terça-feira, junho 16, 2009

Os adventistas do sétimo dia acreditam que os escritos de Ellen White são iguais às Escrituras?

Os adventistas do sétimo dia acreditam que os escritos de Ellen White são iguais às Escrituras, ou constituem um acréscimo a elas? Se a Bíblia é todo-suficiente, por que precisamos dos escritos de Ellen White?
Os adventistas do sétimo dia acreditam que "os escritos de Ellen White não constituem um substituto para a Bíblia. Não podem ser colocados no mesmo nível. As Escrituras Sagradas ocupam posição única, pois são o único padrão pelo qual os seus escritos - ou quaisquer outros - devem ser julgados e ao qual devem estar subordinados" (Nisto Cremos, p. 305). Outro meio de enfocar esta questão é perguntando por que a igreja necessitaria de qualquer dos dons prometidos do Espírito Santo. Ellen White respondeu esta questão na introdução de seu livro O Grande Conflito Entre Cristo e Satanás:
Em Sua Palavra, Deus conferiu aos homens o conhecimento necessário à salvação. As Santas Escrituras devem ser aceitas como autorizada e infalível revelação de Sua vontade. Elas são a norma do caráter, o revelador das doutrinas, a pedra de toque da experiência religiosa. "Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra." - II Tim. 3:16 e 17.
Todavia, o fato de que Deus revelou Sua vontade aos homens por meio de Sua Palavra, não tornou desnecessária a contínua presença e direção do Espírito Santo. Ao contrário, o Espírito foi prometido por nosso Salvador para aclarar a Palavra a Seus servos, para iluminar e aplicar os seus ensinos. E visto ter sido o Espírito de Deus que inspirou a Escritura Sagrada, é impossível que o ensino do Espírito seja contrário ao da Palavra.
O Espírito não foi dado - nem nunca o poderia ser - a fim de sobrepor-Se à Escritura; pois esta explicitamente declara ser ela mesma a norma pela qual todo ensino e experiência devem ser aferidos. Diz o apóstolo João: "Não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo." - I João 4:1. E Isaías declara: "À lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, não haverá manhã para eles." - Isa. 8:20.
Em harmonia com a Palavra de Deus, deveria Seu Espírito continuar Sua obra durante todo o período da dispensação evangélica. Durante os séculos em que as Escrituras do Antigo Testamento bem como as do Novo estavam sendo dadas, o Espírito Santo não cessou de comunicar luz a mentes individuais, independentemente das revelações a serem incorporadas no cânon sagrado. A Bíblia mesma relata como, mediante o Espírito Santo, os homens receberam advertências, reprovações, conselhos e instruções, em assuntos de nenhum modo relativos à outorga das Escrituras. E faz-se menção de profetas de épocas várias, de cujos discursos nada há registrado. Semelhantemente, após a conclusão do cânon das Escrituras, o Espírito Santo deveria ainda continuar a Sua obra, esclarecendo, advertindo e confortando os filhos de Deus.
Jesus Cristo prometeu a Seus discípulos: O "Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu nome, Esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito". - João 14:26. "Quando vier aquele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a verdade; ... e vos anunciará o que há de vir." - João 16:13. As Escrituras claramente ensinam que estas promessas, longe de se limitarem aos dias apostólicos, se estendem à igreja de Cristo em todos os séculos. O Salvador afirma a Seus seguidores: "Estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos." - Mat. 28:20. E Paulo declara que os dons e manifestações do Espírito foram postos na igreja para "o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo". - Efés. 4:12 e 13.
A favor dos crentes da igreja de Éfeso o apóstolo Paulo orava "para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dEle, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento... e qual a suprema grandeza do Seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder". - Efés. 1:17-19. Era a ministração do Espírito na iluminação do entendimento e desvendação dos olhos do espírito humano para penetração das coisas profundas da Palavra de Deus, que o apóstolo suplicava para a igreja de Éfeso.
Depois da maravilhosa manifestação do Espírito Santo no dia de Pentecoste, Pedro exortou o povo a arrepender-se e batizar-se em nome de Cristo, para a remissão de seus pecados; e disse ele: "E recebereis o dom do Espírito Santo; porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar." - Atos 2:38 e 39.
Em imediata relação com as cenas do grande dia de Deus, o Senhor, pelo profeta Joel, prometeu uma manifestação especial de Seu Espírito. (Joel 2:28).
A Primazia da Palavra
A relação dos escritos de Ellen G. White para com a Bíblia reconhecida no primeiro livro
Recomendo-vos, caro leitor, a Palavra de Deus como regra de vossa fé e prática. Por essa Palavra seremos julgados. Nela Deus prometeu dar visões nos "últimos dias"; não para uma nova regra de fé, mas para conforto do Seu povo e para corrigir os que se desviam da verdade bíblica. Assim tratou Deus com Pedro, quando estava para enviá-lo a pregar aos gentios. Primeiros Escritos p. 78.
Não para tomar o lugar da Palavra
O Senhor deseja que estudeis a Bíblia. Ele não deu alguma luz adicional para tomar o lugar de Sua Palavra.
Esta luz deve conduzir as mentes confusas a Sua Palavra, a qual, se for comida e assimilada, é como o sangue que dá vida à alma. Então serão vistas boas obras como luz brilhando nas trevas. Carta 130, 1901.
Obter provas da Bíblia
No trabalho público não torneis proeminente nem citeis o que a Irmã White tem escrito, como autoridade para apoiar vossas posições. Fazer isto não aumentará a fé nos testemunhos. Apresentai vossas provas, claras e simples, da Palavra de Deus. Um "Assim diz o Senhor" é o mais forte testemunho que podeis apresentar ao povo. Que ninguém seja instruída a olhar para a Irmã White, e, sim, ao poderoso Deus, que dá instruções à Irmã White. Carta 11, 1894.
Não para proporcionar nova luz
A Palavra de Deus é suficiente para iluminar o espírito mais obscurecido, e pode ser compreendida de todo o que sinceramente deseja entendê-la. Mas, não obstante isto, alguns que dizem fazer da Palavra de Deus o objeto de seus estudos, são encontrados vivendo em oposição direta a alguns de seus mais claros ensinos. Daí, para que tanto homens como mulheres fiquem sem escusa, Deus dá testemunhos claros e decisivos, a fim de reconduzi-los à Sua Palavra, que negligenciaram seguir.A Palavra de Deus está repleta de princípios gerais para a formação de hábitos corretos de vida, e os testemunhos, tanto gerais como individuais, visam chamar a sua atenção particularmente para esses princípios. - Testemunhos Seletos , vol. 2, p. 279.
Um dos dons do Espírito Santo é a profecia. Este dom é uma característica da Igreja remanescente e foi manifestado no ministério de Ellen G. White. Como a mensageira do Senhor, seus escritos são uma contínua e autorizada fonte de verdade e proporcionam conforto, orientação, instrução e correção à Igreja. Eles também tornam claro que a Bíblia é a norma pela qual deve ser aprovado todo ensino e experiência. Encontramos apoio para esta afirmação nas seguintes passagens bíblicas: Joel 2:28,29; Atos 2:14-21; Hebreus 1:1-3; Apocalipse 12:17; Apocalipse 19:10.
A Bíblia é o padrão supremo
Os adventistas do sétimo dia apóiam plenamente o princípio da Reforma, sola scriptura, a Bíblia como seu próprio intérprete e a Bíblia sozinha, como base de todas as doutrinas. Os fundadores da igreja desenvolveram suas crenças fundamentais através do estudo da Bíblia; não receberam tais doutrinas através das visões de Ellen White. Seu principal papel durante o desenvolvimento das doutrinas da igreja foi orientar a compreensão da Bíblia e confirmar as conclusões às quais se chegava através do estudo da Bíblia.
A própria Ellen White cria e ensinava que a Bíblia representa a norma final da igreja. Em seu primeiro livro, publicado em 1851, ela escreveu: "Recomendo-vos, caro leitor, a Palavra de Deus como regra de vossa fé e prática. Por essa Palavra seremos julgados." Ela jamais modificou esse ponto de vista. Anos mais tarde ela tornou a escreveu: "Em Sua Palavra, Deus conferiu aos homens o conhecimento necessário à salvação. As Santas Escrituras devem ser aceitas como autorizada e infalível revelação de Sua vontade. Elas são a norma do caráter, o revelador das doutrinas, a pedra de toque da experiência religiosa." Em 1909, durante sua última palestra perante uma sessão da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia, ela abriu sua Bíblia, ergueu-a diante da congregação, e disse: "Irmãos e irmãs, eu vos recomendo este Livro."
Em resposta aos crentes que consideravam seus escritos como uma adição à Bíblia, ela escreveu, dizendo: "Tomei a preciosa Bíblia e circundei-a com os vários Testemunhos Para a Igreja, concedidos ao povo de Deus... Não estais familiarizados com as Escrituras. Se tivésseis feito da Palavra de Deus objeto de estudo regular, com o desejo de alcançar os padrões bíblicos e de atingir a perfeição cristã, não teria havido necessidade dos Testemunhos. É porque negligenciastes familiarizar-vos com o Livro inspirado de Deus, que Ele procurou alcançar-vos através de testemunho simples e direto, chamando a atenção para as palavras da inspiração que negligenciastes obedecer, insistindo em que a vossa vida se paute de acordo com esses puros e elevados ensinos."
Ellen White fez da aceitação de seu ministério profético um pré-requisito para alguém se unir à Igreja Adventista do Sétimo Dia?
Falando daqueles que "não se opunham" ao seu dom profético, mas que, por várias razões, ainda estavam indecisos quanto ao seu ministério, Ellen White escreveu:
Essas pessoas não devem ser privadas dos benefícios e privilégios da igreja, se no demais sua conduta cristã é correta e têm um bom caráter cristão...
Alguns, foi-me mostrado, poderiam receber as visões publicadas, julgando a árvore pelos seus frutos. Outros são como o duvidoso Tomé; não podem crer nos Testemunhos publicados, nem receber evidências através do testemunho de outros, mas precisam ver e ter evidências por si mesmos. Estes não devem por isso ser postos de lado, mas deve ser exercida para com eles longa paciência e amor fraternal até que tomem posição e assumam opinião definida contra ou a favor. Se, porém, passarem a combater as visões, das quais não têm nenhum conhecimento; se levarem a sua oposição ao ponto de opor-se àquilo em que não têm nenhuma experiência, e se sentirem contrariados quando aqueles que crêem que essas visões são de Deus falarem delas nas reuniões, e se os confortarem com a instrução dada através delas, a igreja pode saber que eles não estão certos" - (Testemunhos Para a Igreja , vol. 1, p. 328).
Algumas regras básicas para interpretar corretamente os escritos de Ellen White
“Muitos homens tomam os testemunhos que o Senhor tem dado, e aplicam-nos como lhes parece que deviam ser aplicados, pegando uma sentença aqui e ali, tirando-a de sua devida ligação, e aplicando-a segundo a sua idéia. Assim ficam pobres almas perplexas quando, pudessem elas ler em ordem tudo quanto foi dado, veriam a verdadeira aplicação, e não ficariam confundidas.”
As oito regras básicas de interpretação que abrangem o contexto mais amplo de um documento incluem:
· Regra Um:
Inclua tudo que o profeta disse sobre o assunto antes de tirar uma conclusão.
· Regra Dois: Cada declaração deve ser compreendida dentro de seu contexto histórico. Devem-se estudar o tempo, o lugar e as circunstâncias sob as quais a declaração foi feita, a fim de compreender-se o seu sentido.
· Regra Três: Deve-se reconhecer o princípio básico de cada declaração de conselho ou instrução a fim de entender sua relevância para os que se acham em diferentes tempos e lugares.
· Regra Quatro: Devemos usar o bom senso e a razão santificada ao analisarmos a diferença entre princípios e normas. Durante os comentários que fez na reunião de diretoria da escola de Santa Helena em 1904, Ellen White voltou a enfatizar um princípio de hermenêutica que serviria de ajuda para eles e para outros quando tentassem aplicar o princípio à norma. Ela observou que os membros da igreja estavam entendendo as palavras dela de maneira legalista e irrefletida: “Ora, a irmã White disse assim e assim, e a irmã White falou isto ou aquilo; e portanto, procederemos exatamente de acordo com isso”.
Sua resposta: “Deus quer que todos nós sejamos sensatos, e deseja que raciocinemos movidos pelo bom senso. As circunstâncias modificam a relação das coisas”.
· Regra Cinco: Devemos estar certos de que supostas citações foram de fato escritas pelo autor a quem são atribuídas.
· Regra Seis: Embora sem contradizê-los, devemos levar em consideração a experiência de amadurecimento dos escritores, e até mesmo dos profetas, já que para eles a verdade se desdobra somente tão rápido quanto eles são capazes de entendê-la.
· Regra Sete: Em alguns casos, uma pessoa deve compreender a experiência de um acontecimento, direta ou indiretamente, antes de compreender a verdade do acontecimento.
· Regra Oito:
Nem tudo na Bíblia e nos escritos de Ellen White pode ser compreendido à primeira vista, ou mesmo após anos de estudo.
Este pensamento pode soar estranho para a mente indagadora. Mas pense nos astrônomos e nos neurocirurgiões (ou pesquisadores de código genético, especialistas em microchips, etc.) que passam toda a vida ampliando seu conhecimento, e ainda assim se sentem extremamente admirados ante o que se abre perante eles.
Fonte: Centro White

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