quarta-feira, maio 30, 2012

Eu Esperarei, E Você?

"Espera no SENHOR, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no SENHOR" (Salmos 27:14).
Um pregador, em uma igreja de Lawrence, descobriu, ao começar a reunião, que havia esquecido suas anotações para o sermão daquela manhã. Como não daria tempo de mandar buscar suas notas, dirigiu-se à Congregação, com pedidos de desculpas, dizendo que teria de depender completamente de Deus em sua pregação, mas, que estaria melhor preparado no sermão da noite.


Talvez aquele pregador não tenha percebido duas coisas importantes: seu sermão da manhã, dependendo de Deus, seria, certamente, uma grande bênção. E o da noite, depois de passar a manhã sob a unção do Senhor, seria outra grande bênção.

Que bom seria se todos nós estivéssemos na dependência de Deus para cada coisa que fazemos. O Senhor nos diz como agir, nos mostra a hora certa de fazer as coisas, nos ensina o que devemos falar, nos previne quanto à hora de ficarmos calados. Quando vivemos na dependência de Deus, não erramos
o caminho, não tomamos atitudes precipitadas, não nos arrependemos dos passos dados.

Quando nos colocamos diante do altar do Senhor e esperamos a Sua direção em todas as nossas decisões, estamos preparados para os dias positivos e negativos, para uma vitória imediata ou para esperar novas oportunidades, para enfrentar as crises com a certeza de que as superaremos.

Quando esperamos no Senhor, confessando-Lhe que dependemos de Sua graça e unção, o nosso coração experimenta verdadeira alegria e a nossa vida conhece momentos de grande felicidade.

Eu esperarei, com grande animação, pelo Senhor. E você?


Por Paulo Barbosa

sábado, maio 26, 2012

Permanecer em Cristo


Estai em Mim, e Eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em Mim. João 15:4.
Como a vara separada, sem folhas e aparentemente sem vida, é enxertada no tronco vivo, e fibra por fibra, veia por veia, sorve a vida e a força da videira até que brota e floresce e dá frutos, assim pode o pecador, pelo arrependimento e a fé, ligar-se a Cristo, tornar-se participante da natureza divina, e produzir em palavras e atos o fruto de uma vida santa.
Jesus “tem vida em Si mesmo”, e esta vida Ele oferece de graça às almas mortas em ofensas e pecados. Sim, Ele partilha com elas Sua pureza, honra e exaltação. … A vara sem seiva, enxertada na videira viva, torna-se parte da videira. Ela vive enquanto estiver unida à videira. Assim vive o cristão pela virtude de sua união com Cristo. O pecaminoso e humano é ligado ao santo e divino. O crente permanece em Cristo, e torna-se um com Ele. Quando as pessoas se acham estreitamente unidas nas relações desta vida, seus gostos se tornam semelhantes, vêm a amar as mesmas coisas. Assim os que permanecem em Cristo amarão aquilo que Ele ama. Hão de acariciar como sagrados os Seus mandamentos, e prestar-lhes obediência.
A vara da videira, nutrida pelo tronco-mãe, torna-se florescente e frutífera. Seus opulentos e fragrantes cachos atestam-lhe a união com a videira viva. Assim o cristão, permanecendo em Jesus, produzirá frutos. No caráter e na vida manifestar-se-ão, como no farto cacho da videira, as preciosas graças do Espírito — amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança.
Decidi ser membros produtivos da Videira viva. O renovo só pode florescer à medida que recebe vida e força do tronco-mãe. Aproveitai, pois, toda oportunidade para vos ligardes mais intimamente a Cristo. É crendo nEle, amando-O, imitando-O e confiando inteiramente nEle, que vos haveis de tornar um com Ele; e por meio de vós Sua vida e caráter se revelarão ao mundo.
Ellen G. White, Nossa Alta Vocação, pág. 140.
Via Sétimo Dia

A modéstia cristã e o cumprimento da lei


Já falamos aqui, por diversas vezes, sobre modéstia cristã. De igual modo, falamos muito, também, sobre o cumprimento da lei. Hoje, convido você a uma reflexão um pouco mais profunda sobre a relação que existe entre a modéstia cristã e o cumprimento da lei.
Para iniciarmos essa reflexão, pergunto: o que significa cumprir a lei de Deus?
O apóstolo Paulo nos responde essa pergunta de forma direta – “Porque toda lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Gálatas 5:14
Então temos uma nova questão: Qual a relação entre modéstia cristã e amor ao próximo (cumprimento da lei)?
1. O princípio da modéstia cristã no ensina a abstermo-nos de gastar dinheiro com adornos desnecessários. No professo mundo cristão gasta-se com jóias e vestidos desnecessariamente caros o que seria suficiente para alimentar todos os famintos e vestir todos os nus. A moda e a ostentação absorvem os meios que poderiam confortar os pobres e sofredores. Roubam ao mundo o evangelho do amor do Salvador. …” Mensagem aos Jovens, p. 351. Os recursos financeiros que Deus nos confiou devem ser usados para a manutenção da Sua obra nessa terra e salvação de almas. Às vezes, os cristãos preocupam-se mais em comprar roupas e adornos do que em alimentar e vestir os necessitados. Não medem esforços em gastar com adornos desnecessários e supérfulos, mas não têm a mesma disposição em ajudar aqueles que estão sedentos por auxílio material e espiritual. Desviam os recursos divinos para alimentarem sua vaidade e ostentação e negligenciam a missão, destinando ao próximo o que sobra, quando sobra.
2. O princípio da modéstia cristã nos ensina a usarmos um “adorno espiritual”. “O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; Mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus.” I Pedro 3:3-4. O “adorno espiritual”, o incorruptível traje de um espírito manso e quieto, é demonstrado na forma de tratarmos as pessoas. “A lição se aplica aos crentes em todas as eras. “Pelos seus frutos os conhecereis.” Mat. 7:20. O adorno interior de um espírito manso e quieto é inestimável. Na vida do verdadeiro cristão o adorno externo está sempre em harmonia com a paz e a santidade internas. “Se alguém quiser vir após Mim”, disse Jesus, “renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-Me.” Mat. 16:24. O sacrifício e a negação do eu assinalarão a vida do cristão. E a evidência de que o gosto está mudado será vista no vestuário de todo aquele que anda na vereda aberta para os redimidos do Senhor.” Atos dos Apóstolos, p. 523. Por mais que pareça estranho, um coração abnegado, um caráter manso e humilde, um cristão que vive para servir (a Deus e ao próximo) reflete esse adorno interior na abstinência do adorno exterior, na simplicidade do vestir. Um coração vaidoso tem muito pouco espaço para abnegação e serviço desinteressado em prol do próximo.
3. O princípio da modéstia cristã nos ensina a vivermos como canais de bençãos e não pedras de tropeço ou motivo de escândalo. “Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão.” Romanos 14:13. “Mas, qualquer que escandalizar um destes pequeninos, que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma mó de azenha, e se submergisse na profundeza do mar.” Mateus 18:6. “Por isso, se a comida escandalizar a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que meu irmão não se escandalize.” I Coríntios 8:13. Esses versos mostram um pouco da seriedade com que Deus trata o testemunho que damos aos que nos cercam. Não devemos escandalizar nossos irmãos com nossas práticas. Apesar da salvação ser individual, devemos cuidar em não sermos pedras de tropeço para aqueles que desejam seguir a Deus. Muitas vezes, o princípio da modéstia cristã é tratado como “nada a ver”, “não é ponto de salvação”, e, a partir desses equivocados pensamentos, o testemunho do verdadeiro cristianismo fica prejudicado. Leia com atenção o relato a seguir de Ellen White:
“Uma irmã que passara algumas semanas em uma de nossas instituições em ______, disse que ficou muito desapontada com o que vira e ouvira ali. … Antes de aceitar a verdade, seguira as modas do mundo na sua maneira de trajar-se, e usara jóias de valor e outros ornamentos; mas ao decidir obedecer à Palavra de Deus, notou que seus ensinos exigiam dela o abandono de todo adorno extravagante e supérfluo. Foi ensinada que os adventistas do sétimo dia não usam jóias, ouro, prata ou pedras preciosas, e não seguem, no vestuário, as modas mundanas. Ao ver entre os que professam a fé um tão grande afastamento da simplicidade bíblica, sentiu-se perplexa. Não possuíam eles a mesma Bíblia que ela estivera estudando, e com a qual ela se empenhara por conformar a vida? Fora a sua experiência passada um mero fanatismo? Interpretara mal as palavras do apóstolo: “A amizade do mundo é inimizade contra Deus. Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus”. Tia. 4:4.
A Sra. D, que exerce uma função na instituição, estava certo dia de visita no quarto da irmã _______, quando esta tirou de sua mala um colar e corrente de ouro, e disse que queria vender essa jóia e entregar o produto à tesouraria do Senhor. Disse a outra: “Por que o vende? Eu o usaria, se fosse meu.” “Ora!” respondeu a irmã ______, “quando eu aceitei a verdade, foi-me ensinado que devemos abandonar todas estas coisas. Sem dúvida elas são contrárias aos ensinos da Palavra de Deus.” E citou a sua compreensão das palavras dos apóstolos Paulo e Pedro, sobre esse ponto: “Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos, mas (como convém a mulheres que fazem profissão de servir a Deus) com boas obras.” I Tim. 2:9 e 10. “O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura de vestes, mas o homem encoberto no coração, no incorruptível trajo de um espírito manso e quieto.” I Ped. 3:3 e 4.
Como resposta, a senhora mostrou um anel de ouro que tinha no dedo, que lhe fora presenteado por um incrédulo, e disse pensar que nenhum mal haveria em usar tais ornamentos. “Não somos tão estritos como antes”, disse. “Nosso povo tem sido escrupuloso demais no tocante ao assunto do vestuário. As senhoras desta instituição usam relógios de ouro e correntes de ouro, e vestem-se como as outras pessoas. Não é bom procedimento o ser singular quanto ao nosso vestuário; pois não podemos exercer muita influência.”
Perguntamos: Está isso em conformidade com os ensinos de Cristo? Temos nós de seguir a Palavra de Deus, ou os costumes do mundo? Nossa irmã decidiu que o mais seguro era seguir a norma bíblica. Gostarão a irmã D e outras que procedem de maneira idêntica, de enfrentar o resultado de sua influência, naquele dia em que todo homem receberá segundo as suas obras?
A Palavra de Deus é clara. Seus ensinos não podem ser confundidos. Obedecer-lhe-emos, tal como Ele no-la deu, ou buscaremos desviar-nos o máximo possível e não obstante ser salvos? Oxalá todos quantos estão vinculados às nossas instituições recebam a luz divina e sigam-na, habilitando-se, assim, para transmitir luz aos que andam em trevas.
A conformidade com o mundo é um pecado que está minando a espiritualidade de nosso povo, e seriamente prejudicando a sua utilidade. Inútil é proclamar ao mundo a mensagem de advertência, enquanto a negamos nas realizações da vida diária. Review and Herald, 28 de março de 1882.” Evangelismo, p. 270-272. (grifo nosso)
Seguir o princípio da modéstia cristã está intimamente relacionado ao cumprimento da lei que se reume em amar ao próximo como a mim mesmo. Seguindo o princípio da modéstia cristã, o coração do cristão é muito mais disposto a empregar recursos materiais em prol do próximo, a praticar o verdadeiro amor (pois seu adorno está num caráter que reflete o amor de Jesus) e a testemunhar do verdadeiro evangelho – um evangelho que salva, transforma e exige abnegação.
Maquiagem, jóias, esse ou aquele tipo de roupa… se ainda pensamos sobre essas coisas como “nada a ver” ou “não é ponto de salvação”, precisamos urgentemente repensar nosso cristianismo. Estamos aqui neste mundo com um propósito nobre. Fomos chamados para sermos raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamarmos as virtudes daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (I Pedro 2:9). Nossa vida não nos pertence. Foi comprada por alto preço! Não podemos usar algo única e exclusivamente porque agrada nosso coração vaidoso. Tudo em nós deve refletir o cristianismo que professamos. O mundo precisa conhecer o Deus que conhecemos. Jesus foi modesto, humilde e despretencioso. Nosso adorno deve ser o caráter de nosso Salvador! Somente assim, refletindo o Mestre em Seu abnegado caráter, poderemos amar aos que nos cercam e cumprir a Sua lei.
Que Deus nos abençoe e nos transforme!!!
Fonte: Mulher Adventista

Qual a obra de um pastor Adventista?


Devido à grande quantidade de perguntas que alguns leitores do blog fazem sobre temas relacionados ao trabalho de um pastor na Igreja Adventista do 7º Dia, estou voltando a este tema, com o objetivo de ajudar a ampliar o conhecimento acerca deste importante assunto. E antes que os desinformados (rsrs) comecem a atirar suas pedras da ignorância, quero lembrá-los que NÃO SOU OBREIRO da Igreja Adventista do 7º Dia, e não recebo um "tostão" de qualquer de suas instituições...


Um dos maiores “clamores” ouvidos entre os Adventistas de nossa região (Nordeste, por exemplo) é a "falta" de pastores. Muitos irmãos insistem de que deveríamos seguir o modelo de outras denominações, nas quais os pastores administram apenas uma congregação (chamado de sistema congregacionalista), diferentemente do pastor Adventista que, muitas vezes, lida com mais de uma dezena de igrejas e grupos.

Esses irmãos sinceros observam que o pastor não realiza visitas, eventos, programas, etc., suficientes para “satisfazer” as expectativas dos membros do distrito. Para estas pessoas, o papel principal do pastor é pregar, visitar e resolver os assuntos administrativos da igreja local. 

Por isso, o modelo pastoral de outras denominações torna-se tão atraente, uma vez que lá o pastor fica dedicado quase que “exclusivamente” ao atendimento de uma congregação apenas.

Mas... 

Qual o modelo bíblico de um pastorado, conforme visto no Novo Testamento? 
Que modelo de administração os apóstolos seguiram, o qual produziu um rápido impulso à pregação do Evangelho no primeiro século? 
Deveríamos adotar o sistema das grandes igrejas da atualidade, com um pastor exclusivo para cada congregação?

Vejamos o que nos revelam alguns textos bíblicos sobre este assunto...

A Obra Pastoral na Igreja Primitiva

1. Consagração ao ministério da pregação da Palavra de DeusOra, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de Deus para servir às mesas. Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra” - Atos 6:1-4.

Vemos aqui o início da divisão de tarefas na administração da Igreja, quando os apóstolos já observavam que o rápido crescimento da Igreja estava gerando empecilhos de cunho administrativo, que impediam que eles pudessem se dedicar integralmente à sua principal tarefa – pregar o Evangelho.
Alguns homens de destaque foram escolhidos para auxiliarem diretamente à Igreja nas tarefas referentes aos serviços "cotidianos". Instituiu-se,então, a função de “diácono” (do grego, "aquele que serve", "que ajuda", "qua auxilia"), que deveria responsabilizar-se pelo atendimento assistencial dos membros, deixando os apóstolos livres para expandirem a Mensagem.
Desde cedo, a liderança da Igreja percebeu que em cada congregação local devem existir pessoas com capacidade de liderança e serviço, que possam auxiliar os líderes "maiores" nos assuntos de caráter mais comum, porém de grande importância - por isso foram escolhidos para diáconos, os melhores.

2. Assumir fielmente o trabalho do Evangelismo
Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um
Evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério” - 2Timóteo 4:5.

Esta certamente é uma importante tarefa que o pastor deve desempenhar, pois o evangelismo é a "espinha dorsal" da Igreja Adventista, sua própria (e talvez única) razão de existir. O pastor não deve apenas “fazer” evangelismo, mas deve despertar em outros o amor pelo evangelismo em suas diversas formas e métodos (público, pessoal, em PGs, em Classes Bíblicas, na distribuição de folhetos, no ministério da oração intercessória, no evangelismo infantil, carcerário, hospitalar, etc.), para que cada vez mais membros estejam envolvidos na sagrada missão de anunciar o Evangelho Eterno.

3. Pregar, animar, fortalecer e eleger líderes locais
Sobrevieram, porém, judeus de Antioquia e Icônio e, instigando as multidões e apedrejando a Paulo, arrastaram-no para fora da cidade, dando-o por morto. Rodeando-o, porém, os discípulos, levantou-se e entrou na cidade. No dia seguinte, partiu, com Barnabé, para Derbe. E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia, fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de
Deus. E, promovendo-lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns,
os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido.” - Atos 14:19-23.

Paulo realmente foi um grande exemplo de abnegação, desprendimento, zelo e amor pelas almas que perecem na ignorância sobre Deus. Este valoroso apóstolo não mediu esforços para ver a pregação do Evangelho sempre avançar, muitas vezes com o preço do seu próprio suor e sangue.
É importante observar que Paulo passava por determinada cidade, pregava o Evangelho, ficava o tempo necessário para fazer conversos e prepará-los como discípulos e líderes iniciantes, e então seguia viagem... Algum tempo depois ele retornava (quando lhe era possível), reunia os irmãos, animava-os, treinava-os e deixava a Igreja sob a responsabilidade de líderes locais (Presbíteros, Diáconos, Bispos e/ou Anciãos)... e novamente seguia viagem. 
Não vemos Paulo preocupado em se estabelecer em determinada cidade definitivamente, apenas pela necessidade de “fortalecer” a Igreja. Quando ele via que os irmãos já podiam tomar conta de si mesmos, então era hora de partir para uma nova missão. 
Enquanto houvessem gentios necessitando ouvir a mensagem de salvação, não havia momento para descanso ou conveniências.
Este é exatamente o papel que o pastor deve desempenhar em nossos dias. Seu principal dever écapacitar os membros para o serviço, e então prosseguir a expansão da Obra em novos lugares. Não há tempo a perder, pois centenas de milhares perecem diariamente sem o conhecimento da verdadeira fé que salva do pecado. A escolha, capacitação e motivação de líderes locais deve ser o ponto focal do trabalho do pastor, deixando sobre esta valorosa e capacitada liderança a tarefa de cuidar do rebanho, enquanto o pastor continua em busca de novas “ovelhas”. Quando houver real necessidade, é óbvio que o pastor distrital também deve empenhar-se na visitação, primeiramente aos líderes, e em seguida àqueles irmãos que não puderam ser atendidos satisfatoriamente pela visitação da liderança formada por seus próprios “pastores locais” (Anciãos, Diáconos, Professores da Escola Sabatina, Líderes de PG, etc.).

4. Os pastores devem contar com uma Liderança Eclesiástica
Tendo eles chegado a Jerusalém, foram bem recebidos pela igreja, pelos apóstolos e pelos presbíteros e relataram tudo o que Deus fizera com eles. Insurgiram-se, entretanto, alguns da seita dos fariseus que haviam crido, dizendo: É necessário circuncidá-los e determinar-lhes que observem a lei de Moisés. Então, se reuniram os apóstolos e os presbíteros para examinar a questão” - Atos 15:4-6.

Para auxiliar o trabalho dos pastores, cada igreja deve contar com líderes locais capacitados, que tenham condições de desempenhar funções de orientações, aconselhamento, doutrinamento, etc, visando uma uniformização do conhecimento doutrinário, para que não existam interpretações equivocadas das Escrituras, e seja mantido o clima de unidade e relacionamento sadio entre os membros.

5. Realizam-se treinamentos regionais com a Liderança das IgrejasDe Mileto, mandou a Éfeso chamar os presbíteros da igreja. E, quando se encontraram
com ele, disse-lhes: Vós bem sabeis como foi que me conduzi entre vós em todo o
tempo, desde o primeiro dia em que entrei na Ásia...” - Atos 20:17-18.

Um detalhe que me chama a atenção neste relato de Atos 20 é a tremenda distância entre as 2 cidades, e bem sabemos que naquela época não existiam as facilidades de locomoção que temos hoje (carro, moto, ônibus, trem, avião, etc.), mas o amor pela salvação de almas ardia no coração daqueles homens e mulheres, por isso eles não se incomodavam em caminhar vários dias para aprenderem como melhor trabalharem para o Mestre... Que exemplo para nós, hoje!

Mileto e Éfeso distavam cerca de 100 Km uma da outra, mas isso não impediu Paulo de convocar os líderes para uma reunião de orientações e treinamento. Esse é o papel do pastor... Ele deve utilizar esses momentos de encontros regionais para animar, motivar, treinar, equipar e desafiar seus líderes locais para o exercício do trabalho de pregação em cada igreja. O pastor não pode se preocupar com uma congregação apenas, pois para isso Deus orientou a escolha de Anciãos, Presbíteros, Diáconos, Bispos, etc. 
O pastor trabalha de perto com o grupo de líderes, para que estes possam trabalhar cada um com sua respectiva equipe em cada igreja. Esse foi o modelo do deserto, com Moisés, e era esse o modelo do Novo Testamento, que fez com que a Igreja crescesse tanto.
Por que deveríamos nos afastar dele agora?!

6. Uma tarefa especial é a escolha da Liderança local
Por esta causa, te deixei em Creta, para que pusesses em ordem as coisas restantes,
bem como, em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi”- Tito 1:5.

Mais uma confirmação bíblica de que o pastor deve preocupar-se com a escolha de consagrados líderes locais capacitados, para poderem “tocar o barco” enquanto ele está envolvido na pregação do Evangelho em novos lugares.

7. Os líderes locais têm um ministério especial a desempenhar
Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes
façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor” - Tiago 5:14.

Não é apenas do pastor a tarefa de visitar, aconselhar, orar pelos enfermos, etc. Cabe também à liderança local a iniciativa de estar atenta às necessidades dos membros sob sua responsabilidade, e buscarem apoio do pastor apenas para os casos que estiverem fora de seu alcance, ou seja, aqueles considerados “mais graves” (cf. Êxodo 18:21-22), para que o pastor possa dedicar-se à sua tarefa principal - treinamento e evangelismo.

8. O pastor tem como principal meta o crescimento da Igreja de DeusE ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo...” - Efés. 4:11-14.

Juntamente com outras funções de liderança da Igreja de Deus, o pastor deve ter como objetivo nº 1 a edificação do corpo de Cristo, fazendo com que cada crente seja "aperfeiçoado" (treinado) para a obra de pregação do Evangelho.

A Obra Pastoral, Segundo o ESPÍRITO DE PROFECIA
Que o ministro dedique mais do seu tempo a educar do que a pregar. Que ele ensine ao povo como dar aos outros o conhecimento que receberam” – Test. para a Igreja, vol. 7, pág. 20.

Deus não deu aos Seus ministros o trabalho de endireitarem as igrejas. Logo que esse trabalho parece estar feito, tem de ser recomeçado de novo. Os membros de igreja que são assim cuidados e vigiados tornam-se seres religiosos débeis. Se noventa por cento do esforço que tem sido feito em favor dos que sabem a verdade fossem feitos em favor dos que nunca ouviram a verdade, quão maior teria sido o avanço realizado!” – Test.para a Igreja, vol. 7, pág. 18.

Esquecendo que a força para resistir ao mal se alcança melhor através de um serviço agressivo, eles começaram a pensar que não tinham trabalho mais importante do que proteger a igreja de Jerusalém dos ataques do inimigo... Para espalhar os Seus representantes pelo mundo, onde pudessem trabalhar por outros, Deus permitiu que a perseguição viesse sobre eles. Expulsos de Jerusalém, os crentes iam por toda a parte pregando a Palavra” – Atos dos Apóstolos, pág. 105.

A maior ajuda que pode ser dada ao nosso povo é ensiná-los a trabalhar para Deus e a dependerem dEle, não dos pastores” – Test. para a Igreja, vol. 7, pág. 19.

Se os membros da Igreja não fizerem qualquer esforço para darem a outros a ajuda que lhes foi dada, grande debilidade espiritual será forçosamente o resultado” – Idem.
Vemos que nós recebemos uma indicação direta de Deus sobre o trabalho que o pastor deve desempenhar diante da Igreja – treinar os membros e motivá-los para o trabalho

Como poderíamos ficar alheios às claras orientações do Senhor a este respeito?

Leia 2Crôn. 20:20.
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ConclusãoPodemos ver claramente que a obra principal do pastor não deve ser EXCLUSIVAMENTE o atendimento às necessidades de uma igreja local apenas, mas a capacitação edesenvolvimento de uma liderança que seja apta a atender à congregação, enquanto o pastor fica livre para pregar em novos lugares, confirmar os já convertidos e treinar novos líderes. Este foi o modelo do Novo Testamento, e também é o modelo da Igreja Adventista do 7° Dia, pois foi aquele orientado diretamente pelo Espírito de Deus - para quê um melhor "estrategista" do que Este?
É interessante, ainda, observar que as regiões do mundo que mais crescem em número de novos conversos ao Evangelho são, exatamente, aquelas onde tem menos pastores para cuidarem de vários membros (América do Sul e partes da África, por exemplo). Em algumas regiões onde o número de pastores é bem maior (onde um pastor cuida de apenas 100 membros, em média) o Evangelho está praticamente estagnado, do ponto de vista de crescimento da membresia.
Portanto, na IASD, conforme orientação da Bíblia e do Espírito de Profecia, o pastor assume a função mais próxima à do “apóstolo”, que é o responsável por capacitar a liderança para que esta desenvolva os dons necessários para o cuidado do rebanho, enquanto que o pastor/apóstolo difunde o Evangelho em lugares novos.
Os Anciãos locais é quem têm um grande privilégio (e também uma pesada responsabilidade) de assumir boa parte da função "pastoral" de cuidar do rebanho sob sua responsabilidade, recebendo para isso a supervisão, o treinamento e o apoio do pastor/apóstolo distrital. 

É claro que o pastor pode, E DEVE, realizar visitas, aconselhamentos, programas, etc., mas este não é seu trabalho principal, conforme pudemos ver nos textos inspirados.


Gilson Medeiros

"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã..."


Já sei que alguns vão achar meio "herético" o título que dei para esta postagem, porque este é o verso de uma música de uma banda de rock nacional que fez muito sucesso nos anos 80 e 90.

Mas ela transmite uma verdade, e isso é o que importa...

Certa vez eu estava lendo a revista Adventist World, e confesso que fico cada vez mais impressionado com a maravilhosa obra que muitos de nossos irmãos e irmãs Adventistas voluntários realizam ao redor do mundo. Se você não tem sua assinatura da Revista Adventista, não sabe o bem que está perdendo!

A revista trouxe algumas matérias de missionários (voluntários ou não) Adventistas que estão ganhando muitas almas para Jesus, fazendo o que Ele nos ensinou a fazer: SEMEAR O AMOR.

Mas, o tema da postagem de hoje não é sobre o trabalho missionário mundial da Igreja Adventista do 7º Dia... hoje não!

Quero aproveitar um trecho de um dos artigos da revista que li na ocasião, o qual foi escrito pelo Pr. Reinder Bruinsma, diretor de Comunicação da União Holandesa. Em seu artigo (leia aqui), o pastor fala sobre a impressão que ele tinha da pessoa de Paulo, o apóstolo, e de como esta impressão mudou quando ele estudou mais detidamente o final da epístola ao Romanos.

Ao final do artigo, o Pr. Bruinsma faz a seguinte declaração (ou seria um desabafo?!):

"(...) Se não vejo o rosto humano por trás dos problemas [administrativos enfrentados na rotina diária do trabalho da Igreja], estou em grande falta, pois valorizo mais os regulamentos do que as pessoas. Se o que eu ou qualquer outro líder da igreja fizer não tiver uma face humana, é melhor deixar de fazer".

E ele continua...

"Se quisermos trabalhar para a igreja, em qualquer nível, como obreiro assalariado ou como voluntário, devemos amar as pessoas. É significativo que a carta aos romanos não termina com altas declarações doutrinárias e teológicas, mas com alusão a pessoas - indivíduos com nome e rosto".

"Hoje, ao discutirmos teologia, doutrina, problemas sociais e morais; ao criarmos regulamentos, ou seja lá o que for, toda a perspectiva mudará se permitirmos que essas questões assumam um rosto humano".

Confesso que me emocionei ao ler tão bela declaração, saída do coração de um homem que dedicou sua vida à Igreja e, talvez, em sua jornada já tenha cometido o erro de não olhar para o ser humano por trás de algum problema administrativo. E fiquei mais satisfeito ainda em saber que este "novo" enfoque que o Pr. Bruinsma deu para sua atuação "profissional" veio da contemplação da Palavra de Deus - a Fonte primária de todo regulamento, doutrina e prática eclesiástica.

- Quantos dos que já passaram pelos bancos de nossas congregações saíram machucados (e ainda não sentem o desejo de retornar), porque não foram tratados com compaixão e misericórdia depois que erraram?!
- Quantos de nossos jovens não desanimam anualmente, e apostatam da fé, porque não são entendidos nem amados pelos que se acham mais "santos" e "consagrados"?!
- Quantos evangelistas já não se sentiram menosprezados e humilhados, porque não receberam a compreensão da liderança quando os resultados numéricos de batismo não foram os esperados?!
- Quantos ex-pastores e ex-obreiros (e suas respectivas famílias) hoje vivem uma vida de amargura e frustração, porque foram "descartados" depois de cometerem alguma falta, sendo tratados com todo o "cálice da ira" da Organização?!
- Quantos de nossos pastores e líderes esqueceram dos exemplos deixados por Jesus, e tratam seus subordinados como "escória", produzindo em seus corações uma compreensível revolta pela administração eclesiástica?! Os sites de críticos estão ai para confirmaram esta dura certeza!
- Quantos dos que hoje atacam a Igreja tão ferozmente, não iniciaram este espírito de rebeldia após sentirem "na pele" a arrogância e anti-cristianismo de algum administrador, departamental ou distrital?!
- Quantos daqueles que sentam ao seu lado, a cada manhã de sábado, já decidiram que não mais voltarão, porque simplesmente ninguém perceberá sua ausência?! Talvez o sábado passado tenha sido o último deles na sua igreja! Já pensou nisso?????
"É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã...".

Esta frase pode até ter sido cantada em shows regados a drogas e sexo... mas exprime umaverdade universal, e deve ser colocadas em uma moldura dourada e "ornamentar" a parede de cada lar, escritório ou sala de aula, na minha modesta opinião.

Da próxima vez que você (administrador, pastor, professor, ancião, diácono, líder, membro...) for tentado a agir seguindo as "normas e regulamentos" da praxe, faça o que o Pr. Bruinsma foi levado pelo Espírito Santo a nos ensinar: AME AS PESSOAS.

Isso não quer dizer que os regulamentos devam ser descartados... mas eu e você nos sentiremos muito melhor sabendo que não deixamos de olhar o "rosto" por trás do "problema".

"Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros" - João 13:35.

É fácil guardar o sábado, não matar, não adulterar... mas AMAR de verdade... é outra história!

Por Gilson Medeiros

Geração perdida e a sombra do futuro


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Nota Michelson Borges: Parece haver três tendências de cumprimento profético com relação ao decreto dominical: (1) o ECOmenismo, capaz de oferecer um bom argumento para a imposição de um dia cujo objetivo seria “salvar a Terra”; (2) o aumento da controvérsia entre criacionismo e evolucionismo, que, com a ajuda da mídia e de escritores e professores universitários ultradarwinistas, tem associado cada vez mais o termo pejorativo “fundamentalista” àqueles que creem na literalidade dos primeiros capítulos de Gênesis; e (3) a crise econômica que exige mudanças profundas na sociedade, entre elas, maior dedicação à família, menos consumismo e mais trabalho (inclusive com a suspensão de feriados religiosos em favor de um dia apenas para descanso, o domingo). O cenário profético para o desfecho da história (sem nos esquecermos dos demais sinais, como terremotos, doenças, fome, etc.) está cada vez mais claro.

Via Diário da Profecia

Lúcifer, Regente do Coro Celestial?




O uso incorreto dos escritos de Ellen White tem dado origem a muitas lendas e mitos adventistas. A maneira como isso ocorre é semelhante à brincadeira do telefone sem fio. Você sabe como é o jogo, a simples frase “Maria foi nadar na piscina” torna-se no fim da roda em “Azarias não jogou nada na latrina”.


Quando trabalhei como Assistente de Pesquisas no Centro White, Unasp-2, publiquei um artigo na Revista Adventista (“Revisão de Arquivo” RA, Abril de 1995) em que abordei algumas dessas citações “apócrifas” do Espírito de Profecia, e mais recentemente no artigo “Órion e os Eventos Finais”. Tenho aprendido que o problema não está com certas declarações de Ellen White e sim com a maneira em que seus escritos são lidos, descontextualizados e abusados.

Uma das interpretações que tem se tornado quase proverbial em nosso meio é a idéia de que Lúcifer era “regente do coro celeste”. A idéia é baseada na seguinte citação de Ellen White:
“Satanás tinha dirigido o coro celestial. Tinha ferido a primeira nota; então todo o exército angelical havia-se unido a ele, e gloriosos acordes musicais haviam ressoado através do Céu em honra a Deus e Seu amado Filho. Mas agora, em vez de suaves notas musicais, palavras de discórdia e ira caíam aos ouvidos do grande líder rebelde.” (História da Redenção, 25).
Primeiramente, é importante ressaltar que a revelação Bíblica, a luz maior, em nenhum momento retrata Lúcifer como regente do coro celeste. Isso já seria razão suficiente para sermos cautelosos ao fazer afirmações categóricas sobre as atividades de Lúcifer no céu antes de sua queda.
Mas alguns textos bíblicos são usados para provar a idéia de que Satanás era músico; veja Ezequiel 28:13-15:
“Estiveste no Éden, jardim de Deus; cobrias-te de toda pedra preciosa: a cornalina, o topázio, o ônix, a crisólita, o berilo, o jaspe, a safira, a granada, a esmeralda e o ouro. Em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados. Eu te coloquei com o querubim da guarda; estiveste sobre o monte santo de Deus; andaste no meio das pedras afogueadas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que em ti se achou iniqüidade.”
A passagem acima faz parte de um juízo proferido sobre o rei de Tiro, portanto, a intenção original de Ezequiel não é tratar de Lúcifer em seu estado não caído e por isso, precisamos respeitar o contexto. Mesmo que haja certos paralelos entre a altivez do rei de Tiro e Lúcifer, a linguagem não trata deles de forma literal. Por exemplo, porque o texto trata de instrumentos musicais, alguns concluem que isso se refere ao dom musical de Lúcifer no céu, enquanto outros até vêem aí uma prova de que havia “tambores” no céu. Mas a linguagem aqui é poética, simbólica e metafórica e o hebraico é de difícil tradução e inconclusivo ao falar de instrumentos, é necessária cautela.

Podemos, no entanto, aplicar os princípios da queda do rei de Tiro como símbolo da queda de Lúcifer, já que há alguns paralelos óbvios, tais como “eras o selo da perfeição, cheio de sabedoria e perfeito em formosura” (v. 12). Mas ao mesmo tempo em que há paralelos, há também disparidades entre os dois personagens que nos impedem de criar um paralelo literal entre cada elemento do texto de Ezequiel com Lúcifer. Assim, tentar literalizar a passagem de Ezequiel nos traz dificuldades já que se Lúcifer era músico e tocava “tambores e pífaros” (v. 13) no céu, então ele também era coberto de jóias preciosas literalmente, se engajou em “comércio” lá (v. 16, 18), profanou os seus próprios “santuários” (v. 18) e Deus o expulsou em direção à “terra” (que supostamente ainda não havia sido criada!) e o expôs perante “reis” (v. 16, 17). O disparate exegético deveria ser óbvio.

Concluir, portanto, que Lúcifer era regente do coro celestial ou até mesmo músico com base nos instrumentos citados na passagem de Ezequiel é forçar o texto bíblico. Isso não quer dizer necessariamente que Lúcifer não era músico no céu, a Bíblia contém muitas cenas de louvor oferecido pelos anjos a Deus. Mas querer precisar que função Lúcifer tinha no céu é ir além da revelação.
O outro texto citado é Jó 38:4-7, que mostra que fala do “coro celestial”:
“Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? ... quando juntas cantavam as estrelas da manhã, e todos os filhos de Deus bradavam de júbilo?” 
O texto pode estar se referindo a um coro de anjos cantando nas eras sem fim da eternidade, mas não trata de Lúcifer em específico. Acima de tudo, assim como Ezequiel, o texto de Jó é poético e simbólico.
Pessoalmente, não tenho nenhum problema a priori com a idéia de que Lúcifer possa ter sido "regente do coro celestial", assim como não teria problema com a idéia de que ele possa ter sido compositor, pintor, escultor ou mesmo arquiteto das cortes celestiais. O problema é ter base escriturística para fundamentar tais afirmações.
É interessante notar que a idéia de que Lúcifer tivera posição de líder dos anjos não é original de Ellen White. Esse conceito parece ter se tornado parte da tradição cristã e era idéia comum para alguns autores no tempo de Ellen White.[1] Ela estaria apenas refletindo uma idéia periférica da sua época neste ponto (como fez em muitos outros[2]) para expressar um ponto mais importante sobre a atuação de Lúcifer.

Com esse breve pano de fundo bíblico e histórico, voltemos então à passagem de Ellen White. Uma leitura mais cuidadosa da passagem indica que Ellen White não pretendeu fazer uma declaração sobre a posição de regente musical de Lúcifer. Ela escreveu que “Satanás tinha dirigido o coro celestial. Tinha ferido a primeira nota,” o que expressa uma ação pontiliar num passado distante e não uma ação constante necessariamente. Note que a conclusão que Satanás tinha a posição estabelecida de “regente do coro” não está no texto. Essa nuance é importante para o entendimento da intenção de Ellen White.
 Ela claramente não está fazendo uma declaração sobre a função de músico de Lúcifer ou como a música é executada nas cortes celestiais, mas está ressaltando sua posição em relação aos anjos: ele era o anjo mais exaltado, tinha primazia em termos de criação e função.
Lúcifer é retratado aqui como aquele que, dentre os anjos, primeiro sentiu em seu coração o desejo de louvar a Deus, ele iniciou o louvor, feriu a "primeira nota" e os anjos seguiram. Assim, a metáfora da música celestial é usada por Ellen White para criar um forte contraste entre a submissão de Lúcifer a Deus ao alçar louvores a Ele e a rebelião que começava a surgir em seu coração através da discórida e desarmonia. Veja que ela continua dizendo “Mas agora, em vez de suaves notas musicais, palavras de discórdia e ira caíam aos ouvidos do grande líder rebelde.” Aqui Lúcifer abandonara o desejo de louvar a Deus. Dessa forma, a metáfora musical é usada para fins primordialmente homiléticos, para expressar um ponto mais importante, a saber, a exaltação de Lúcifer perante os anjos e sua repentina queda. 


O detalhe musical sobre Lúcifer é informação periférica, é como a moldura de um quadro, que se for retirada, não impacta a apreciação da arte. Em outras palavras, Ellen White poderia ter dito, "Lúcifer foi o primeiro anjo a apreciar a beleza do céu, seguido pelos outros anjos. Mas agora, em vez de apreciar a beleza do céu, ele começou a criticar tudo" 
O ponto central é o mesmo: Lúcifer foi privilegiado mas caiu pelo orgulho ou arrogância.

O objetivo de Ellen White aqui não é descrever a posição musical de Lúcifer e sim traçar um contraste entre sua posição de fidelidade a Deus e sua subsequente atitude de rebelião. 

Além da precariedade do argumento do ponto de vista bíblico e o fato de que Ellen White não disse que Satanás era "regente" do coro celeste, a idéia de que Lúcifer tinha esse função específica também esbarra em problemas lógicos. O primeiro deles é o tamanho do coro celeste; se houvesse mesmo a necessidade de um regente, deveria haver milhares de sub-regentes para um coro de milhares, milhões ou bilhões de anjos, como ocorre com grandes corais aqui. O problema é que a necessidade de um regente nos moldes de um diretor de coral terrestre fere o conceito bíblico de que os anjos são perfeitos em todos os sentidos e superiores ao homem (Salmo 8:5; Heb 2:7). Por quê?
Anjos perfeitos em poder não devem necessitar de um regente que indique o compasso, mudanças de dinâmica, cadência, rallentandos, pianissimos ou mezzo fortes, se é que a música celeste sequer pode ser descrita nos moldes terrestres!
Nem mesmo deve ser necessário que alguém lhes dê a “primeira nota” nos padrões de um regente terrestre, como se os anjos precisassem disso para se manterem no tom. Existem seres humanos que possuem o que chamamos de “ouvido absoluto”, ou seja, não precisam que ninguém lhes toque ao piano ou sopre num diapasão um Dó ou Fá, eles ouvem a nota automaticamente em seu ouvido e cantam no tom. Quanto mais os anjos que foram criados de forma superior ao homem! E até mesmo em nossa esfera decaída, há muito coral profissional por aí que não necessita de regente. Creio que deu para entender os problemas com uma leitura rígida da passagem em questão.

Em conclusão, nosso estudo revela que Ellen White se valeu de certa forma de uma idéia comum em seu tempo, a saber, de que Lúcifer era líder do anjos, inclusive nos louvores, para ilustrar um ponto mais importante, o da sua posição elevada e repentina queda. Também não há nada na passagem que indique que esse conceito fora parte de uma revelação especial a Ellen White.
Se Lúcifer era ou não "regente do coro celestial" é irrelevante, já que ele não caiu de sua elevada posição por rebelião ao governo de Deus em questões musicais. Assim, devemos ler a passagem sobre Lúcifer e o coro celeste mais por sua força retórica sobre a exaltação e subsequente queda de Lúcifer, e não como uma declaração de qual função musical ele exercia no céu ou como é realizada a música celeste


Cabe aqui também uma palavra de exortação. Infelizmente, a intenção de muitos que usam a passagem de Satanás como suposto “regente do coro celeste” é quase sempre demonizar (literalmente) a música sacra contemporânea. Ouvem-se afirmações do tipo “Satanás é músico, temos que ter cuidado com avanços na música adventista.” Assim, cria-se um espantalho ao redor da música adventista para coibir, oprimir e ostracizar músicos. Nossos músicos não têm liberdade para trabalhar porque sempre correm o risco de se tornar culpados por associação com Lúcifer, o músico par excellence, o “regente do coro celeste”. 



Com certeza Satanás deve ter um vasto conhecimento da música celeste e bem como da terrestre, mas ele não foi originador da música, Deus o é. Não entreguemos a Satanás algo que pertence a Deus, o dom da música, e não façamos os músicos da Igreja culpados por associação porque um suposto “regente do coro celeste” caiu em rebelião.

E, ironicamente, Satanás sempre alcança seu objetivo de espalhar desarmonia na igreja quando, no afã de evitar o complexo do “regente Lúcifer”, caímos em extremos na questão da música sacra, julgando a intenção dos nossos irmãos, impondo nossas idéias pessoais do que Deus aceita ou não ("Se eu não gosto, Deus não gosta também"), criticando e condenando.
No fim das contas, o maior problema dos músicos e adoradores adventistas não é tanto “musical” e sim “relacional”, seja no relacionamento com Deus ou com nosso próximo, como foi para Lúcifer. Cultive relacionamentos saudáveis na questão da música sacra para não cair no mesmo problema daquele anjo caído.

Um abraço!
André Reis

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[1] Veja, por exemplo, John Milton, Paradise Lost (Londres: 1674), Livro IV, 600-605; ibid., Livro VII, 130; Daniel Defoe, The Political History of the Devil (1726), p. 49, ibid., The Life and Adventures of Robinson Crusoe (1800), p. 119, Emily Percival, The Token of Friendship (1852), que usa linguagem bem semelhante à de Ellen White: “Lúcifer pode haver sido o líder daquele coro celeste” (p. 26).


[2] Como por exemplo, 6.000 anos para a idade da terra, idéia comum no século 19 hoje questionada por cientistas criacionistas e arqueólogos Adventistas. A história da civilização humana tem pouco mais de 6.000 anos, talvez 10.000. Ellen White nunca procurou estabelecer a idade da terra, ela usou o cômputo para ressaltar um ponto mais importante, a saber, a longa odisséia do pecado na terra.

Você sabia que a gelatina é feita de pele de suíno?

                                        
O Brasil produz anualmente cerca de 6 mil toneladas de gelatina a partir da pele do suíno. Mais do que um produto, a gelatina é um ingrediente muito utilizado pela indústria alimentícia em iogurtes, balas e produtos dietéticos.
A indústria farmacêutica utiliza a gelatina suína para a produção de cápsulas de remédios e de produtos cosméticos. “Além da própria gelatina, a pele suína é destinada para a produção de pururuca e emulsões para embutidos como mortadelas, salsichas, patês e linguiças”, explica. “A história da gelatina remonta séculos, sendo produzida a partir de couro bovino e suíno”. Segundo Reimann, o principal destino da gelatina suína produzida pela empresa é para a confecção de cápsulas e de gomas tipo confeito.
A exploração do couro suíno pela indústria no Brasil ainda é muito baixa. Apenas 0,2% do total de animais abatidos tem a pele destinada para o curtimento. “Não existe um cuidado diferenciado nas granjas de suínos para a extração da pele no animal. Os cuidados da suinocultura moderna visam o suíno como um todo”, diz Rei-mann. “Além disso, existe um outro fator determinante para o uso da pele suína na industrialização de gelatina alimentícia que é o teor de gordura presente no couro do animal, cujo limite é de 10%”.


Da pele bruta para a gelatina, a matéria-prima passa por várias etapas de industrialização. “É uma série de operações unitárias que vão desde a hidrólise do colágeno, a purificação da matéria-prima, concentração e secagem”, comenta o presidente. Paulo Reimann explica que para a produção de gelatina suína, a pele do animal sofre um pré-tratamento ácido por três dias antes de ir para a etapa de extração, onde recebe água quente e passa por um processo de extração de múltiplos estágios.
Nota do Portal: Ao consumir gelatinas coloridas e açucaradas, não imaginamos sua origem e os processos químicos por onde a matéria prima é processada. Reflita sobre o consumo desses alimentos totalmente impróprios para o corpo humano. Uma ótima alternativa é consumir ágar-ágar, uma gelatina vegetal feita a partir de algas marinhas. É possível compra-la em pó em lojas de produtos naturais e japoneses.

sábado, maio 12, 2012

Adventist Mission

O reavivamento prometido – a oração


Hoje, iniciei a leitura do livro ” O Reavivamento Prometido – como receber a plenitude do Espírito Santo” (Mark Finley). Desejo compartilhar, com você, as lições que estou aprendendo dessa leitura ao longo dessa semana.
“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.” Atos 2:42. Aqui temos uma pequena descrição da condição em que se encontravam os cristãos primitivos. Das práticas citadas nesse verso, focaremos, hoje, a oração! Em Atos 4:31 lemos: “E, tendo orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram cheios do Espírito Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus”.
A oração fazia parte do dia a dia desses crentes em Cristo. Estar constantemente em oração foi um fator essencial para que aqueles cristãos recebessem o Espírito Santo. “As maiores vitórias obtidas em favor da causa de Deus, não são o resultado de elaborados argumentos, amplos recursos, vasta influência, ou abundância de meios; elas são alcançadas na câmara de audiência com Deus, quando, com sincera e angustiosa fé, os homens se apegam ao forte braço do poder.” (Obreiros Evangélicos, p. 259). Como podemos desejar ser transformados por Deus, reavivados e ungidos por Seu Santo Espírito, se não temos entrado na câmara de audiência do Senhor?!
Se desejamos reavivamento, precisamos orar. “[...] a oração inicia o reavivamento. A oração sustenta o reavivamento. A oração nutre o reavivamento e o acompanha.” (O Reavivamento Prometido, p. 10).
Através da oração, damos abertura a Deus para agir em nossa vida. Enquanto oramos, vislumbramos nossos pecados e os confessamos, somos movidos pelo Espírito Santo a abandonar esses pecados. É vivendo em oração que nosso caráter pode ser aperfeiçoado. A oração produz intimidade com Jesus, aquele a quem devemos servir e imitar. E quando oramos, nossas mentes são abertas à guia do Espírito de Deus!
Quanto tempo você tem gasto em oração? É muito fácil que a correria da semana, os inúmeros afazeres e compromissos roubem nosso tempo e nos atrapalhem a conversar calmamente com o Senhor, não apenas falando, mas também o ouvindo. É bem verdade que muitas de nossas orações são decoradas, e se as anotássemos ao longo de poucos dias, veríamos que o conteúdo é o mesmo. Também é verdade que muitas vezes terminamos nossa oração e de forma ligeira levamos nossa mente a outros assuntos, sequer aguardando que o Senhor nos responda. É como se sentássemos para conversar com um amigo, e quando terminássemos nossa fala, levantássemos e fôssemos embora, sem ouvirmos sua voz. Precisamos mudar nossos hábitos de oração!
Que tal começarmos tirando um tempo especial, todos os dias, para ficarmos a sós com Deus?
“Jesus mesmo, enquanto andava entre os homens, muitas vezes Se entregava à oração. Nosso Salvador identificou-Se com nossas necessidades e fraquezas, tornando-Se um suplicante, um solicitador junto de Seu Pai, para buscar dEle novos suprimentos de força, a fim de que pudesse sair revigorado para os deveres e provações. Ele é nosso exemplo em todas as coisas. É um irmão em nossas fraquezas, pois “como nós, em tudo foi tentado” (Heb. 4:15); mas, sem pecado como era, Sua natureza recuava do mal; suportou lutas e agonias de alma num mundo de pecado. Sua humanidade tornou-Lhe a oração uma necessidade, e privilégio. Encontrava conforto e alegria na comunhão com o Pai. E se o Salvador dos homens, o Filho de Deus, sentia a necessidade de orar, quanto mais devemos nós, débeis e pecaminosos mortais que somos, sentir a necessidade de fervente e constante oração!” Caminho a Cristo, p. 93 e 94.
O desejo do reavivamento deve ser acompanhado de oração. Não essa oração decorada e vazia que nos acostumamos a fazer e que sequer permite que nosso coração se abra de fato ao SENHOR do universo, mas uma oração que seja como “o abrir do coração a Deus como a um amigo” (Caminho a Cristo, p. 93). Nessa oração deve haver exaltação a Deus, confissão de pecados, agradecimento por bençãos e súplica pelo Espírito Santo!
É impossível a alma prosperar enquanto é negligenciada a oração.” Caminho a Cristo, p. 98.
Fonte: Mulher Adventista