sexta-feira, janeiro 30, 2009

O Ministério de Cristo no Santuário Celestial - Parte I

É chegada a hora do sacrifício da tarde. O sacerdote está em pé no pátio do templo de Jerusalém, pronto para oferecer um cordeiro como sacrifício. Ergue o cutelo para imolar a vítima, mas nesse momento a Terra sofre uma convulsão. Aterrorizado ele solta o cutelo e o cordeiro escapa. Por sobre o estrondo do terremoto, ele houve um alto ruído de algo que se rasga, enquanto mãos invisíveis partem o véu do templo de alto a baixo.
Fora da cidade, nuvens negras envolvem uma cruz. Quando Jesus, o Cordeiro Pascal de Deus, exclama: "Está Consumado!", Ele morre pelos pecados do mundo. O tipo encontrava o antítipo. O próprio evento ao qual os serviços do templo haviam apontado durante séculos, acabara de ocorrer. O Salvador completara Seu sacrifício expiatório, e pelo fato do símbolo haver encontrado a realidade, os rituais que antecipavam esse sacrifício haviam sido ultrapassados. Por essa razão, o véu rasgou-se, o cutelo caiu das mãos do sacerdote e o cordeiro escapou.
Há mais, porém, em relação à história da salvação. A questão vai além da cruz. A ressurreição e a ascensão de Jesus dirigem nossa atenção para o santuário celestial onde, não mais como Cordeiro, mas como sacerdote Ele ministra. O sacrifício foi oferecido uma vez por todas (Hebreus 9:28); agora Ele torna disponíveis a todos os benefícios de Seu sacrifício expiatório.



O Santuário Celestial
Deus instruiu Moisés quanto à construção do lugar em que, na Terra, Ele iria habitar (Êxodo 25:8); tratava-se do santuário, o qual funcionou sob o primeiro (velho) concerto (Hebreus 9:1). Esse era o lugar no qual se ensinava ao povo o caminho da salvação. Cerca de 400 anos mais tarde, o templo permaneceu em Jerusalém, construído pelo rei Salomão, ocupou o lugar do tabernáculo transportável de Moisés.
Depois que Nabucodonosor destruiu o templo, os exilados que retornaram de Babilônia construíram o segundo templo, que foi mais tarde embelezado grandemente por Herodes, o Grande; este último templo foi destruído pelos romanos no ano 70 d.C.
O Novo Testamento revela que o novo concerto também possui seu templo, e este se encontra no Céu. Nele Cristo trabalha como sumo sacerdote "à direita do trono da Majestade". Esse santuário é o "verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem" (Hebreus 8:1 e 2).1 No monte Sinai, foi mostrado a Moisés um "modelo", cópia ou miniatura do santuário celestial (Êxodo 25:9 e 40).2 As Escrituras identificam o santuário mosaico como "figura das coisas que se acham nos Céus" e "figura do verdadeiro" santuário (Hebreus 9:23 e 24). O santuário terrestre e seus serviços nos provêem, portanto, vislumbres especiais no tocante ao papel do santuário celestial.
Em toda a sua extensão, a Escritura revela a existência de um templo ou santuário no Céu (por exemplo, Salmo 11:4; Salmo 102:19; Miquéias 1:2 e 3).3 Em visão, o apóstolo João contemplou o santuário de Deus, que se acha no Céu (Apocalipse 11:19). Ele chegou a contemplar os itens que constituíram o modelo para mobília que ocupava o espaço do lugar santo do santuário terrestre, tais como (Apocalipse 8:3). Viu também a arca da aliança, que no santuário terrestre ocupava o Santo dos Santos (Apocalipse 11:19).
O altar do incenso do santuário celestial acha-se situado diante do trono de Deus (Apocalipse 8:3; Apocalipse 9:13), que se localiza no templo celestial de Deus (Apocalipse 4:2; Apocalipse 7:15; Apocalipse 16:17). Portanto, a cena do trono celestial de Deus (Daniel 7:9 e 10) ocorre no templo ou santuário celestial. É por essa razão que os juízos finais de Deus partem de Seu templo (Apocalipse 15:5 a 8).
Torna-se claro, portanto, que as Escrituras apresentam o santuário celestial como um lugar efetivamente existente (Hebreus 8:2), não como uma metáfora ou abstração.4 O santuário celestial é o lugar primário de habitação de Deus.
O Ministério no Santuário Celestial
A mensagem do santuário era uma mensagem de salvação. Deus utilizou os seus serviços para proclamar o evangelho (Hebreus 4:2). Os serviços do santuário terrestre eram "uma parábola para a época presente" até o tempo da primeira vinda de Cristo (Hebreus 9:9 e 10). "Através dos símbolos e rituais Deus propôs, por meio desse evangelho-parábola, focalizar a fé de Israel no sacrifício e ministério sacerdotal do Redentor do mundo, o 'Cordeiro de Deus' que haveria de remover todo o pecado do mundo (Gálatas 3:23; João 1:29)." 5
O santuário ilustra três fases do ministério de Cristo: (1) sacrifício substitutivo, (2) mediação sacerdotal e (3) julgamento final.
O sacrifício substitutivo. Todos os sacrifícios do santuário simbolizava a morte de Jesus para o perdão dos pecados, revelando a verdade de que "sem derramamento de sangue não há remissão" (Hebreus 9:22). Esses sacrifícios ilustravam as seguintes verdades:
1. Deus julga o mundo - Pelo fato do pecado constituir uma profunda rebelião contra tudo o que é bom, puro e verdadeiro, ele não pode ser ignorado. "O salário do pecado é a morte..." (Romanos 6:23).
2. A morte substitutiva de Cristo - "Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas... mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de todos nós" (Isaías 53:6). "Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras" (I Coríntios 15:3).
3. Deus provê o sacrifício expiatório - Esse sacrifício é "Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no Seu sangue, como propiciação, mediante a fé" (Romanos 3:24 e 25). "Àquele que não conheceu pecado, Ele O fez pecado por nós; para que nEle fôssemos feitos justiça de Deus" (II Coríntios 5:21). Cristo, o Redentor, assumiu sobre Si o julgamento do pecado. Portanto, Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele tinha direito. Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte. Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a vida que a Ele pertencia. '... pela Suas pisaduras fomos sarados' (Isaías 53:5)." 6
Os sacrifícios do santuário terrestre eram repetitivos. Tal qual uma história, esse ritual - parábola da redenção - era contado e recontado ano após ano. Em contraste, o Antítipo - o verdadeiro sacrifício expiatório, a morte do Senhor - ocorreu no calvário uma vez por todas (Hebreus 9:26 a 28; Hebreus 10:10 a 14). Na cruz, a penalidade pelo pecado humano foi plenamente paga. A justiça divina foi satisfeita. Sob a perspectiva legal, o mundo havia sido restaurado ao favor divino (Romanos 5:18). A expiação, ou reconciliação, foi completada na cruz, conforme antecipada pelos sacrifícios, e o pecador penitente pode confiar plenamente nessa obra do Senhor, concluída.7
O Mediador Sacerdotal
Se o sacrifício expiou os pecados, por que era necessário um sacerdote?


O papel do sacerdote chamava atenção para a necessidade de mediação entre os pecadores e um Deus santo.
A mediação sacerdotal revela a gravidade do pecado e a alienação que ele ocasionou entre um Deus sem pecado e a criatura pecaminosa. "Assim como cada sacrifício antecipava a morte de Cristo, assim cada sacerdote antecipava o ministério mediatório de Cristo como sumo sacerdote no santuário celestial. 'Portanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem' (I Timóteo 2:5)." 8


1. Mediador e expiação - A aplicação do sangue expiatório durante o ministério mediatório dos sacerdotes era também vista como uma forma de expiação (Levítico 4:35). Em inglês, o termo atonement (expiação) implica reconciliação entre duas partes que se achavam rompidas. Assim como a morte expiatória de Cristo reconciliou o mundo com Deus, assim a Sua mediação, ou aplicação dos méritos de Sua vida sem pecado e morte substitutiva, faz da reconciliação ou expiação com Deus uma realidade pessoal para o crente.
O sacerdócio levítico ilustra o ministério redentor que Cristo tem desempenhado desde a Sua morte. Nosso Sumo Sacerdote, que serve "à destra do trono da Majestade nos Céus", trabalha como "ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem" (Hebreus 8:1 e 2). O santuário celestial é o grande centro de comando, de onde Cristo conduz Seu ministério sacerdotal em favor de nossa salvação. Ele é capaz de "salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Hebreus 7:25). Portanto, somos estimulados a nos aproximar "confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em, ocasião oportuna" (Hebreus 4:16).
No santuário terrestre, os sacerdotes desempenhavam dois ministérios distintos - o ministério diário no lugar santo, ou primeiro compartimento, e o ministério anual no lugar santíssimo, ou segundo compartimento. Esses serviços ilustravam o ministério sacerdotal de Cristo.9


2. O ministério no lugar santo - O ministério sacerdotal no lugar santo do santuário poderia ser caracterizado como um ministério de intercessão, perdão, reconciliação e restauração. Sendo contínuo provia contínuo acesso a Deus, através do sacerdote. Simbolizava a verdade de que o pecador arrependido dispõe de imediato e contínuo acesso a Deus através do ministério sacerdotal de Cristo como intercessor e mediador (Efésios 2:18; Hebreus 4:14 a 16; Hebreus 6:20; Hebreus 9:24; Hebreus 10:19 a 22).


Quando o pecador penitente vinha ao santuário com um sacrifício, depunha as mãos sobre a cabeça do inocente animal e confessava seus pecados. Esse ato transferia simbolicamente seus pecados e penalidade para a vítima. Como resultado, ele obtinha perdão de suas transgressões.10 Assim estabelece The Jewish Encyclopedia:
"A deposição de mãos sobre a cabeça da vítima é um rito comum, pelo qual são efetuados a substituição e a transferência de pecados." "Em cada sacrifício acha-se presente a idéia de substituição; a vítima assume o lugar do pecador humano." 11
O sangue da oferta pelo pecado era aplicado de duas formas:
a. Se ele fosse levado para o lugar santo, era aspergido diante do véu interno e colocado nos cantos do altar de incenso (Levítico 4:5 a 7; Levítico 4:17 e 18).
b. Se não era conduzido para o lugar santo, sua colocação era feita nos cantos do altar de holocausto, no pátio (Levítico 4:25 e 30). Nesse caso, o sacerdote comia parte da carne do sacrifício (Levítico 6:25, 26 e 30). Em ambos os casos, os participantes entendiam que seus pecados e responsabilidades eram transferidos ao santuário e seu sacerdócio.12
"Nesta parábola ritual o santuário assumia a culpa e a responsabilidade do penitente - pelo menos durante certo tempo - quando o penitente oferecia a oferta pelo pecado, confessando seus erros. Ele saía dali perdoado, certo da aceitação divina. Assim, no serviço antítipo, quando um pecador é levado pelo Espírito Santo a aceitar a Cristo como seu Salvador e Senhor, Cristo assume seus pecados e responsabilidade. Ele é perdoado graciosamente. Cristo é o Fiador do crente, bem como o seu Substituto." 13
Tanto no tipo quanto no antítipo, o ministério do lugar santo centraliza-se primariamente no indivíduo. O ministério sacerdotal de Cristo providencia o perdão do pecador e sua reconciliação com Deus (Hebreus 7:25). "Em consideração a Cristo, Deus perdoa o pecador arrependido, imputa-lhe o reto caráter e a obediência de Seu Filho, perdoa seus pecados, e registra seu nome no Livro da Vida, como um dos Seus filhos (Efésios 4:32; I S. João 1:9; II Coríntios 5:21; Romanos 3:24; Lucas 10:20). E a medida que o crente permanece em Cristo, a graça espiritual lhe é mediada através de nosso Senhor, por meio do Espírito Santo, de modo que ele alcança maturidade espiritual e desenvolve as virtudes e graças que refletem o divino caráter (II Pedro 3:18; Gálatas 5:22 e 23)".14 O ministério no lugar santo efetua a justificação e santificação do crente.
O Julgamento Final
Os eventos do Dia da Expiação ilustram as três fases do divino julgamento final. São elas:
1. O "julgamento pré-milenial" ou "juízo investigativo", que também é conhecido como julgamento pré-Advento";
2. O "julgamento milenial" e
3. O "julgamento executivo", que ocorre ao final do milênio.
O Ministério no Lugar Santíssimo
A segunda divisão do ministério sacerdotal acha-se centralizada primariamente no santuário, tendo a ver com a purificação do santuário e do povo de Deus. Essa forma de ministério, que focalizava o lugar santíssimo do santuário e que podia ser desempenhada tão-somente pelo sumo sacerdote, limitava-se a um único dia do calendário religioso.
A purificação do santuário requeria dois bodes - o bode do Senhor e o bode emissário (Azazel, em hebraico). Ao sacrificar o bode do Senhor, o sumo sacerdote efetuava a expiação pelo "santuário [na verdade, 'santuário' em todo este capítulo refere-se ao lugar santíssimo], pela tenda da congregação [o lugar santo], e pelo altar [o pátio]" (Levítico 16:15 a 21).
Tomando o sangue do bode do Senhor, o qual representava o sangue de Cristo, e levando-o para o interior do lugar santíssimo, o sumo sacerdote aplicava-o diretamente, na própria presença de Deus, ao propiciatório - a cobertura da arca, dentro da qual estavam contidos os Dez Mandamentos - a fim de satisfazer as exigências da santa Lei de Deus.
Sua ação simbolizava o imensurável preço que Cristo teria de pagar pelos nossos pecados, revelando quão ansioso Deus Se sente por efetuar a reconciliação de Seu povo consigo mesmo (II Coríntios 5:19). Então, o sumo sacerdote aplicava esse sangue ao altar do incenso e ao altar dos holocaustos, os quais haviam sido diariamente aspergidos com o sangue que representava os pecados confessados. Dessa forma, o sumo sacerdote efetuava a expiação pelo santuário, bem como pelo povo, efetuando assim a purificação de ambos (Levítico 16:15 a 21; Levítico 16:30 a 33).
Passo seguinte, representando a Cristo como mediador, o sumo sacerdote assumia sobre si próprio os pecados que haviam poluído o santuário e os transferia para o bode vivo, Azazel, o qual era então conduzido para fora do acampamento do povo de Deus. Este ato removia os pecados do povo, os quais a esta altura haviam sido simbolicamente transferidos dos crentes arrependidos para o santuário através do sangue ou da carne dos sacrifícios do ministério diário de perdão. Desde modo o santuário era purificado e preparado para mais um ano de atividade ministerial (Levítico 16:15 a 21; Levítico 30:37).15 E assim todas as coisas eram colocados em ordem entre Deus e Seu povo.16
Vemos assim que o dia da expiação ilustra o processo de julgamento que lida com a erradicação do pecado. A expiação levada a efeito nesse dia "prefigurava a aplicação final dos méritos de Cristo a fim de banir a presença do pecado por toda a eternidade, e para empreender plena reconciliação do Universo, sob o governo harmonioso de Deus".17
Azazel, o Bode Emissário
"A tradução 'bode emissário', do hebraico azazel, provém da Vulgata, com a expressão 'caper emissarius', ' bode a ser mandado embora' (Levítico 16:8).18 O exame cuidadoso de Levítico 16 revela que azazel representa Satanás, e não Cristo, conforme alguns têm imaginado. Os argumentos que apóiam esta interpretação, são:
"(1) O bode emissário não era morto como sacrifício, e assim não poderia ser usado como um meio para trazer o perdão, uma vez que 'sem derramamento de sangue não há remissão' (Hebreus 9:22);
(2) O santuário era inteiramente purificado pelo sangue do bode do Senhor antes que o bode emissário fosse introduzido no ritual (Levítico 16:20).
Estudando com atenção, nota-se que a passagem trata o bode emissário como um ser pessoal que é o oposto, e se opõe, a Deus. Levítico 16:8 diz literalmente:
'Um para o Senhor, o outro para Azazel'. - Portanto, na compreensão da parábola do santuário, é mais coerente ver o bode do Senhor como símbolo de Cristo e o bode emissário - Azazel - como símbolo de Satanás." 19
Nisto Cremos, CPB, 4.ª ed.,1997, pág.408.
Não deixe de ver os vídeos, são bastante esclarecedores:

Deus Tem um Endereço - Parte 1 de 3

Deus Tem um Endereço - Parte 2 de 3


Deus Tem um Endereço - Parte 3 de 3


A Profecia de Daniel 8

O CHIFRE PEQUENO


I. Quem é o chifre pequeno de Daniel 8?
“ O bode se engrandeceu sobremaneira; e, na sua força, quebrou-lhe o grande chifre, e em seu lugar saíram quatro chifres notáveis, para os quatro ventos do céu. De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa. Cresceu até atingir o exército dos céus; a alguns do exército e das estrelas lançou por terra e os pisou. Sim, engrandeceu-se até ao príncipe do exército; dele tirou o sacrifício diário e o lugar do seu santuário foi deitado abaixo. O exército lhe foi entregue, com o sacrifício diário, por causa das transgressões; e deitou por terra a verdade; e o que fez prosperou. Depois, ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do sacrifício diário e da transgressão assoladora, visão na qual é entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado .” – Daniel 8:8-14.
O bode de que trata a profecia é a Grécia (vv. 21-22). Os 4 chifres notáveis do império grego foram os 4 generais que sucederam Alexandre, o Grande: Ptolomeu, Cassandro, Lisímaco e Selêuco.
Na versão Almeida Revista e Atualizada (uma das mais utilizadas no Brasil), o v. 9 começa com a expressão: “de um dos chifres”. Porém, o original hebraico traz o seguinte: “de um deles”. Esta tradução é confirmada pela respeitada King James Version , em inglês.
É importante analisarmos o detalhe acima, porque o texto em português dá a entender que o chifre pequeno surgiu “dos outros 4 chifres”, ou seja, ele seria proveniente do império grego. Os que defendem esta teoria (os chamados preteristas ), como a maioria dos evangélicos e católicos, dizem que este chifre pequeno é representado por ANTÍOCO EPIFÂNIO. Eles apresentam os seguintes argumentos:
a) Antíoco foi um rei selêucida - Como membro desta dinastia de reis, ele surgiu de um dos 4 chifres mencionados em Dn 8:8, pois esta foi a origem do chifre pequeno.
b) A sucessão de Antíoco foi irregular - Este argumento está baseado no v. 24 do cap. 8.
c) Antíoco perseguiu os judeus.
d) Ele contaminou o templo de Jerusalém e interrompeu seus serviços.
Porém, um estudo mais acurado da Bíblia e da história nos mostra que Antíoco não satisfaz os requisitos para o poder representado pelo chifre pequeno de Daniel. A natureza do chifre pequeno rejeita Antíoco como sua identidade:
a) Grandeza comparativa do chifre pequeno.
O verbo “engrandecer” (GADAL) aparece somente uma vez em relação com à Pérsia e somente uma vez com relação à Grécia. Porém, aparece 3 vezes relacionando-se ao chifre pequeno. Mostra-se que o chifre teria um poder progressivo e crescente, até o tempo do fim (vv. 17, 19, 26).

b) Atividades do chifre pequeno: conquistas, atividades anti-templo.
c) Fatores de tempo para o chifre pequeno: origem, duração, fim.
Antíoco permaneceu no poder por pouco tempo (de 175 a.C. até 164/3 a.C.). Era o 8º de uma dinastia de mais de 20 reis selêucidas.
d) Natureza do chifre pequeno – conforme a profecia, este chifre seria “quebrado sem esforço de mãos humanas” (v. 25). Isto mostra a maneira singular com que o chifre seria derrotado. Ou seja, o próprio Deus intervirá para colocar um fim à perseguição de Seu povo, produzida por este poder blasfemo e arrogante. O que não ocorreu com Antíoco, que morreu de causas naturais durante uma campanha pelo Oriente.
e) Origem do chifre pequeno.
Como mencionado acima, há um problema na tradução do início do verso 9, pois o original hebraico afirma que o chifre pequeno sairia “de um deles”, fazendo referência aos 4 ventos citados no final do verso 8.
A tradução correta do texto sugere que o chifre pequeno sairia de um dos 4 ventos, ou seja, de um dos 4 pontos cardeais. Roma veio do lado Oeste, e cumpre todos os demais requisitos para que o chifre pequeno seja identificado com sua fase papal, principalmente.

II. Algumas Características Importantes (Dn 8:19-26)
1. Ele sobe no meio dos 10 chifres do animal, após derrubar 3 deles – o chifre surgiria do império romano, e abateria 3 dos 10 reinos que formaram este império (foram 3 destes 4 reinos: Visigodos, Vândalos, Hérulos e Ostrogodos).
2. Ele possuía olhos, como os de homem, bem como uma boca “arrogante” e “insolente” – o poder representado pelo chifre pequeno é um poder temporal, religioso e com pensamentos arrogantes e orgulhosos relativos ao seu alcance de dominação mundial.
3. O chifre pequeno parecia mais “robusto” do que os seus “companheiros” – ele conseguiria em certo momento dominar até mesmo o poder temporal, bem como o religioso.
4. Fazia guerra contra os santos e prevalecia contra eles – seria um perseguidor daqueles que desejassem permanecer fiéis às leis de Deus, e rejeitarem a contrafação que o chifre pequeno apresentaria ao mundo.
5. Proferiria palavras contra Deus – sua pretensão seria tal que até mesmo as prerrogativas divinas este poder tomaria para si.
6. Magoaria os santos de Deus – a perseguição seria feroz e grande.
7. Mudaria os tempos e a lei – o sábado da lei de Deus seria alterado por um outro dia de guarda, em obediência total ao poder do chifre pequeno.
8. Dominaria os santos por 3,5 tempos (1260 anos. Cf. Dn 4:16, 23, 25, 32; 7:25; 11:13; 12:7; Ap 11:2, 3; 12:6, 13; 13:5) - durante este período de tempo, os santos estariam quase que totalmente à mercê das sangrentas perseguições do chifre pequeno (538 AD a 1798 AD).
9. Seria julgado pelo tribunal divino, e destruído – chegará o momento em que Deus mesmo intervirá definitivamente, e o chifre pequeno com todos os seus seguidores serão destruídos ante a autoridade do Deus Eterno.

Não há como fugir da realidade histórica de que apenas um pode encaixa-se nas características reveladas em Daniel sobre a identidade do chifre pequeno: ROMA, EM SUAS FASES PAGÃ E PAPAL:
1. Veio após o império grego;
2. Foi um poder forte e dominador;
3. Conseguiu prevalecer sobre o reino temporal e religioso;
4. Dominou o mundo por 1260 anos de perseguição religiosa;
5. Colocou um sistema de intercessão para obscurecer o sistema do Santuário de Israel;
6. Proferiu blasfêmias e arrogâncias, ostentando-se como possuidor das prerrogativas da Divindade;
7. Alterou a própria lei de Deus, exatamente no elemento de tempo da lei – o sábado (Êxo. 20:8-11).
Mais uma vez, os Adventistas saem ganhando por utilizarem o mesmo método que Jesus utilizava para interpretar as Escrituras, ou seja, O MÉTODO GRAMÁTICO-HISTÓRICO, que permite que a própria Bíblia se revele no estudo da história das nações.
Os preteristas, que colocam os cumprimentos de Daniel e de Apocalipse, quase que totalmente no passado, não resistem a um estudo cuidadoso e profundo das profecias.
Vivemos no limiar dos últimos dias, quando aquela “pedra” de Daniel 2 será jogada dos céus, e um reino eterno será instituído, cujo poder e autoridade permanecerão pelos séculos dos séculos. Amém!

Prof. Gilson Medeiros

terça-feira, janeiro 27, 2009

AS TRÊS FASES DO JUÍZO

As três fases são: Investigativa, Judicativa e Executiva. Cada fase é marcada por um grande acontecimento.
Para que possamos compreender o assunto do juízo, precisamos começar com a profecia de Daniel 8 porque o juízo está relacionado com a purificação do Santuário. E a Bíblia diz: "E até 2.300 tardes e manhãs e o santuário será purificado". Daniel 8:14
Para saber quando começou a purificação do santuário, precisamos saber quando terminaram as 2.300 tardes e manhãs. Em Ezequiel 4:6-7, a Bíblia ensina que um dia equivale a um ano, portanto 2.300 tardes e manhãs são 2.300 anos. Precisamos saber onde o período termina, mas para sabê-lo, precisamos saber quando começa.
Em Daniel 9:23-27, encontramos o fio da meada. O período começa com a ordem para reedificar e restaurar Jerusalém. Em Esdras 6:14, encontramos o decreto, que está transcrito na íntegra em Esdras 7:11-28. O decreto é composto de 3 editos: 537AC, por Ciro; 520AC, por Dario e 457AC por Artaxerxes.
Sendo que devemos começar a contagem a partir de 457AC, e setenta semanas são 490 anos, pelo princípio dia - ano, chegaremos até o ano 34 da nossa era. Ficam faltando para 2.300 anos, 1.8l0 anos, e somados ao ano 34, chegaremos ao ano 1.844 da nossa era.
Quando Jesus morreu, na cruz do Calvário, o véu do santuário terrestre se rasgou de alto a baixo, simbolizando a extinção do santuário terrestre.
O santuário da terra era uma cópia do modelo que está no Céu. Êxodo 25:40; Hebreus 8:2 e 5; 9:11-12 e 23-24; Apocalipse 8:3; 11:19; 15:5.
Apenas para solidificar a idéia do juízo, alguns textos:
Atos 17:30-31 "Deus tem um dia para julgar o mundo...".
Daniel 7:9-10 "Assentou-se o juízo e abriram-se os livros...".
Malaquias 3:16 "Há um memorial diante de Deus...".
Eclesiástes 12:14 "Deus há de trazer a juízo toda obra...".
A Primeira Fase do Juízo se chama Investigativa ou Pré-advento:
Apocalipse 14:6-7 diz: Chegou a hora do juízo.
Guilherme Miller pregou a vinda do juízo como sendo a Volta de Jesus. Ele pregou desde 1.831 até 1.844.
Em I Pedro 4:16-17, a Bíblia diz que o juízo começa pela casa de Deus.
Assistido por anjos celestiais nosso Sumo Sacerdote, Jesus Cristo, entra no lugar santíssimo do santuário celestial. Comparece à presença de Deus o Pai, para fazer intercessão por todos os que creram no Seu nome.
O Juízo é baseado no que está escrito nos livros.
Há vários livros: O livro da vida, o livro memorial e também o livro dos pecados.
Quando alguém tem pecados para os quais não houve arrependimento e confissão, o nome do culpado é omitido do livro da vida.
O Juízo é executado com precisão: Assim como os traços fisionômicos são reproduzidos com precisão infalível sobre a polida chapa fotográfica, assim o caráter é fielmente delineado nos livros dos céus.
O Juízo investigativo termina pouco antes de Jesus voltar à terra, em Sua segunda Vinda. Quando isto acontecer todos os casos estarão decididos.
A Segunda Fase do Juízo se chama Determinativa ou Judicativa
Em Apocalipse 20:1-4 a Bíblia ensina que os ímpios só vão ressuscitar depois do milênio, período em que acontece a segunda fase do juízo.
Conforme I Coríntios 6:2-3, os santos, resgatados por Jesus, por ocasião da Segunda Vinda, participam do juízo.
Durante os mil anos, entre a ressurreição dos justos e a ressurreição dos ímpios, ocorre esta fase do julgamento.
Enquanto os santos estão nos céus com Jesus, participando do juízo, os ímpios estão mortos na terra.
Os ímpios ressuscitarão no final do milênio para receberem a condenação.
A Terceira Fase do Juízo se chama Executiva ou Conclusiva

Em Malaquias 4:1-3 a Bíblia diz que os ímpios serão feitos em cinzas.

Em Apocalipse 20:9 diz que desceu fogo dos céus e os consumiu.

No final dos mil anos ocorre a segunda grande ressurreição. Os ímpios ressuscitarão dos mortos comparecendo perante Deus para a execução do juízo escrito.
Quando se abrem os livros, o olhar de Jesus incide sobre cada ímpio, e cada um se torna cônscio de seus pecados.
Ali estão muitos que pertenceram a raça de grande longevidade, de grande intelecto, reis generais, guerreiros orgulhosos, ambiciosos, aqueles que participaram na morte de Jesus, também aqueles que em todos os tempos se exaltaram acima de Deus, e muitos outros.
Diante de todos os fatos do grande conflito, o Universo inteiro, inclusive os rebeldes exclamam: "Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, Ó Rei das nações".
Os ímpios recebem sua recompensa na terra. Serão como a palha.
Quando todos os ímpios forem destruídos, inclusive o diabo, estará para sempre terminada a história da obra de ruína causada por Satanás.
Quando tudo aqui terminar, e esta terra renovada se tornar a morada dos salvos, onde você pretende estar?
Talvez você possa estar pensando: Bem, acho que estou perdido.
Eu desejo animar você agora com estas lindas promessas da Palavra de Deus:
"Se confessarmos os nossos pecados Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça". I João 1:9
Em João 3:18 Jesus disse: "O que crê em mim não é julgado".
"Filhinhos, estas coisas vos escrevi para que não pequeis, todavia se alguém pecar, temos um advogado junto ao Pai, Jesus Cristo" I João 2:1.
Amigo querido: Logo tudo passará. Se nos apegarmos firmemente a Jesus, estaremos livres da condenação. Nem precisamos nos preocupar com o juízo.
Jesus é o nosso Libertador, nosso Advogado e Salvador. Louvado seja o nome de Jesus.
Se você quiser, pode se apegar a Jesus, ir com Ele para o céu, passar mil anos com Ele e depois de tudo poderá dizer:
"O grande conflito terminou, pecado e pecadores não mais existem. O Universo inteiro está purificado... desde o minúsculo átomo até o maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo, declaram que Deus é amor". G.C.684.
E então por toda eternidade gozar das alegrias que Deus preparou para os que O amam.
Talvez você esteja apreensivo, ou com medo do juízo, mas pode ser que Jesus quer abençoar você.
Pr. Neumoel Stina

O Juízo - Parte 1 de 2

O Juízo - Parte 2 de 2


Ashira L’Adonai - A Canção de Moisés

Todos devem ter assistido ao desenho “O Príncipe do Egito”, para os que ainda não assistiram, recomend. Conta a história do povo hebreu, como Moisés tornou-se líder do povo e a história do êxodo, da saída dos hebreus do Egito ! É emocionante.
Pois bem, o vídeo abaixo é um trecho deste desenho, onde a partir da metade do mesmo, é entoado o cântico de Moisés, baseado em Êxodo 15. Colocarei a letra e a tradução para vocês !
Ashira L’Adonai
Ashira l’adonai ki gaoh ga-ah
Cantarei ao SENHOR, porque gloriosamente triunfou
Ashira l’adonai ki gaoh ga-ah
Cantarei ao SENHOR, porque gloriosamente triunfou
Mi chamocha baelim adonai
O SENHOR, quem é como tu entre os deuses?
Mi kamocha nedar bakodesh
Quem é como tu glorificado em santidade?
Nachita v’chas-d’cha am zu ga-alta
Guiaste com misericórdia esse povo que remiste
Nachita v’chas-d’cha am zu ga-alta
Guiaste com misericórdia esse povo que remiste
Ashira ashira ashira
Cantarei, cantarei, cantarei.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Governador de SC sanciona alteração na Lei do Sábado

Florianópolis, SC... [ASN] O governador do Estado de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, sancionou e entrou em vigor, dia 7 de janeiro deste ano, conforme publicação no Diário Oficial do Estado, a Lei número 14.607/2009, que alterou a Lei 11.225 de 1999, conhecida pela comunidade adventista e sabatista como Lei do Sábado. Essa mudança na redação da Lei do Sábado permite que adventistas do sétimo dia e outros guardadores do sábado consigam realizar provas de concursos públicos e exames vestibulares sem conflito com o dia considerado por eles como sagrado. A Lei n. 14.607/2009 alterou o parágrafo 1º do artigo 1º e também o art. 2º da Lei n. 11.225 e facilitou a liberdade religiosa para os guardadores do sábado.
Conforme o secretário jurídico do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, o adventista Wilson Knoener Campos, um dos responsáveis por agilizar essa modificação, anteriormente a menção era de respeito ao sábado das 18 horas de sexta-feira até as 18 horas de sábado. Com a modificação, a lei ficou redigida de forma diferente e faz alusão ao pôr-do-sol:
“Art. 1º As provas de concursos públicos e os exames vestibulares de Instituições Públicas ou Privadas, serão realizadas no Estado de Santa Catarina, no período de domingo à sexta-feira, no horário compreendido entre às oito e dezoito horas.
“§1º Quando inviável a promoção dos certames em conformidade com o caput, a entidade organizadora poderá realizá-los no sábado devendo permitir ao candidato, que alegue e comprove convicção religiosa, a alternativa de realização das provas após o pôr-do-sol.
“Art. 2º Os estabelecimentos de ensino da rede pública e particular do Estado de Santa Catarina ficam obrigados a abonar as faltas de alunos que, por crença religiosa, estejam impedidos de freqüentar as aulas ministradas às sextas-feiras após as dezoito horas, e aos sábados até o pôr-do-sol” (grifos acrescentados).
De acordo com Knoener, os entendimentos para que houvesse a modificação na lei começaram no final de ano de 2007 e continuaram em 2008 tendo apoio do pastor jubilado Anísio Chagas, o adventista e ex-vereador Oscar Rautenberg (de Blumenau) e o próprio Knoener. O deputado estadual Nilson Gonçalves, conhecedor da Igreja Adventista do Sétimo Dia e que tem parentes adventistas, foi quem entendeu a necessidade da modificação e tomou a providência de dar os devidos encaminhamentos dentro do processo político para que se tornasse lei. “Pudemos perceber que, desde a etapa preliminar da criação da lei, a mão de Deus encaminhou e direcionou as mentes humanas envolvidas para que o trabalho resultasse em um maior benefício para seu povo no Estado de Santa Catarina”, afirma o secretário jurídico.

Humor: Alcançar todos os polvos!




domingo, janeiro 25, 2009

Princípios da boa música

Nem toda música religiosa é boa e nem toda música secular é má. Quando os princípios seguintes são aplicados a ambos os tipos de música, podem ser feitas escolhas para acomodar os gostos individuais, institucionais e culturais. Toda música deveria ser julgada pelo padrão indicado em Filipenses 4:8 “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento”, dando consideração a:
1- Contexto: uma filosofia de música que é baseada em valores cristãos.
2- Função e Adequação: a música que vai de encontro às necessidades espirituais e sociais para a nutrição, edificação, e crescimento do corpo coletivo.
3- Performance: uma demonstração de conhecimento, compreensão e habilidade para que se obtenha uma efetiva comunicação da mensagem pretendida através da música.
4- Decoro: presença de palco do músico tanto quanto suas maneiras e respeito aos ouvintes; tudo isso tem um tremendo impacto sobre o comportamento.
5- Estilo: conhecimento e compreensão do estilo a que pertence a música. A partir do momento em que a indústria da música rotula a música como “religiosa” somente por causa da letra (e não da música), se torna imperativo que os músicos sejam treinados para avaliar tanto a letra como a música a fim de evitar misturar o santo e o profano. Nossa música deve ser distintamente diferente do mundo e deve representar quem nós somos e o que nós somos – Cristãos Adventistas do Sétimo Dia. Traços culturais são meramente incidentais e não devem ser o foco ou a motivação para a escolha da música.
6- Letra: mensagens que atribuem louvor a Deus e reforçam as doutrinas e crenças da Igreja bem como reforçam valores morais (música secular), devem ambas edificar e elevar o espírito do ouvinte.
A boa música é aquela que:
Expressa os princípios do caráter de Deus (fé, verdade, reverência, obediência, respeito, amor, pureza, honestidade, sinceridade, alegria)Pode ser interpretada ou ouvida na presença de Deus.Salienta o crescimento e desenvolvimento espiritual e intelectual.Não mistura o santo com o comum ou profano.É apropriada para a ocasião.É harmoniosa para o corpo, mente e espírito.Tem qualidades artísticas – equilíbrio entre ritmo, melodia e harmonia.
As dez bem aventuranças dos músicos da igreja
1- Bem-aventurados os que cantam com a mente. (1Coríntios 14:15)
2- Bem-aventurados os que cantam para louvar a Deus, e não a homens. (Mateus 15.8)
3- Bem-aventurados todos aqueles que cantam com sinceridade de coração.
4- Bem-aventurados os que cultivam a música sacra. (Efésios 5.19)
5- Bem-aventurados os crentes que executam seus instrumentos unicamente para louvar o nome de Deus, e os usam para o seu serviço. (Salmo 150)
6- Bem-aventurados os coristas ou instrumentistas que chegam antes do horário prefixado para o ensaio.
7- Bem-aventurados os que evangelizam por meio da música sacra.
8- Bem-aventurados os músicos que pertencem verdadeiramente ao Senhor Jesus Cristo.
9- Bem-aventurada a igreja cujos músicos sabem discernir conscientemente o objetivo da música no culto.
10-Bem-aventurada a igreja que valoriza e canta somente textos e músicas que glorificam a Deus e edificam seu povo.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

O Brasil é o segundo no ranking de computadores contaminados

O Brasil está entre os 10 países com com o maior número de computadores infectados por algum tipo de ameaça virtual. A constatação surge de uma uma pesquisa feita pela F-Secure, empresa especializada em segurança tecnológica, para tentar identificar o número total de PCs contaminados. No estudo, a F-Secure acessou diversos computadores, a exemplo do que fazem os hackers. Mas sem roubo de dados ou infecção com vírus. No total, foram detectados mais de 2,935 milhões de IPs acessados. A empresa, no entanto, ressalta que esse número não representa a realidade, que deve ser significativamente maior. Saiba agora a posição exata em que se encontra o Brasil no ranking.
Ranking dos computadores infectados
1) China: 38.277 ocorrências
Dona da maior população do mundo e com economia galopante, a China ganha um índice nada nobre para se comemorar: o de país com o maior número de máquinas infectadas por algum tipo de ameaça virtual, segundo estudo da F-Secure.
2) Brasil: 34.814 ocorrências
O Brasil só perde para a China em número de PCs contaminados por vírus ou qualquer outra 'infecção' virtual. O país supera, de longe, a vizinha Argentina, sétima colocada no ranking, com 11.675.
3) Rússia: 24.526 ocorrências
Superada pelo Brasil por quase 10 mil 'infecções', a Rússia está entre os três principais países afetados pelas ações criminais de hackers que praticam ilegalidades virtuais.
4) Índia: 16.497 ocorrências
Nação conhecida pelo grande número de profissionais das áreas de tecnologia e computação, a Índia aparece na quarta colocação em estudo que avalia o risco de ameaça virtual em PCs. Logo atrás da Índia vem a Ucrânia, com 14.767 máquinas afetadas pelos pesquisadores da empresa F-Secure.
6) Itália: 13.115 ocorrências
A Itália é o único país da União Européia a aparecer entre os dez primeiros do ranking de estudo que avalia o grau de ameaça de contaminação a computadores.
8) Coréia do Sul: 11.117 ocorrências
A Coréia do Sul ficou uma posição atrás da Argentina no ranking estipulado em pesquisa da F-Secure que avalia as ameaças virtuais provocadas por hackers.
10) Indonésia: 6.166 ocorrências
A Indonésia fecha o top 10 do ranking estipulado pela F-Secure para avaliar o risco de ameaças virtuais a PCs.
(MSN Notícias)

A Índia Real que a Rede Globo não mostra!

Ontem iniciou mais uma novela da Rede Globo, intitulada Caminho das Índias. Sinceramente não tive interesse nenhum em ler a sinopse para tentar entender do que se trata ou o que pretende mostrar esta novela, se é que novela tem algum objetivo definido.Mas algumas coisas me chamaram a atenção nas propagandas emitidas pela emissora durante a semana passada e ontem fui conferir. A emissora mostrou algumas vezes cenas com seus atores em um rio, o Rio Ganges, onde curiosamente flores boiavam no rio(onde na verdade é um depósito a céu aberto de cadáveres).
Outras cenas mostraram os lindos lugares da Índia, o Taj Mahal, algumas fortificações, mercados públicos, uma terra bela sem dúvida, com uma população de extremo valor e muito alegre, porém como sempre a realidade é maquiada pela Rede Globo.Ainda está cedo para falar, não sabemos o desenrolar (e sinceramente não me interesso em saber) da história, mas mais uma vez a verdade, o mundo real é temperado de ilusão pela emissora que mostra uma fantasia.
Alguns dados sobre a Índia real:A Índia é o segundo país mais populoso do mundo com mais de um bilhão de habitantes, e apesar de ser a décima segunda maior economia do mundo e a quarta maior em poder de compra e as reformas econômicas que a transformaram na segunda grande economia de mais rápido crescimento ainda possui 25 % da população vivendo abaixo da linha da pobreza, possui mais famílias pobres do que África, Ásia e América Central juntas (1).

A miséria, a falta de saneamento, serviços básicos como saúde e educação tornam a Índia um dos lugares onde se pode contrastar mais claramente a miséria e riqueza junta, dividindo o mesmo espaço.

A riqueza e luxo de cidades como Mumbai exibe um contraste enorme de seus edifícios suntuosos e uma periferia aonde se vive milhares de pessoas sobre o encanamento que alimenta a cidade, ali crianças crescem em meio à miséria, lixo e doenças, mas quero salientar que a Índia não é só pobreza, miséria e dor, é um lugar belo, de um povo feliz e que assim como todos nós tem seu valor.

Essa Índia a Rede Globo não mostra. Quero compartilhar com você algumas imagens da Índia real que não é apresentada na novela, de pessoas que sofrem de gente que vive na miséria, algumas fotos são fortes, se desejar pode vê-las nesta Galeria de fotos pública.

(Encontro com o Poder)

quinta-feira, janeiro 22, 2009

INSPIRAÇÃO/ REVELAÇÃO: O QUE É ISSO E COMO FUNCIONA

A RELAÇÃO ENTRE OS ESCRITOS DE ELLEN G. WHITE E A BÍBLIA

Este é um assunto de suma importância, que tem gerado equívoco por parte de alguns; por isso resolvi postar aqui no blog. Peço por gentileza que os interessados leiam com calma e prestem bastante atenção, em especial modo os críticos. E não se esqueçam de conferir as referências.
Introdução

Talvez não haja assunto mais mal compreendido nas crenças dos adventistas do sétimo dia do que a questão da relação adequada entre os escritos de Ellen G. White e os da Bíblia.

Uma comparação dos escritos de autores cristãos como Walter R. Martin,1 Norman F. Doughty 2 e outros que escreveram criticamente sobre as crenças doutrinárias dos adventistas, com algumas das declarações freqüentemente citadas dos próprios escritores adventistas, que parecem apresentar posições diferentes, se não conflitantes, faz-nos pensar se talvez nós próprios, da igreja, é que somos os responsáveis por causar parte da confusão lá fora!
Por exemplo, tomemos a definição de duas palavras que usamos com freqüência nesta apresentação de três partes: inspiração e revelação. O ex-pastor adventista Walter Rea, seguindo Webster, vê a inspiração como sendo “a influência divina direta ou imediatamente exercida sobre a mente ou alma dos homens”. Rea rotula isto como “subjetivo”. A revelação é vista como “a comunicação que Deus faz de Si mesmo e de Sua vontade a Suas criaturas”; isto Rea rotula como “objetivo”. 3
Depois de definir objetivo e subjetivo, Rea alega que esta revelação objetiva possui autoridade, enquanto que a inspiração subjetiva não possui. A revelação objetiva, aos olhos de Rea, está relacionada a fatos e planos de ação, enquanto que a revelação subjetiva é vista como estando associada a valores e opiniões pessoais.
Rea então tira a conclusão de que os pronunciamentos de Ellen White transmitem, em sua maioria, inspiração subjetiva. Isto é, consistem principalmente de valores ou opiniões pessoais (ou dela, ou das pessoas que a influenciaram, ou de autores de quem ela copiou). Como tais, seus escritos não possuem virtualmente qualquer autoridade de Deus, a menos que possam ser provados por outras fontes, preferivelmente a Bíblia. 4
John J. Robertson, em seu livro The White Truth (“A Verdade White”), 5 discorda desta dicotomia subjetivo/objetivo. Para ele, “a revelação representa a atividade de Deus como quem envia uma mensagem a Seu profeta escolhido. A inspiração representa a atividade de Deus sobre o profeta ou dentro dele, que então se torna o transmissor dessa revelação ao Seu povo.” 6
Eu também discordo da dicotomia subjetivo/objetivo projetada por Walter Rea, mas preferiria definir os termos – de maneira um pouco diferente de Robertson. Tomando emprestada em parte a definição de Raoul Dederen, sugerimos que a inspiração pode ser considerada um processo pelo qual Deus capacita o profeta a receber e comunicar Sua mensagem, enquanto que revelação é vista como o conteúdo da mensagem assim comunicada. 7
Um estranho ao adventismo, lendo estes três conjuntos de definições, talvez possa ser desculpado por se perguntar se a igreja realmente tem uma teologia coerente! O mesmo tem acontecido com nossos pronunciamentos sobre a relação dos escritos de Ellen White para com a Bíblia.
Dentro da igreja também tem havido alguma confusão sobre os escritos da Sra. White, bem como um pouco de abuso e mau uso deles. Alguns membros de fato têm feito deles uma segunda Bíblia, parecendo com freqüência considerar a Sra. White o mais importante dos dois. Alguns ministros e professores têm citado a Sra. White dez vezes ou mais para cada passagem da Bíblia; alguns têm até pregado sermões do tipo “trem de carga” (a locomotiva é a introdução do sermão, seguida por uma fileira de vagões de carga – citações da Sra. White; e por fim vem o último vagão, a conclusão do sermão). A frustração e irritação experimentada por um motorista que fica esperando passar um longo e lento trem de carga é quase idêntica aos sentimentos de exasperação e ira por parte daquele que é forçado a ouvir este tipo de monstruosidade homilética.
Os escritos da Sra. White também têm sido mal usados por pais, professores e pregadores, que têm usado declarações deles como uma palmatória teológica com a qual se corrige o ofensor para fazê-lo submeter-se.
Contudo, este mau uso, quer por proponentes do conceito de que os escritos de Ellen White são uma segunda Bíblia (ou mesmo um adendo à Bíblia), ou por outras aplicações errôneas, não é a posição da igreja adventista do sétimo dia, mesmo que estas posições sejam adotadas por alguns de seus membros bem-intencionados mas mal-informados. E, como diria John Quincy Adams, “Argumentos extraídos do abuso de alguma coisa não são admissíveis contra o seu uso.” 8 Em outras palavras, “Não jogue fora o bebê junto com a água do banho!”
Qual, então, é realmente a posição da denominação com respeito à relação adequada entre os escritos da Sra. White e a Bíblia Sagrada?
Segundo entendo, afirmamos que Ellen G. White foi inspirada da mesma forma e no mesmo grau que os profetas bíblicos; mas – e isto será paradoxal para alguns – não fazemos dos escritos dela uma segunda Bíblia, ou mesmo uma adição ao cânon sagrado da Palavra de Deus.
Deixe-me explicar:
A Palavra de Deus através dos profetas
Os adventistas do sétimo dia crêem que o cânon sagrado da Escritura foi encerrado com a inclusão do Apocalipse de João. E o cânon, portanto, é tanto completo quanto suficiente em si mesmo. Em outras palavras, é possível para uma pessoa encontrar Jesus Cristo, obter salvação e vida eterna, sem jamais ter ouvido Ellen G. White ou lido uma só palavra de seus escritos.
Os adventistas, além disso, desde seus primeiros dias, têm mantido tradicionalmente a posição de que as Escrituras são a fonte de nossas crenças doutrinárias, a autoridade dessas crenças, e o teste de todas as crenças (e também de toda experiência religiosa).
Contudo, tendo dito tudo isso, é também claramente evidente pela Bíblia que Deus também usou vários mensageiros proféticos, muitos deles contemporâneos dos escritores bíblicos, mas cujos pronunciamentos não formam parte do cânon em si.
Alguns deles fizeram seu trabalho durante os tempos do Velho Testamento, alguns durante os tempos do Novo Testamento. Parece evidente que o ministério profético deles envolvia o mesmo tipo de trabalho que o dos escritores bíblicos. E esta lista de profetas não-canônicos incluiu tanto mulheres quanto homens – cinco destes mencionados em cada um dos testamentos.
9
O primeiro profeta mencionado na Bíblia foi Enoque, “o sétimo depois de Adão” (Judas 14); assim o “dom espiritual” da profecia esteve entre os primeiros dos assim chamados “dons do Espírito Santo” a serem concedidos à família humana. Durante os primeiros 2500 anos da história humana todos os pronunciamentos proféticos foram orais. Moisés marca o ponto de transição: ele foi o primeiro profeta literário. Deste momento em diante ambas as variedades de profetas floresceram.
Profetas literários mas não-canônicos
Nem todos os profetas literários, porém, se encontraram como autores de obras que mais tarde seriam adicionadas ao cânon do Velho ou do Novo Testamento. Pelo menos oito profetas literários mas não-canônicos são mencionados por nome no Velho Testamento.
Jasar foi o primeiro, quinze séculos antes de Cristo, talvez só uns 40 anos após o tempo de Moisés. Embora o Livro de Jasar seja mencionado tanto em Josué 10:13 quanto em II Samuel 1:18 (ARA - Livro dos Justos), este livro não foi incluído no Velho Testamento.
Quatro séculos e meio mais tarde, “Natã o profeta” e “Gade o vidente” escreveram livros (leia: I Crônicas 21:9; 29:29; II Crônicas 9:29; 29:25) 10 durante o reinado do rei Davi; mas conquanto os salmos deste foram incorporados ao Velho Testamento, os livros dos primeiros não o foram.
Cerca de duas décadas mais tarde Aías, o silonita, foi o autor de escritos profeticamente inspirados, 11 (leia: II Crônicas 9:29; I Reis 11:29; 14:7) e outros 20 anos mais tarde vieram o profeta Semaías 12 (leia: II Crônicas 12:15) e o vidente Ido 13 (leia: II Crônicas 9:29; 12:15; 13:22) como profetas literários mas não-canônicos.
Então, cerca de 20 anos depois disto, Jeú escreveu um livro profético inspirado 14 (leia: I Reis 16:1, 7; II Crônicas 19:2; 20:34) e o último dos profetas literários mas não-canônicos (pelo menos dos mencionados na Bíblia) foi Elias 15 ( leia: II Crônicas 21:12) no início do século nono antes de Cristo.
Vem imediatamente à mente a pergunta: se estes homens foram verdadeiramente
inspirados, por que seus escritos não foram incluídos no Velho Testamento?
Alguns já sugeriram uma pronta solução: os escritos deles, embora inspirados, não eram tão inspirados quanto os dos autores bíblicos. Esta idéia de graus de inspiração tem uma longa história no adventismo; uma variação deste tema veio à tona em nosso próprio tempo. 16
Uma hipótese de validade igual (se não superior) é que as mensagens destes escritores proféticos literários mas não-canônicos eram de natureza local: foram escritas para atender a uma situação imediata de sua própria época. O Espírito Santo em Sua sabedoria infinitamente superior achou que era necessário preservar essas mensagens para períodos posteriores da história.
Graus de inspiração?
Oferecemos agora três argumentos contra o conceito de graus de inspiração (ou graus de revelação):
a. A partir de observação empírica: o registro bíblico não faz diferença entre profetas canônicos e não-canônicos quanto à fonte de suas mensagens, nem na “cadeia de comando” empregada na comunicação das mensagens desde a Divindade até o profeta.
Não há diferença no método de comunicação; nenhuma diferença com respeito aos fenômenos físicos associados com um profeta em visão; nenhuma diferença no tipo de mensagens comunicadas – encorajamento, conselho, admoestação, reprovação, censura; nenhuma diferença nos tipos de “imperfeições” dos “vasos de barro”; nenhuma diferença na resposta que as mensagens provocaram – alguns ouvintes as atenderam e foram abençoados, outros as desconsideraram e sofreram as conseqüências.
Admitimos ser este o argumento do silêncio; mas é irrazoável afirmar que o ônus da prova cabe à pessoa que quer estabelecer diferentes graus de inspiração?
b. A partir da lógica: levantar a questão de graus de inspiração (ou revelação) imediatamente cria a necessidade de determinar exatamente quem fará a classificação. Tal árbitro precisa necessariamente ser elevado não simplesmente ao nível do profeta, mas a um nível acima do profeta, já que ele é quem faz o julgamento, decretando que uma parte dos escritos do profeta é mais inspirada que outra.
Este problema é ainda mais complicado porque nenhum homem pode se elevar mesmo ao nível de um profeta – muito menos a uma posição acima da do profeta. Paulo afirma claramente que o Espírito Santo divide os dons espirituais a cada um “segundo a sua vontade” (I Coríntios 12:11; Hebreus 2:4). “Ninguém, pois, toma esta honra para si mesmo”; o máximo que qualquer ser humano, por si, pode fazer, é “[procurar], com zelo, os melhores dons” (I Coríntios 12:31). Certamente nenhum mero ser humano deve presunçosamente se colocar acima dos profetas para determinar uma questão como esta!
c. A partir da fé: Aceito Ellen White como uma profetisa inspirada do Senhor, e ela certa vez declarou que não existem graus de inspiração. E isso, se não houvesse nenhum outro argumento, seria suficiente para resolver o assunto para mim.
Ninguém menos que o presidente da Associação Geral, George I. Butler, certa vez discorreu sobre o assunto da inspiração e revelação. Em seus dez artigos, que foram publicados de 8 de janeiro a 3 de junho de 1884 na Review and Herald, Butler expôs a idéia de que havia “diferenças em graus” de inspiração. 17
Ellen White permaneceu em silêncio por cinco anos. Será que ela estava caridosamente esperando que ele descobrisse seu próprio erro e o corrigisse, poupando assim a si mesmo (e a ela) o embaraço de uma censura pública?
Não sabemos; contudo, em 1889 ela escreveu uma resposta bastante incisiva:
“Tanto no Tabernáculo [de Battle Creek] como no colégio tem sido ensinado o assunto da inspiração, e homens finitos se têm arrogado dizer que certas coisas nas Escrituras foram inspiradas e outras não. Foi-me mostrado que o Senhor não inspirou os artigos acerca da inspiração publicados na Review. Quando os homens se atrevem a criticar a Palavra de Deus, atrevem-se a pisar em terreno santo, sagrado, e melhor lhes seria temer e tremer e esconder sua sabedoria como loucura. Deus não designou homem algum para proferir juízos sobre Sua Palavra, escolhendo umas coisas como inspiradas e desacreditando outras como não inspiradas. Os testemunhos têm sido tratados da mesma maneira; mas Deus não está nisto.”
18
Graus de autoridade - uma posição insustentável
Alguns que favorecem a idéia de graus de inspiração (ou revelação) têm promovido recentemente a idéia de que profetas também têm graus de autoridade. Esta última posição é tão insustentável quanto a primeira, em grande parte pelas mesmas razões.
Empiricamente não há qualquer evidência bíblica de que um grupo de profetas tivesse mais – ou menos – autoridade do que outro grupo.
Contudo, se houvesse, realmente, graus de autoridade, como seriam determinados? E por quem?
A experiência do rei Davi com dois profetas literários mas não-canônicos que ministraram durante seu reinado pareceriam fornecer evidências contra os graus de inspiração ou autoridade.
Natã. Na parte 2 discutimos o problema do entusiástico endosso de Natã ao plano de Davi de construir um templo, sem primeiro consultar a Deus para ver se o plano tinha Sua divina provação. Não tinha, e naquela noite Deus falou a Natã dizendo-lhe que voltasse ao rei e corrigisse a mensagem anterior (II Samuel 7:1-17).
Cinco capítulos depois encontramos Natã de volta no palácio, por orientação de Deus, para repreender Davi pelos seus pecados gêmeos de adultério com Bate-Seba e assassinato do marido dela, Urias. Usando o disfarce de uma parábola, Natã corajosamente faz Davi entender a enormidade de seus crimes; e Davi, convencido pelo Espírito Santo através de Seu mensageiro, se confessa e se arrepende. Natã então assegura a Davi que Deus havia aceito seu arrependimento e o havia perdoado (II Samuel 12:1-14).
Natã adverte, porém, que conseqüências inexoráveis resultarão dos atos de Davi. Estas conseqüências ainda ocorrerão apesar do generoso e misericordioso perdão de Deus (versos 15-23). Mais tarde, partindo de seu genuíno arrependimento e remorso, Davi escreveu o Salmo 51, no qual ele apela a Deus: “Apaga as minhas transgressões ... purifica-me do meu pecado. Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Não me repulses da tua presença, nem me retires o teu Santo Espírito. Restitui-me a alegria da tua salvação ... Então, ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores se converterão a ti” (versos 1, 2, 10-13). E Deus lhe concedeu este desejo sincero.
Tanto Natã quanto Davi foram profetas. Algumas centenas de anos mais tarde, quando o cânon do Velho Testamento ia ser formado (talvez sob a supervisão de Esdras), o Livro de Natã não seria incluído, mas os salmos de Davi seriam. Assim, Davi se tornaria um profeta canônico, e Natã um profeta não-canônico. Sabemos deste encontro não porque ele se ache no Livro de Natã, mas porque o autor de II Samuel 12 o incluiu em seu livro.
19 Se por acaso tivesse sido dada a Davi uma visão do futuro, na qual ele fosse informado de seu subseqüente status, e do de Natã, e se Davi tivesse adotado a fantasiosa teoria dos graus de inspiração, talvez tivesse logicamente ocorrido o seguinte diálogo:
Após ser censurado por Natã, talvez Davi tivesse levantado a mão, em advertência, e dito:
“Espere um minuto, Natã. Você deve mostrar mais respeito e deferência a mim. Sim, você é um profeta; mas será um profeta não-canônico esquecido daqui a alguns séculos.
Eu serei um profeta canônico; cristãos daqui a três milênios estarão cantando meus salmos em suas igrejas. Meu Salmo 51 de arrependimento encorajará o coração de milhões de pessoas ao longo dos séculos. Mas daqui a 3000 anos ninguém saberá uma única palavra do que você escreveu no Livro de Natã!”
Talvez Davi tivesse até repreendido um pouco a Natã, num esforço de defender-se, acrescentando: “Tenha cuidado, Natã. Lembre-se, você não estava muito certo algum tempo atrás quando me deu sua aprovação profética para que eu construísse o templo.
Tem certeza de que está certo agora?”
E que dizer dos graus de autoridade? Bem, a história começa de maneira muito simples:
“O Senhor enviou Natã a Davi.” Natã tinha autoridade? Autoridade de quem? E quanta
autoridade? Essas simples palavras citadas em II Samuel 12:1 respondem a estas perguntas de maneira poderosa.
A esta altura é útil a experiência de Gade, o outro profeta literário mas não-canônico que ministrou a Davi.
Em I Crônicas 21 lemos que Satanás tentou Davi a pecar ao fazer o recenseamento de Israel. O general do rei, Joabe, protestou em vão. Israel foi recenseado (versos 1 a 6), e “tudo isto desagradou a Deus, pelo que feriu a Israel” (verso 7).
No verso seguinte, Davi está conversando diretamente com Deus. Ele confessa sua tolice e culpa e pede perdão. Mas no verso 9 Deus não Se dirige a Davi diretamente, como certamente poderia ter feito, pois os profetas têm um canal especial de comunicação com o Todo-Poderoso.
Não. “Falou, pois, o Senhor a Gade, o vidente de Davi.” Uma vez que Davi seria um profeta canônico, por que Deus não Se comunicou diretamente com ele? Por que escolheu, em vez disso, um profeta não-canônico?
Note, ainda, o que Deus disse a Gade: “Vai e dize a Davi: Assim diz o Senhor: ...” (verso 10). Certamente esta frase indica enfaticamente a autoridade da mensagem de Gade. Será que Gade precisava de qualquer outra autoridade senão um “Assim diz o Senhor”?
O que Deus disse a Gade que fizesse? Ele foi instruído a dizer a Davi que Deus agora estava oferecendo ao rei sua escolha de três punições: três anos de fome, três meses de destruição pelos inimigos, ou três dias de peste na terra (verso 12).
Deus também ordenou que Gade dissesse a Davi: “Vê, pois, agora, que resposta hei de dar ao que me enviou” (verso 12). Davi tinha o canal profético especial de comunicação; mas não devia usá-lo neste caso; ao contrário, devia se comunicar de volta com Deus por meio de Gade.
Novamente dizemos que não há evidências de que Davi reivindicasse inspiração superior à de Gade. Em vez disso, “subiu, pois, Davi, segundo a palavra de Gade, que falara em nome do Senhor” (verso 19).
É absurdo falar em graus de inspiração. Ou um profeta é inspirado, ou não é.
Recentemente estive presente a uma reunião em que havia um grande número de mulheres que estavam esperando dar filhos à luz num futuro próximo. Algumas estavam bem avançadas na gravidez; algumas estavam no princípio. Às vezes falamos de uma mulher no primeiro trimestre de gravidez como estando “ligeiramente grávida”. Mas a expressão não só é inexata, mas incorreta. Nunca se viu uma mulher que estivesse “ligeiramente grávida”. Ou ela está grávida, ou não!
Da mesma forma, nunca se viu um profeta que fosse “ligeiramente” inspirado. É igualmente absurdo falar de graus de autoridade. Em 2 de fevereiro de 1980, o respeitado estudioso adventista Don F. Neufeld 20 pregou um sermão na igreja adventista de Takoma Park, Maryland, intitulado “Quando Jesus Fala”. Para esta mensagem, que foi a última que ele pregou, 21 Neufeld escolheu como seu texto Apocalipse 19:10: “Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia”. Em sua mensagem ele discorreu sobre as várias possíveis traduções dessas frases que são familiares aos adventistas: “o testemunho de Jesus” e “o espírito de profecia”. E em sua conclusão ele demonstrou um ponto muito convincente:
“Através de Seu testemunho aos profetas do Novo Testamento, Jesus predisse que a atividade profética, como um dos muitos dons espirituais, continuaria na igreja. Em outras palavras, o testemunho de Jesus para Seu povo não devia cessar após os livros que compõem o cânon atual da Bíblia terem sido escritos. A atividade profética continuaria após o encerramento do cânon”.
“Isto nos leva a uma importante pergunta. Se em toda atividade profética é Jesus quem está falando, quer nos tempos do Velho Testamento, nos tempos do Novo Testamento, ou em tempos posteriores ao Novo Testamento, podemos com lógica fazer uma distinção e dizer que o que Jesus disse em um período é mais, ou menos, autoritativo do que o que Ele disse em qualquer outro período, pelo menos com referência às gerações envolvidas?
“Por exemplo, algo que Jesus disse no século I A.D. poderia ser mais, ou menos, autoritativo do que o que Ele disse no século XIX A.D.? A resposta, eu acho, é óbvia. Não faz sentido querer defender graus de inspiração, como se o que Jesus disse em uma geração seja mais inspirado do que o que Ele disse em outra.” 22
Os adventistas do sétimo dia afirmam que Ellen G. White é melhor compreendida no papel dos profetas literários mas não-canônicos da Bíblia. Como tal, seus escritos foram inspirados pelo Espírito Santo da mesma forma e no mesmo grau que os escritos que foram incorporados à Bíblia; contudo não fazemos deles uma segunda Bíblia, nem mesmo os consideramos como uma adição ao cânon sagrado da Escritura.
Referências:

1. Walter R. Martin, The Truth About Seventh-day Adventism (Grand Rapids, Mich.: Zondervan
Publishing House, 1960).
2. Norman F. Doughty, Another Look at Seventh-day Adventism (Grand Rapids, Mich.: Baker Book House, 1962).
3. Transcrição estenográfica da palestra “White Lies”, de Walter Rea, San Diego, Caliórnia: Association of Adventist Forums (14 de fevereiro de 1981), p. 9.
4. Ibid.Walter Rea se recusou a conceder permissão para citarmos suas palavras, ipsis literis, da transcrição. Suas observações, portanto, estão parafraseadas
5. John J. Robertson, The White Truth (Mountain View, Calif.: Pacific Press Pub. Assn., 1981).
6. Ibid., p. 79.
7. The Journal of Adventist Education, vol. 44, No. 1 (outubro-novembro de 1981), p. 18.
8. John Quincy Adams, sexto presidente dos Estados Unidos, e professor em tempo parcial de
retórica e oratória (1806-1809) em Harvard. De uma série de 37 palestras sobre teoria e prática da retórica, Lectures on Rhetoric and Oratory, recentemente republicadas (New York: Russell &
Russell, 1962), pp. 62-67.
9. Seventh-day Adventists Answer Questions on Doctrine (Washington, D.C.: Review and Herald Pub. Assn., 1957), pp. 90, 91, citado daqui por diante como Questions on Doctrine.
10. I Crônicas 21:9; 29:29; II Crônicas 9:29; 29:25.
11. II Crônicas 9:29; I Reis 11:29; 14:7.
12. II Crônicas 12:15.
13. II Crônicas 9:29; 12:15; 13:22.
14. I Reis 16:1, 7; II Crônicas 19:2; 20:34.
15. II Crônicas 21:12.
16. Os esforços dos polêmicos modernos de dissociar os novos “graus de revelação” da desacreditada posição dos “graus de inspiração” nos traz instintivamente à memória a observação de Shakespeare: “O que há num nome? Aquilo que chamamos de rosa, se designada por qualquer outro nome, teria o mesmo perfume”. (Romeu & Julieta, Ato II, Cena 2, Linha 43).
17. Veja especialmente o artigo publicado em 15 de janeiro de 1884.
18. Carta 22, 1889; citada em Mensagens Escolhidas, livro 1, p. 23.
19. Uma tradição judaica diz que Natã e Gade escreveram I Samuel 25-31 e II Samuel. [Ver The Seventh-day Adventist Bible Commentary (Washington, D.C.: Review and Herald Pub. Assn.,1953), vol. 2, p. 447.] Contudo, a única fonte é uma tradição talmúdica, cuja exatidão e autenticidade é, na melhor das hipóteses, “problemática”, segundo o então diretor do Seminário Teológico Adventista da Universidade de Andrews, Gerhard F. Hasel, (entrevista, 6 de novembro de 1981). A possibilidade de a última parte de I Samuel e todo o livro de II Samuel incorporarem porções dos livros “perdidos” de Natã e Gade é apenas uma conjectura. Não se sabe se estes livros – e os escritos de outros profetas literários não-canônicos – chegaram a sobreviver até a época em que foi formado o cânon do Antigo Testamento (talvez 400 A.C.); portanto não sabemos se a exclusão deles foi uma decisão deliberada da parte do(s) compilador(es), ou se não houve escolha porque os livros já estavam perdidos na História.
20. Neufeld editou o Seventh-day Adventist Bible Student's Source Book e a Seventh-day Adventist Encyclopedia (vols. 9 e 10 da série do The Seventh-day Adventist Bible Commentary), e serviu como um dos editores gerais do The Seventh-day Adventist Bible Commentary. Ao tempo de sua morte ele era um dos editores associados da Adventist Review.
21. Carta de Maxine M. Neufeld, Loma Linda, Califórnia, s.d. (em resposta a minha carta de 19 de agosto de 1981).
22. Manuscrito de sermão, "When Jesus Speaks," (“Quando Jesus Fala”), p. 10; pregado na igreja adventista de Takoma Park em 2 de fevereiro de 1980. Grifos acrescentados.
Se você é leigo neste assunto e quer mais informações sobre a vida e o ministério de Ellen White, podem ser encontradas no site do Centro White do Brasil ou na comunidade Nisto Cremos no orkut: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs.aspx?cmm=76639657&tid=5281445147016442955&start=1
Não deixe de ver também este estudo sobre a Inspiranção dos profetas:
http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic512009.html