.

No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maior com o corpo dela. Esta mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.

No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvez meus músculos estejam mais firmes com o exercício, pensei.

Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma série deles, mas não conseguia achar um que servisse. Com um suspiro, ela disse “Todos os meus vestidos estão grandes para mim”. Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade em carregá-la nos últimos dias.

A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso… ela carrega tanta dor e tristeza em seu coração….. Instintivamente, eu estiquei o braço e toquei seus cabelos.

Nosso filho entrou no quarto neste momento e disse “Pai, está na hora de você carregar a mamãe”. Para ele, ver seu pai carregando sua mãe todas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longos segundos. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de idéia agora que estava tão perto do meu objetivo. Em seguida, eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava em meu pescoço. Eu a segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento.

Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciando estas palavras: “Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo”.

Eu não consegui dirigir para o trabalho… fui até o meu novo futuro endereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de idéia… Subi as escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela “Desculpe, Jane. Eu não quero mais me divorciar”.

Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa “Você está com febre?” Eu tirei sua mão da minha testa e repeti.” Desculpe, Jane. Eu não vou me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor. Agora eu percebi que desde o dia em que carreguei minha esposa no dia do nosso casamento para nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe”.

A Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, bateu a porta na minha cara e pude ouvi-la chorando compulsivamente. Eu voltei para o carro e fui trabalhar.

Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de rosas para minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostaria de escrever no cartão. Eu sorri e escrevi: “Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs até que a morte nos separe”.

Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um grande sorriso no rosto, fui direto para o nosso quarto onde encontrei minha esposa deitada na cama – morta.

Minha esposa estava com câncer e vinha se tratando a vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo errado com ela. Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dos efeitos de um divórcio – e prolongou a nossa vida juntos proporcionando ao nosso filho a imagem de nós dois juntos toda manhã. Pelo menos aos olhos do meu filho, eu sou um marido carinhoso.

Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no banco. Estes bens criam um ambiente propício a felicidade mas não proporcionam mais do que conforto. Portanto, encontre tempo para ser amigo de sua esposa, do seu marido, façam pequenas coisas um para o outro para mantê-los próximos e íntimos. Tenham um casamento real e feliz!

Um casamento centrado em Cristo é um casamento que dura uma vida toda.

(Recebi o texto acima, por e-mail. Não sei quem escreveu. Acho, também, que pouco importa se é um relato real ou fictício. Por isso resolvi publicar aqui. Se salvar do divórcio um casamento fragilizado, terá valido a pena).

Por Jean R. Habkost  (Literalmente Verdade)